-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
As letras publicadas referem a fonte de extração, ou seja: nem sempre são mencionados os legítimos criadores dos temas aqui apresentados.
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

. . .

7090 LETRAS <> 3.082.000 VISITAS em FEVEREIRO 2024

. . .

Fadistas da velha guarda

Poema de Luciano Marques

Em tempos que já lá vão
O fadista era gingão 
Alcunhado de rufia
De calça estreita e samarra
Chapéu largo e uma guitarra 
Era alguém na Mouraria

Gostava de ir ao Charquinho
Aonde havia bom vinho 
E fresca sardinha assada
Outros mais para lá iam
E todos se divertiam 
Em fados à desgarrada

Ia ao Ferro d’Engomar
Muitas vezes petiscar 
Ou mesmo ao Senhor Roubado
E sempre de farra em farra
Entre mãos uma guitarra 
O corrido era seu fado

Agora tudo mudou
A Mouraria passou 
Para a tela dos artistas
No seu lugar uma praça
Por onde o fado não passa 
Nem já lá param fadistas

Agora não há gingões
Quem canta, canta canções
Direito, bem aprumado
E a alcunha do fadista
Passou a ser a de artista 
Que ao swing, chama fado

Um apelo, agora, faço
Vai com ele o meu abraço 
Para o fado que cobiço
Que os novos que o palco tem
Passem a cantar, também 
O nosso fado castiço