Tiago Torres da Silva / Carlos Gonçalves
Repertório de Nuno da Câmara Pereira
Dizem que no Alentejo
Tudo é feito devagar
E assim que termina a sesta
Só se pensa em descansar
E a gente não entende
A razão de tanta pressa
Se depois de cada noite
Há um dia que começa
Um beijo no Alentejo
É dado devagarinho
Que a gente sabe que um beijo
É muito mais que um carinho
Por isso é que quem cá vem
Tem pena de não ficar
Ao ver o gosto que tem
Um beijo dado devagar
Quando uma estrada começa
Os homens pensam assim
Vá devagar ou depressa
Um dia chega-se ao fim
E quando as mulheres mondam
Olhando mais para além
Às vezes perdem os olhos
Na pressa que o amor tem
Não foge a água da fonte
O sol demora a nascer
E até a erva do monte
Leva o seu tempo a crescer
Quem vier venha com calma
Porque olhando a nossa gente
Só lhe pode ver a alma
Quem não olhar de repente