Fernando Pinto do Amaral / António Vitorino de Almeida
Repertório de Carlos do Carmo
Flocos talvez de neve ou só de lava
Brilham à superfície do piano
Flutuando sem fim num oceano
Cuja maré renasce em cada oitava
Compassos com que Mozart nos seduz
E nos leva de súbito à procura
De um resto de razão na mais escura
Noite de inverno transformadaem luz
Até que pouco a pouco nessa onda
Talvez a voz da água nos responda
Confessando um segredo ao nosso ouvido
E todas as prisões, todos os medos
Se dissolvem na polpa desses dedos
Ao sabermos que nada está perdido
Brilham à superfície do piano
Flutuando sem fim num oceano
Cuja maré renasce em cada oitava
Compassos com que Mozart nos seduz
E nos leva de súbito à procura
De um resto de razão na mais escura
Noite de inverno transformada
Até
Talvez a voz da água nos responda
Confessando um segredo ao nosso ouvido
E todas as prisões, todos os medos
Se dissolvem na polpa desses dedos
Ao sabermos que nada está perdido