Letra e música de Mário Rainho
Repertório de José Geadas
Deixámos os abraços p'ra depois
E a ternura, suspensa, aprisionada
Até houve silêncio entre nós dois
E a saudade ficou envergonhada
Os beijos que a distância fez secar
A voz que se calou, enfraquecida
A vida não podia adivinhar
Que em nós, ia ficando menos vida
Esteve o poema por cantar
Ali à mão de semear
No chão lavrado de raízes ressequidas
Mas as teimosas ervas bravas
Rasgam o campo das palavras
Com este fado p'ra lembrar milhares de vidas
Ao céu emudecido, se rezou
Sabendo que esta é uma passagem
P'rá outra margem, onde quem passou
Nem um adeus levou p'rá viagem
Que fiquem estes tempos sem glória
Num canto dum poema revoltado
E que nunca se apaguem da memória
Que um dia o amor, do amor foi separado