Repertório de Max
Criação de Estevão Amarante no filme Maria Papoila em 1937Informação de Francisco Mendes e Daniel Gouveia
Livro *Poetas Populares do Fado-Canção*
Mais um fado emblemático de uma época de transição entre duas guerras, uma delas expressamente recordada por nela ter entrado Portugal (1914-1918), e nas
Livro *Poetas Populares do Fado-Canção*
Soldado que foste às sortes
Vai p’ró quartel, não te importes
Que lá, ninguém te faz mal
Não tremas, que não te comem
Vais aprender a ser homem
P’ra defenderes Portugal
Se Deus quiser
Ainda hás-de voltar à terra
Mas se tiveres que ir p’ra guerra
Não esqueças que és português
É teu dever
Saber morrer como um forte
Não tenhas medo da morte
Que só se morre uma vez
Ó Zé ninguém que és militar
Se a terra-mãe tu queres honrar
Segue o exemplo
Dum soldado com ralé
Que morreu e está num templo
Mas ninguém sabe quem é
Soldado, lá na trincheira
Se vires o porta-bandeira
Tombar com ela no chão
Levanta-a logo, soldado
No trapo verde-encarnado
Tu tens a pátria na mão
Que a pátria vem
Nessa bandeira imponente
Da cor do sol, do poente
Da cor do mar e da esperança
Defende-a bem
P’ra isso tens a espingarda
E vestes aquela farda
Com que vencemos em França
Mais um fado emblemático de uma época de transição entre duas guerras, uma delas expressamente recordada por nela ter entrado Portugal (1914-1918), e nas
vésperas de outra já pressentida, mas da qual Portugal se manteve afastado, em «neutralidade colaborante» (1939-1945).
Nunca fiando, preparava-se os mancebos com fados destes, sem dúvida
de forte cunho galvanizante.