Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Quando uma guitarra harpeja
O fado – canção dolente
Sentimos o quer que seja
A chorar dentro da gente
Entre a guitarra e o passado
Há tão grande afinidade
Que me parece a saudade
Que me parece a saudade
Ser irmã gémea do Fado;
Meu pensamento enlevado
Meu pensamento enlevado
Num anseio que brotoeja
De alma triste que voeja
De alma triste que voeja
Mais subtil que a fragrância;
Rompe as brumas da distância
Quando uma guitarra harpeja
Então, distante, esquecido
Rompe as brumas da distância
Quando uma guitarra harpeja
Então, distante, esquecido
De mim próprio, do meu ser
Eis-me de novo a viver
Eis-me de novo a viver
Tudo o que tenho vivido;
E no brilho amortecido
E no brilho amortecido
Do meu olhar que foi quente
Persuasivo, eloquente
Persuasivo, eloquente
Arde esse antigo fulgor
Se alguém canta com amor
O fado – canção dolente
Recordar com devoção
Se alguém canta com amor
O fado – canção dolente
Recordar com devoção
Um pretérito bendito
É conter o infinito
É conter o infinito
No espaço dum coração;
Quando a eterna evocação
Quando a eterna evocação
Dum bem perdido se almeja
A alma risonha lampeja
A alma risonha lampeja
E num pulsar contrafeito
A bater dentro do peito
Sentimos o quer que seja
Manuel da Mota, Serrano
A bater dentro do peito
Sentimos o quer que seja
Manuel da Mota, Serrano
António Rosa, Ginguinha
Não pode a vida mesquinha
Não pode a vida mesquinha
Olvidar seu estro ufano;
O Fado é triste, é humano
O Fado é triste, é humano
Evocativo, fremente
Por andarem tristemente
Por andarem tristemente
Saudosas, meigas, discretas;
As almas desses poetas
A chorar dentro da gente
As almas desses poetas
A chorar dentro da gente