António Gedeão / José Nisa
Repertório de António Palma
Venho da terra assombrada
Do ventre de minha mãe
Não pretendo roubar nada
Nem fazer mal a ninguém
Só quero o que me é devido / Por me trazerem aqui
Que eu nem sequer fui ouvido / No acto de que nasci
Trago boca para comer / E olhos para desejar
Tenho pressa de viver / Que a vida é água a correr
Tenho pressa de viver / Que a vida é água a correr
Venho do fundo do tempo / Não tenho tempo a perder
Minha barca aparelhada / Solta o pano, rumo ao norte
Meu desejo é passaporte / Para a fronteira fechada
Não há ventos que não prestem / Mem marés que não convenham
Nem forças que me molestem / Correntes que me detenham
Quero eu e a natureza / Que a natureza sou eu
E as forças da natureza / Nunca ninguém as venceu
Com licença, com licença / Que a barca se fez ao mar
Não há poder que me vença / Mesmo morto hei-de passar
Não há poder que me vença / Mesmo morto hei-de passar
Com licença, com licença / Rumo à estrela polar