Repertório de Joaquim Silveirinha
A voz do fado é tão calma
Na sua terna expressão
De amor ciúme e desdita
Que põe delícias na alma
E deixa no coração
Uma tristeza infinita
Porta-voz de singeleza
O fado que eu canto e louvo
Sempre um amigo há-de ter
No coração da pobreza
Porque ninguém como o povo
No coração da pobreza
Porque ninguém como o povo
Sabe cantar e sofrer
O fado triste e amoroso
É saudade que se canta
O fado triste e amoroso
É saudade que se canta
É pranto que ganha voz
Por um condão misterioso
Sai a cantar da garganta
Por um condão misterioso
Sai a cantar da garganta
Mas chora dentro de nós
Versos ao fado são flores
De um ramo que dia a dia
Versos ao fado são flores
De um ramo que dia a dia
Tem sempre perfume novo
São rosas que os trovadores
Atiram com alegria
São rosas que os trovadores
Atiram com alegria
Para o regaço do povo