-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
As letras publicadas referem a fonte de extração, ou seja: nem sempre são mencionados os criadores dos temas aqui apresentados.
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Tenho vindo a publicar letras (de autores que já partiram) sem indicação de intérpretes ou compositores na esperança de obter informações detalhadas sobre os temas.
<> 7.685 LETRAS <> 3.755.000 VISITAS <> FEVEREIRO DE 2024 <>
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

.

Quando a Severa morreu

Letra de Manuel de Andrade
Desconheço se esta letra foi gravada.
Transcrevo-a na esperança de obter informação credivel
Informação de Francisco Mendes e Daniel Gouveia
Livro *Poetas Populares do Fado-Canção*

Hora morta, hora tardia
Nem um sussurro se ouvia
Nessas ruelas desertas
Debaixo dum candeeiro
Estava um ramo de loureiro
E duas portas abertas

E de dentro, vagamente
Sons de guitarra dormente 
Entre sussurros saíram
Estava a findar a rambóia
Quando trotando à tipóia 
Duas pilecas se ouviram

Saiu triste e desgostoso
O conde de Vimioso 
De dentro da carruagem
Calaram-se admirados
Os fadistas avinhados 
Da taberna do Friagem

Quando a guitarra abraçou
O conde triste tocou 
Um fado estranho e sombrio
E à luz fria da lanterna
No silêncio da taberna 
Longo soluçar se ouviu

Saiu o conde a chorar
Ouviu-se outra vez trotar 
A tipóia que o trouxera
Naquela noite diferente
Veio a saber toda a gente
Tinha morrido a Severa