Repertório de Jorge Fernando e Sam The Kid
Pois é, a vida está uma…
Pois é
Tenho a mão vazia dentro do meu bolso
Que está tão vazio como a minha mão
Aperto o vazio tanto quanto posso
Nesta encruzilhada, que vida de cão
Este é o fado da classe atarefada
Que passa o dia inteiro com a massa
E o cimento no braço a pensar:
Como é que eu faço
Como é que eu faço
Para sair deste escasso vencimento
Ou caio no esquecimento
Ou caio no esquecimento
Num curto espaço de tempo
E se eu protestasse ao meu presidente
O que me vai no pensamento
E se eu protestasse ao meu presidente
O que me vai no pensamento
Talvez ele não gostasse
Ah pois é, não és o desempregado
Não és o pregado de sempre
Ah pois é, não és o desempregado
Não és o pregado de sempre
Que tá sempre apertado
Para mim qualquer coisa é bem-vinda
Para mim qualquer coisa é bem-vinda
Ao meu agregado
Fico agradecido mas
Fico agradecido mas
Nem sempre bulo com agrado
Aquilo que eu oiço
Aquilo que eu oiço
É sempre igual em todo o lado
Que a culpa é do Estado que tem estado
Que a culpa é do Estado que tem estado
Num estado bastardo
Chega ao Domingo vou pró estádio
Chega ao Domingo vou pró estádio
P’ra estar com o Mário
É aí que eu me vingo
É aí que eu me vingo
Para afastar-me do obstáculo diário
O Mário é o meu puto
O Mário é o meu puto
Tem sete anos e grande cenário
Respeita-me muito e já sabe
Respeita-me muito e já sabe
Que eu sou um mercenário
Tê-lo por perto um dia
Tê-lo por perto um dia
É só um segundo bem breve
Porque eu liberto euforia
Porque eu liberto euforia
Até que a segunda me leve
Mas como tenho teimosia
Mas como tenho teimosia
Estou a pensar fazer greve
No bolso tenho a mão vazia
No bolso tenho a mão vazia
O patrão ainda me deve
Todo o santo dia enchem-me a cabeça
Velhas frases feitas, manipulação
Falam de milagre e à espera que aconteça
Vamos desvivendo, que vida de cão
Num sonambulismo telecomandado
Cumprimos os dias em resignação
Não há luz no túnel é o nosso fado
Presos por uma trela, que vida de cão
Tou preso por uma trela
Todo o santo dia enchem-me a cabeça
Velhas frases feitas, manipulação
Falam de milagre e à espera que aconteça
Vamos desvivendo, que vida de cão
Num sonambulismo telecomandado
Cumprimos os dias em resignação
Não há luz no túnel é o nosso fado
Presos por uma trela, que vida de cão
Tou preso por uma trela
Vivo uma vida de cão
Minha rotina é uma cela
Minha rotina é uma cela
Que cancela uma ambição
Que me revolta e indigna
Que me revolta e indigna
Mas dá-me resignação
Só oiço velhas frases feitas
Só oiço velhas frases feitas
E a manipulação
Que se alivia à noite
Que se alivia à noite
Quando eu ligo a televisão
Passam-se as promessas por nunca cumpridas
Passam-se as promessas por nunca cumpridas
Enganosas frases dão por explicação
Na vida sou um número entre tantas vidas
Resta-me ser digno como é o cão
Pois é, a vida está uma… pois é
Tou preso por uma trela
Pois é, a vida está uma… pois é
Tou preso por uma trela
Vivo uma vida de cão
Pois é, a vida está uma… pois é
Vivo uma vida de cão
Pois é, a vida está uma… pois é
Vivo uma vida de cão
Vivo uma vida de cão