Repertório
de Jorge Morgado
Não
posso cantar o fado
Se
o meu coração parado
Deixou-me
o peito vazio
Mas
se ele bate, não sinto
E
só canto por instinto
Se
já não choro nem rio
No
desejo de ir embora
Sinto
que a alma não chora
Só
porque o fado a impede
E
sei que o meu coração
Se
bate, pede perdão
Se
não bate, já nem pede
Por
isso, sempre que eu canto
Nasce
em mim um dia santo
E
é nesta inquietude
Que
ao pé do meu coração
Passa
sempre a procissão
Da
Senhora da Saúde
Ponham
colchas nas janelas
Que
ao passar em frente delas
Talvez
o meu coração
Se
lembre daquele dia
Em
que sentiu alegria
Por
te ver na procissão