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As letras publicadas referem a fonte de extração, ou seja: nem sempre são mencionados os legítimos criadores dos temas aqui apresentados.
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Nasceu campino

Carlos Conde / Alfredo Correeiro *marcha do correeiro*
Repertório de Raúl Pereira

Enquanto o moço campino
Cercava toiro por toiro
Sem a força de aguilhões
O sol escorria a pino
A sua poalha de oiro
Nas lezírias de Pegões

À tarde, já quando o gado 
De pinta, raça e nobreza
Ruminava lentamente
O curro estava marcado
P’rá toirada a portuguesa
Na Praça de Benavente

Domingo, após a corrida 
Exaltaram-lhe o valor
No oiro de uma medalha
E foi, durante uma vida 
O mais fiel seguidor
Do Van-Zeller e do Palha

Hoje, apesar de velhinho 
Ainda teima em ser escravo
Da saudade em que delira
Encontrei-o á bocadinho 
À porta do *Gado Bravo*
Em Vila Franca de Xira


Ainda comentando a letra acima transcrita, há nela uma daquelas intenções que 
consoante a subtileza do cantador, podia ludibriar o censor de serviço 
e, ainda hoje, levar o leitor/ouvinte a considerar este fado, 
paradoxalmente, «de esquerda» ou «de direita». 
Repare-se nos versos

Hoje, apesar de velhinho
Inda teima em ser escravo
Da saudade em que delira

Informação transcrita do livro*Poetas da Fado-Tradicional* de
Daniel Gouveia e Francisco Mendes