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As letras publicadas referem a fonte de extração, ou seja: nem sempre são mencionados os legítimos criadores dos temas aqui apresentados.
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Partir é morrer um pouco

Mascarenhas Barreto / António dos Santos 
Repertório de António dos Santos 
Não foram gravadas as estrofes 3, 4 e 5

Adeus parceiros das farras
Dos copos e das noitadas
Adeus sombras da cidade
Adeus langor das guitarras
Canto de esperanças frustradas
Alvorada de saudade

Meu coração como louco
Quer desgarrar-me do peito
Transforma em soluço a voz
Partir é morrer um pouco
A alma de certo jeito
A expirar dentro de nós

Quem parte, semeia vida
Por caminhos sem guarida
Num rosário de cansaços
Sangra na alma uma ferida
De tortura da partida
Que me afasta dos teus braços


A dor é como uma bruma
Que torna o meu canto rouco
Nesta angústia de deixar-te
Sonhos desfeitos em espuma
Partir é morrer um pouco
Triste fado de quem parte

Já solta o barco, as amarras
Lisboa, manda-me um beijo
Deixa este fado por troco
Trinam de luto as guitarras
Singra a saudade p'lo Tejo
Partir é morrer um pouco

Voam mágoas em pedaços
Como aves que se não cansam
Ilusões, esparsas no ar
Partir é estender os braços
Aos sonhos que não se alcançam
Cujo destino é ficar

Já zarpam o navio da barra
Adeus ó branca Lisboa
Adeus oh meu Tejo amigo
Abraço ao peito a guitarra
Deixo este fado e perdoa
Levo a saudade comigo

Deixo a minh'alma no cais
De longe, canso sinais
Feitos de pranto a correr
Quem morre, não sofre mais
Mas quem parte é dor demais
É bem pior que morrer