Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Informação de Francisco Mendes e Daniel Gouveia
Livro *Poetas Populares do Fado-Tradicional*
Eu vi bem que tu me viste
Mas não viste que eu te vi
E se eu te disser não crês
Na verdade, o que é mais triste
É que eu só te vejo a ti
E tu a mim não me vês
Não me vês porque ninguém
Pode ver quando não crê
Mas não viste que eu te vi
E se eu te disser não crês
Na verdade, o que é mais triste
É que eu só te vejo a ti
E tu a mim não me vês
Não me vês porque ninguém
Pode ver quando não crê
Naquilo que deve crer
Mas, vistas as coisas bem
Mas, vistas as coisas bem
Há coisas que a gente vê
E que era melhor não ver
Eu já vi o que desejas
Os meus tristes olhos lêem
Os meus tristes olhos lêem
O mentir do teu olhar
Só lamento que não vejas
Aquilo que todos vêem
Só lamento que não vejas
Aquilo que todos vêem
Quando gostam de gostar
Mas, ai de ti, se te vejo
Na cegueira da conquista
Mas, ai de ti, se te vejo
Na cegueira da conquista
Aos olhos d’outras mulheres
Após ver o que desejo
Eu juro p’la minha vista
Após ver o que desejo
Eu juro p’la minha vista
Que hás-de ver o que não queres
Mas… perdoa-me por Deus
Perdoa a quem anda cega
Mas… perdoa-me por Deus
Perdoa a quem anda cega
Por este mundo sozinha
Esmolando os olhos teus
E uma esmola não se nega
Esmolando os olhos teus
E uma esmola não se nega
A uma triste ceguinha