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As letras publicadas referem a fonte de extração, ou seja: nem sempre são mencionados os legítimos criadores dos temas aqui apresentados.
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A Bia da Mouraria

António José / Nóbrega e Sousa
Repertório de Maria Armanda
Criação de Maria Armanda na revista *Meninos vamos ao Vira*
Teatro laura Alves 1978
Informação de Francisco Mendes e Daniel Gouveia no livro
Poetas Populares do Fado-Canção


Lá vai a Bia 
Que arranjou um par jeitoso 
É vendedor como ela 
Ali para o Bem Formoso 
São dois amores
Duas vidas tão singelas 
Enquanto ela vende flores
O Chico vende cautelas 

Na Mouraria 
Só falam do namorico 
A Bia namora o Chico 
As conversas são iguais 
Ai qualquer dia
Deus queira que isto não mude 
A Senhora da Saúde 
Vai ser pequena demais 

O casamento já tem a data marcada 
Embora qualquer dos noivos 
Tenha pouco mais que nada 
Vai ter a Bia, a festa que ela deseja 
Irá toda a Mouraria 
Ver o casório na igreja

Maria Armanda, na sua primeira apresentação em teatro, teve tanto êxito com 
este fado que teve de cantá-lo sete vezes, na estreia.
Não se imagina, hoje, por muito êxito que lograsse, um número ser repetido 
sete vezes na estreia de uma revista!
E não se diga que era por não haver outros meios de diversão na capital.
A televisão já tinha emissões regulares desde 1958, o Canal 2 existia 
desde 1968 e os anos 60 e 70 foram férteis em cinemas, teatros, serões 
para trabalhadores, estações de rádio, discos, floresciam os 
«conjuntos» musicais.
Ora esta revista estreou em 1978. Tanto maior o valor impactante desta 
«Bia da Mouraria» e o mérito os seus autores 
não se podendo dizer que António José fosse um dos mais notórios.
Certo é que, de 1978 para cá, este fado-canção não cessa de ser gravado 
e cantado desde as vozes mais jovens até às de maior prestígio.