Vasco Lima Couto / Armando Machado *fado licas*
Repertório de Jorge Baptista da Silva
Sou o gesto perdido no meu gesto
Que tem um coração que não se emenda
E se vos canto amor, o amor começa
A ser a triste voz da minha lenda
O que digo de mim cabe na mão
Do mundo inteiro que me escuta… o vento
Como um pássaro rouco e enamorado
Que morre por amar o pensamento
Eu sou o destruído sem caminho
Que se dói por mostrar a solidão
E por gritar o amor que ninguém tem
Dou-me inteiro a chorar nesta canção
Os mendigos
Mote de João da Mata / Glosa de Henrique Rego
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Mendigos esfarrapados
Sem conforto, sem guarida
São frutos abandonados
No grande pomar da vida
Caminhantes sem roteiro
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Mendigos esfarrapados
Sem conforto, sem guarida
São frutos abandonados
No grande pomar da vida
Caminhantes sem roteiro
Exaustos, os pés em sangue
Arrastam a alma exangue
Arrastam a alma exangue
Nas sendas do mundo inteiro;
Nem um pálido luzeiro
Nem um pálido luzeiro
De esperança aos deserdados
Lhes guia os passos cansados
Lhes guia os passos cansados
Com uma esmola de luz;
São párias, filhos de nus
Mendigos esfarrapados
A desgraça que os venceu
São párias, filhos de nus
Mendigos esfarrapados
A desgraça que os venceu
Fê-los, por ’scárnio profundo
Senhores de todo o mundo
Senhores de todo o mundo
Sem terem nada de seu;
Só pranto a sorte lhes deu
Só pranto a sorte lhes deu
Como herança fementida
À turba desprotegida
À turba desprotegida
Que leprosa, vil, abjecta;
Pelo infindo orbe vegeta
Sem conforto, sem guarida
Quando os vejo em caravana
Pelo infindo orbe vegeta
Sem conforto, sem guarida
Quando os vejo em caravana
Pelos caminhos distantes
Parecem os mendicantes
Parecem os mendicantes
Rebanhos de espécie humana;
E como a sorte os irmana
E como a sorte os irmana
E todos são desgraçados
São fatalmente pisados
São fatalmente pisados
Até que lhes chegue a morte;
Pois na fruteira da sorte
São frutos abandonados
Frutos do chão sem valor
Pois na fruteira da sorte
São frutos abandonados
Frutos do chão sem valor
Sorvados, ninguém aceita
É por isso que o mundo enjeita
É por isso que o mundo enjeita
Do mendigo a cruel dor;
Como pode ter sabor
Como pode ter sabor
E nos ser apetecida
A fruta que está caída
A fruta que está caída
Poeirenta, suja, mesquinha;
Flores que a gente espezinha
No grande pomar da vida
Flores que a gente espezinha
No grande pomar da vida
Minha mãe foi cigarreira
Linhares Barbosa / Francisco Radamanto / Henrique Rego
Popular *fado menor*
Repertório de Filipe Pinto
Minha mãe foi cigarreira
E tinha um porte bizarro
‘inda vejo a sua imagem
No fumo do meu cigarro
A sua alma branquinha
Honesta, modesta e franca
Envolvia a minha alma
Como a mortalha mais branca
Coitadinha, já morreu
Que o amor de Deus lhe valha
Foi concerteza pró céu
Envolta em branca mortalha
Minha mãe, estrela perdida
‘inda vejo entre os abrolhos
Como se fosse envolvida
Na mortalha dos meus olhos
Popular *fado menor*
Repertório de Filipe Pinto
Minha mãe foi cigarreira
E tinha um porte bizarro
‘inda vejo a sua imagem
No fumo do meu cigarro
A sua alma branquinha
Honesta, modesta e franca
Envolvia a minha alma
Como a mortalha mais branca
Coitadinha, já morreu
Que o amor de Deus lhe valha
Foi concerteza pró céu
Envolta em branca mortalha
Minha mãe, estrela perdida
‘inda vejo entre os abrolhos
Como se fosse envolvida
Na mortalha dos meus olhos
A noite caiu
Vasco Lima Couto / Joaquim Campos *fado vitória*
Repertório de Jorge Baptista da Silva
A noite caiu… e a vida
É uma ave escondida
Que canta sem ter razão
Cada aventura semeia
Nas pontes da lua cheia
Um fado no coração
Tentações de espaço e medo
Amarrados ao segredo
Que a meia luz compra e vende
No copo da mão parada
E nesse amor sem estrada
Que o próprio amor não entende
Horas dum sonho vazio
Sentado num tempo frio
Com gritos que são do mar
Por isso a paixão começa
Naquela nova promessa
Que se não pode encontrar
Repertório de Jorge Baptista da Silva
A noite caiu… e a vida
É uma ave escondida
Que canta sem ter razão
Cada aventura semeia
Nas pontes da lua cheia
Um fado no coração
Tentações de espaço e medo
Amarrados ao segredo
Que a meia luz compra e vende
No copo da mão parada
E nesse amor sem estrada
Que o próprio amor não entende
Horas dum sonho vazio
Sentado num tempo frio
Com gritos que são do mar
Por isso a paixão começa
Naquela nova promessa
Que se não pode encontrar
Minha sorte
Letra e música de Luís Severo
Repertório de Cristina Branco
Quis esquecer a minha dor
E não encarar a cor
Da verdade nua e crua
Quis fugir do teu amor
E à procura de melhor
Fui parar à tua rua
E à tua porta coisas belas
A espreitar pelas janelas
Que o calor lembrou à mágoa
Neste rio que ainda corre
Sobre a sede que não morre
Nem que beba toda a água
A minha sorte ilumina a madrugada
Se perco o norte em qualquer encruzilhada
Fica por perto e me faz sentir tão forte
Se deixar o peito aberto e cantar à minha sorte
Esta voz que por mim chama
Já não quer saber de fama
Nem engana o coração
Chora por mulher que ama
E no lugar vazio da cama
Só deitou a solidão
E se não há um tempo certo
P’ra fechar o peito aberto
Assentar, esperar a morte
Dou-me a cada recomeço
Se o reverso do seu preço
For ditando a minha sorte;
Numa força que me leva
Repertório de Cristina Branco
Quis esquecer a minha dor
E não encarar a cor
Da verdade nua e crua
Quis fugir do teu amor
E à procura de melhor
Fui parar à tua rua
E à tua porta coisas belas
A espreitar pelas janelas
Que o calor lembrou à mágoa
Neste rio que ainda corre
Sobre a sede que não morre
Nem que beba toda a água
A minha sorte ilumina a madrugada
Se perco o norte em qualquer encruzilhada
Fica por perto e me faz sentir tão forte
Se deixar o peito aberto e cantar à minha sorte
Esta voz que por mim chama
Já não quer saber de fama
Nem engana o coração
Chora por mulher que ama
E no lugar vazio da cama
Só deitou a solidão
E se não há um tempo certo
P’ra fechar o peito aberto
Assentar, esperar a morte
Dou-me a cada recomeço
Se o reverso do seu preço
For ditando a minha sorte;
Numa força que me leva
Fui louco
Letra de Jorge Rosa
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Todos me chamavam louco
Pelo muito que te amei
Se foi muito, não achei
Confesso até que achei pouco
Sinto que merecias mais
Mais carinho, mais ternura
Quando o amor é de loucura
Nunca parece de mais
Gostei de ti, só por isso
Que me importava a doidice
E talvez ninguém sentisse
O nosso amor p’ra além disso
Meu amor, quanto daria
Para de novo viver
A doidice de te querer
Co’a loucura d’algum dia
Deixei-te p’ra ter juízo
Sem razão, p’ra ter razão
Agora o meu coração
Pressente esse prejuízo
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Todos me chamavam louco
Pelo muito que te amei
Se foi muito, não achei
Confesso até que achei pouco
Sinto que merecias mais
Mais carinho, mais ternura
Quando o amor é de loucura
Nunca parece de mais
Gostei de ti, só por isso
Que me importava a doidice
E talvez ninguém sentisse
O nosso amor p’ra além disso
Meu amor, quanto daria
Para de novo viver
A doidice de te querer
Co’a loucura d’algum dia
Deixei-te p’ra ter juízo
Sem razão, p’ra ter razão
Agora o meu coração
Pressente esse prejuízo
Afinal o que vês em mim?
Nuno Prata / Peixe
Repertório de Cristina Branco
Abre a gaveta, e sem querer
Tropeça nos pés de uma carta esquecida
Em que lê; final o que é que vês em mim?
À ingrata pergunta
Nem sabe bem se deu resposta concreta
Isso hoje pouco importa
Não vale a pena resgatar… letra morta
Dentro da carta, além da pergunta
Um espelho e fotografias de alguém que sorri
Afinal o que é que vês em mim?
Constante, a pergunta ainda espera resposta
No verso da carta de esperar não se farta
É p’ra si razão de vida
Foi há quantos anos?
Nem dedos tem p’ra o contar
Deste acaso, há que apurar
Porque se dá e ao que vem
Fecha a gaveta, ausenta-se e atenta
Às fotos e ao espelho;
E de olhos nos olhos, lê:
Afinal o que é que vês em mim?
À data, a pergunta de novo se apresenta
Como ferida aberta:
Não pode não doer, não pode curar-se
Foi há tantos anos, é difícil aceitar
Esquece o tempo, faz por encerrar
Um passado avesso a passar
A resposta é perguntar:
Afinal, e tu... sim, em mim o que é que vias?
Abre a gaveta
Arruma o espelho, as fotos e a carta
Em que um dia alguém perguntou
Afinal o que é que vês em mim?
Repertório de Cristina Branco
Abre a gaveta, e sem querer
Tropeça nos pés de uma carta esquecida
Em que lê; final o que é que vês em mim?
À ingrata pergunta
Nem sabe bem se deu resposta concreta
Isso hoje pouco importa
Não vale a pena resgatar… letra morta
Dentro da carta, além da pergunta
Um espelho e fotografias de alguém que sorri
Afinal o que é que vês em mim?
Constante, a pergunta ainda espera resposta
No verso da carta de esperar não se farta
É p’ra si razão de vida
Foi há quantos anos?
Nem dedos tem p’ra o contar
Deste acaso, há que apurar
Porque se dá e ao que vem
Fecha a gaveta, ausenta-se e atenta
Às fotos e ao espelho;
E de olhos nos olhos, lê:
Afinal o que é que vês em mim?
À data, a pergunta de novo se apresenta
Como ferida aberta:
Não pode não doer, não pode curar-se
Foi há tantos anos, é difícil aceitar
Esquece o tempo, faz por encerrar
Um passado avesso a passar
A resposta é perguntar:
Afinal, e tu... sim, em mim o que é que vias?
Abre a gaveta
Arruma o espelho, as fotos e a carta
Em que um dia alguém perguntou
Afinal o que é que vês em mim?
Saudade
Letra de Henrique Rego
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Quem inventou a saudade
Não soube bem o que fez
Fez a palavra mais triste
Que tem o amor português
Saudade, palavra santa
Quando a ouso pronunciar
Sai-me do peito a chorar
Sai-me a cantar da garganta;
Tem tanta doçura, tanta
A sua sonoridade
Que não existe, em verdade
Coração no meu país;
Que afirme que foi feliz
Quem inventou a saudade
O desconhecido autor
Desse verbo que respeito
Decerto que tinha o peito
Gotejando pranto e dor;
E na febre o amargor
Do seu enorme revés
É que ele inventou, talvez
Essa palavra sentida;
Como tinha a alma ferida
Não soube bem o que fez
Mas é certo, é evidente
Que nós saudades só temos
Do que foi grato e perdemos
Ou que de nós está ausente;
Portanto, quem sofre e sente
Nesta terra, aonde existe
A tristeza que fruíste
Peito meu, dirá, por certo;
Que esse vivente, decerto
Fez a palavra mais triste
Sem as saudades, quem vive?
Sem elas, quem é ditoso?
Se eu ’inda vivo saudoso
Das saudades que já tive?!
Saudade, tudo revive
Na sublime pequenez
Desta palavra que em vez
De dizer pena, tormento;
Diz o maior sentimento
Que tem o amor português
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Quem inventou a saudade
Não soube bem o que fez
Fez a palavra mais triste
Que tem o amor português
Saudade, palavra santa
Quando a ouso pronunciar
Sai-me do peito a chorar
Sai-me a cantar da garganta;
Tem tanta doçura, tanta
A sua sonoridade
Que não existe, em verdade
Coração no meu país;
Que afirme que foi feliz
Quem inventou a saudade
O desconhecido autor
Desse verbo que respeito
Decerto que tinha o peito
Gotejando pranto e dor;
E na febre o amargor
Do seu enorme revés
É que ele inventou, talvez
Essa palavra sentida;
Como tinha a alma ferida
Não soube bem o que fez
Mas é certo, é evidente
Que nós saudades só temos
Do que foi grato e perdemos
Ou que de nós está ausente;
Portanto, quem sofre e sente
Nesta terra, aonde existe
A tristeza que fruíste
Peito meu, dirá, por certo;
Que esse vivente, decerto
Fez a palavra mais triste
Sem as saudades, quem vive?
Sem elas, quem é ditoso?
Se eu ’inda vivo saudoso
Das saudades que já tive?!
Saudade, tudo revive
Na sublime pequenez
Desta palavra que em vez
De dizer pena, tormento;
Diz o maior sentimento
Que tem o amor português
Carta a Lisboa
Óscar Martins Caro / Alfredo Correeiro *fado correeiro*
Repertório de Tony Quim
Lisboa vou escrever-te
Minhas saudades são tantas
Dos anos que te não vejo
Tenho vontade de ver-te
A ti e às tuas fragatas
A brincarem no teu Tejo
Ainda te lembras que eu tinha
Verdes anos e corria
Os becos mal-afamados
Da tua Alfama velhinha
Onde à noite me perdia
Na magia dos teus fados
E quando a aurora rompia
Os fadistas tresnoitadas
Das muralhas do Castelo
Rezavam p’la Mouraria
Cantando os mais belos fados
Que ela ouvia com desvelo
Os teus típicos pregões
Que nos lábios das varinas
Desciam da Madragoa
Enchiam os corações
Dos afanosos ardinas
Que te acordavam, Lisboa
Tudo em ti é cor e vida
Desde o azul do teu céu
Às tuas leviandades
Escreve-me, Lisboa querida
E manda-me um beijo teu
Para eu matar saudades
Repertório de Tony Quim
Lisboa vou escrever-te
Minhas saudades são tantas
Dos anos que te não vejo
Tenho vontade de ver-te
A ti e às tuas fragatas
A brincarem no teu Tejo
Ainda te lembras que eu tinha
Verdes anos e corria
Os becos mal-afamados
Da tua Alfama velhinha
Onde à noite me perdia
Na magia dos teus fados
E quando a aurora rompia
Os fadistas tresnoitadas
Das muralhas do Castelo
Rezavam p’la Mouraria
Cantando os mais belos fados
Que ela ouvia com desvelo
Os teus típicos pregões
Que nos lábios das varinas
Desciam da Madragoa
Enchiam os corações
Dos afanosos ardinas
Que te acordavam, Lisboa
Tudo em ti é cor e vida
Desde o azul do teu céu
Às tuas leviandades
Escreve-me, Lisboa querida
E manda-me um beijo teu
Para eu matar saudades
Borba
Letra e música de José da Câmara
Repertório do autor
Acorda bonita e formosa
Vaidosa por tudo o que faz
Serena e silenciosa
Acolhe o seu povo audaz
Paredes caiadas de branco
Passeios de beijar o chão
Cheirosa em cada recanto
A terra do meu coração
Ó Borba do meu Alentejo
Tens de sobejo sonhos para dar
Na fonte das bicas revejo
O aroma de um beijo roubado ao luar
Ó Borba tu trazes na mão
Toda a emoção que não se perdeu
Com fé rezo aquela oração
Com devoção a São Bartolomeu
As danças das oliveiras
Anunciam bom manjar
O vinho reflecte as pedreiras
E o queijo está quase a chegar
A tarde é levada p’lo vento
Deixando um aroma a romã
E Borba adormece ao relento
Na esperança de haver amanhã
Repertório do autor
Acorda bonita e formosa
Vaidosa por tudo o que faz
Serena e silenciosa
Acolhe o seu povo audaz
Paredes caiadas de branco
Passeios de beijar o chão
Cheirosa em cada recanto
A terra do meu coração
Ó Borba do meu Alentejo
Tens de sobejo sonhos para dar
Na fonte das bicas revejo
O aroma de um beijo roubado ao luar
Ó Borba tu trazes na mão
Toda a emoção que não se perdeu
Com fé rezo aquela oração
Com devoção a São Bartolomeu
As danças das oliveiras
Anunciam bom manjar
O vinho reflecte as pedreiras
E o queijo está quase a chegar
A tarde é levada p’lo vento
Deixando um aroma a romã
E Borba adormece ao relento
Na esperança de haver amanhã
Versos de pranto
A.C.Firmino / Armando Machado *fado súplica*
Repertório de Joana Almeida
Há coisas que as palavras, nunca dizem
Por mais bela que seja a poesia
E se algum dia, os versos me faltarem
Ao menos, que não me falte a melodia
Nem mil fados me darão, o que peço
Nem guitarras, vão-me acompanhar
Mas que seja neste fado, que eu confesso
Todo o amor, que eu tenho p’ra te dar
Perdi-me pelas ruas, mais belas
Em noites de chuva e de vento
Andei por entre becos e vielas
Mas só te encontrei no pensamento
Solto a minha voz, neste meu brado
Fazendo dos meus versos, o meu pranto
Saudades fazem de ti, o meu fado
E tenho-te na voz, porque te canto
Repertório de Joana Almeida
Há coisas que as palavras, nunca dizem
Por mais bela que seja a poesia
E se algum dia, os versos me faltarem
Ao menos, que não me falte a melodia
Nem mil fados me darão, o que peço
Nem guitarras, vão-me acompanhar
Mas que seja neste fado, que eu confesso
Todo o amor, que eu tenho p’ra te dar
Perdi-me pelas ruas, mais belas
Em noites de chuva e de vento
Andei por entre becos e vielas
Mas só te encontrei no pensamento
Solto a minha voz, neste meu brado
Fazendo dos meus versos, o meu pranto
Saudades fazem de ti, o meu fado
E tenho-te na voz, porque te canto
Quadras, trovas de sabedoria
Autor: Silva Tavares
Do livro Mais Cantigas / 1924
Versos transcritos do livro editado pela
Do livro Mais Cantigas / 1924
Versos transcritos do livro editado pela
Academia da Guitarra e do Fado
Dava o trono, sendo rei
P’la mulher apetecida
Porque a beleza de lei
É o império da vida
Com o que passou não contem
Que é reviver desenganos
Olhem sempre o dia d’ontem
Como um dia d’há cem anos
Logo que a vida é gerada
Em tudo a tragédia existe
No riso e na gargalhada
No alegre e no que é triste
Lá porque és feia, tem calma
Não te faltam seduções
Vale mais ser linda d’alma
Que ser linda de feições
Dar conselhos a quem ama
Havia de ser defeso
É lançar álcool na chama
Dum simples fósforo aceso
Tanto este amor me consome
Que temo estar a teu lado
O lobo quando tem fome
Não respeita o povoado
Ninguém tenha como certa
A sorte que se anuncia
Só depois de ser aberta
Se conhece a melancia
Morto o amor, por ofensa
Só o ódio se tolera
Desdém, desprezo, indif’rença
Não passam duma quimera
Dava o trono, sendo rei
P’la mulher apetecida
Porque a beleza de lei
É o império da vida
Com o que passou não contem
Que é reviver desenganos
Olhem sempre o dia d’ontem
Como um dia d’há cem anos
Logo que a vida é gerada
Em tudo a tragédia existe
No riso e na gargalhada
No alegre e no que é triste
Lá porque és feia, tem calma
Não te faltam seduções
Vale mais ser linda d’alma
Que ser linda de feições
Dar conselhos a quem ama
Havia de ser defeso
É lançar álcool na chama
Dum simples fósforo aceso
Tanto este amor me consome
Que temo estar a teu lado
O lobo quando tem fome
Não respeita o povoado
Ninguém tenha como certa
A sorte que se anuncia
Só depois de ser aberta
Se conhece a melancia
Morto o amor, por ofensa
Só o ódio se tolera
Desdém, desprezo, indif’rença
Não passam duma quimera
Todas as ondas do mar
Letra e música de Joana Amendoeira
Repertório da autora
Todas as lendas
Tudo o que eu não sei contar
Todos os sonhos
Todas as ondas do mar
Todas as mágoas
Tudo o que eu não soube amar
Todas as letras
Todas as ondas do mar
Falo de mim mas és tu
Que apareces em cada palavra
Falo de mim mas esqueço o sentido
Do que estava p’ra dizer
Falo da chuva, falo do vento
Falo das ondas que roubei ao mar
Para te oferecer
Todos os corpos
Tudo o que falta provar
Todos os barcos
Todas as ondas do mar
Todos os medos
Tudo o que me tira o ar
Todos os erros
Todas as ondas do mar
Fujo de ti mas tu surges na sombra
De todas as noites
Fujo de ti mas fugir é pedir
Que me deixes regressar
Fujo do tempo, fujo do espaço
Fujo das ondas
Por não ter coragem de me afogar
Todos os búzios
Tudo o que tenho p’ra dar
Todos os beijos
Todas as ondas do mar
Repertório da autora
Todas as lendas
Tudo o que eu não sei contar
Todos os sonhos
Todas as ondas do mar
Todas as mágoas
Tudo o que eu não soube amar
Todas as letras
Todas as ondas do mar
Falo de mim mas és tu
Que apareces em cada palavra
Falo de mim mas esqueço o sentido
Do que estava p’ra dizer
Falo da chuva, falo do vento
Falo das ondas que roubei ao mar
Para te oferecer
Todos os corpos
Tudo o que falta provar
Todos os barcos
Todas as ondas do mar
Todos os medos
Tudo o que me tira o ar
Todos os erros
Todas as ondas do mar
Fujo de ti mas tu surges na sombra
De todas as noites
Fujo de ti mas fugir é pedir
Que me deixes regressar
Fujo do tempo, fujo do espaço
Fujo das ondas
Por não ter coragem de me afogar
Todos os búzios
Tudo o que tenho p’ra dar
Todos os beijos
Todas as ondas do mar
No dia em que tu voltares
Letra de Jorge Rosa
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Trago um punhado de estrelas
Guardado na mão fechada
Colhi no céu as mais belas
Para enfeitar-te com elas
Quando da tua chegada
Tecerei com meu carinho
Grinaldas de malmequeres
Para enfeitar o caminho
Que hás-de pisar de mansinho
No dia em que tu vieres
Rios de mel e de desejo
Guardo nos lábios, confesso
Darão o gosto e o ensejo
Para fabricar o beijo
Que te darei no regresso
E de corpo e alma nua
Erguerei p’ra ti altares
E à luz do sol ou da lua
Serei tua, mais que tua
No dia em que tu voltares
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Trago um punhado de estrelas
Guardado na mão fechada
Colhi no céu as mais belas
Para enfeitar-te com elas
Quando da tua chegada
Tecerei com meu carinho
Grinaldas de malmequeres
Para enfeitar o caminho
Que hás-de pisar de mansinho
No dia em que tu vieres
Rios de mel e de desejo
Guardo nos lábios, confesso
Darão o gosto e o ensejo
Para fabricar o beijo
Que te darei no regresso
E de corpo e alma nua
Erguerei p’ra ti altares
E à luz do sol ou da lua
Serei tua, mais que tua
No dia em que tu voltares
Sudário
Gonçalo Salgueiro / Armando Machado *fado súplica*
Repertório de Gonçalo Salgueiro
Fiz do teu corpo altar, onde m’inflamo
O negro dos teus olhos, santuário
Da tua boca os fados que derramo
Da tua pele morena, meu sudário
O cheiro do teu corpo é meu incenso
Aceso no meu corpo em devoção
Num ritual antigo em que me venço
Ascendo ao alto plano da paixão
O som da tua voz é negro brado
Que ecoa no meu ser como um trovão
Liberta meu viver deste pecado
E rasga dentro em mim a solidão
Deixa-me ser a chama que em ti arde
E aquece tuas mãos de noite escura
Esquecer qual é o nome da saudade
Fazer amor contigo e ser loucura
No dia em que um só fado me restar
No tempo que a idade me consome
O último suspiro que eu cantar
Amor, seja teu nome, amor teu nome
Repertório de Gonçalo Salgueiro
Fiz do teu corpo altar, onde m’inflamo
O negro dos teus olhos, santuário
Da tua boca os fados que derramo
Da tua pele morena, meu sudário
O cheiro do teu corpo é meu incenso
Aceso no meu corpo em devoção
Num ritual antigo em que me venço
Ascendo ao alto plano da paixão
O som da tua voz é negro brado
Que ecoa no meu ser como um trovão
Liberta meu viver deste pecado
E rasga dentro em mim a solidão
Deixa-me ser a chama que em ti arde
E aquece tuas mãos de noite escura
Esquecer qual é o nome da saudade
Fazer amor contigo e ser loucura
No dia em que um só fado me restar
No tempo que a idade me consome
O último suspiro que eu cantar
Amor, seja teu nome, amor teu nome
Quero
Letra e música de Carolina Deslandes
Repertório de Cuca Roseta
Quero um amor simples como o sol
Que pousa nas flores como o pó
Que pousa nas dores
Quero
Quero um amor comum como um olá
Que cruza na rua um até já
Que se perpetua
Eu quero
Quero a tua mão
Debajxo da minha cabeça, quero
Quero um colchão
E uma vida que corre sem pressa
Quero
Eu quero-te a ti
Eu quero-te a ti
Eu quero-te a ti
Repertório de Cuca Roseta
Quero um amor simples como o sol
Que pousa nas flores como o pó
Que pousa nas dores
Quero
Quero um amor comum como um olá
Que cruza na rua um até já
Que se perpetua
Eu quero
Quero a tua mão
Debajxo da minha cabeça, quero
Quero um colchão
E uma vida que corre sem pressa
Quero
Eu quero-te a ti
Eu quero-te a ti
Eu quero-te a ti
À noite quando vieres
Letra de Jorge Rosa
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
À noite, quando vieres
Com teu lençol de carinho
Nos teus braços, fresco linho
Dou-te os sonhos que quiseres
Juntos na mesma almofada
O meu rosto e o teu rosto
Selarão num beijo o gosto
Da mais doce madrugada
E a noite silenciosa
Será nossa confidente
Calará, feliz, contente
A nossa corte ditosa
Seremos nós, tu e eu
A moldar com toda a alvura
Do linho, amor e ternura
As formas do nosso céu
E tudo quanto me deres
Com carinho te devolvo
Que há sempre um amor de novo
À noite, quando vieres
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
À noite, quando vieres
Com teu lençol de carinho
Nos teus braços, fresco linho
Dou-te os sonhos que quiseres
Juntos na mesma almofada
O meu rosto e o teu rosto
Selarão num beijo o gosto
Da mais doce madrugada
E a noite silenciosa
Será nossa confidente
Calará, feliz, contente
A nossa corte ditosa
Seremos nós, tu e eu
A moldar com toda a alvura
Do linho, amor e ternura
As formas do nosso céu
E tudo quanto me deres
Com carinho te devolvo
Que há sempre um amor de novo
À noite, quando vieres
Meu nó aflito
Gonçalo Salgueiro / Raúl Pereira *fado zé grande*
Repertório de Gonçalo Salgueiro
Vesti-me de saudade e fui ao fado
Com meu casaco longo, cor de pranto
A lágrimas de amor foi debruado
Tecido no tear do desencanto
Meu fato cor de noite e de pecado
Tingido às mãos da minha amargura
Tem um colete azul de dor cintado
Forrado a seda branca de ternura
Dei na minha gravata um nó aflito
E na lapela pus um lenço triste
No pulso o teu relógio favorito
Que marca ainda a hora em que partiste
Subi à Mouraria, bairro antigo
Conhecem meus sapatos, seu caminho
E sem saber bem como, dei contigo
E desfiei-me em fados de carinho
Ali nosso destino foi traçado
E juntos nós deixámos a Moirama
Com meu corpo no teu entrelaçado
Despi-me da saudade em tua cama
Repertório de Gonçalo Salgueiro
Vesti-me de saudade e fui ao fado
Com meu casaco longo, cor de pranto
A lágrimas de amor foi debruado
Tecido no tear do desencanto
Meu fato cor de noite e de pecado
Tingido às mãos da minha amargura
Tem um colete azul de dor cintado
Forrado a seda branca de ternura
Dei na minha gravata um nó aflito
E na lapela pus um lenço triste
No pulso o teu relógio favorito
Que marca ainda a hora em que partiste
Subi à Mouraria, bairro antigo
Conhecem meus sapatos, seu caminho
E sem saber bem como, dei contigo
E desfiei-me em fados de carinho
Ali nosso destino foi traçado
E juntos nós deixámos a Moirama
Com meu corpo no teu entrelaçado
Despi-me da saudade em tua cama
Luz materna
Nuno Amador / Carlos da Maia *fado perseguição*
Repertörio de Cuca Roseta
Uma luz nasceu no alto
Pôs a terra em sobressalto
E o sol, no céu, dançou
Segredou-nos um recado
Convertei o vosso fado
E de novo a paz vos dou
Fado em vida convertido
Vinho em taça recolhido
Que dá esperança à escuridão
Pois na alma de quem canta
Há uma fé que se levanta
E nasce esta oração
Luz materna, luz bendita
Ouve a nossa voz aflita
Abrigada nos umbrais
Dentro e fora, assim andamos
E entretanto é que esperamos
Que se calem nossos ais
Luz que cantas maior luz
Ilumina a nossa cruz
Dá-nos hoje o teu sinal
Nesta hora em que anoitece
Ouve, ó Mãe, a nossa prece
Vem de novo a Portugal
Repertörio de Cuca Roseta
Uma luz nasceu no alto
Pôs a terra em sobressalto
E o sol, no céu, dançou
Segredou-nos um recado
Convertei o vosso fado
E de novo a paz vos dou
Fado em vida convertido
Vinho em taça recolhido
Que dá esperança à escuridão
Pois na alma de quem canta
Há uma fé que se levanta
E nasce esta oração
Luz materna, luz bendita
Ouve a nossa voz aflita
Abrigada nos umbrais
Dentro e fora, assim andamos
E entretanto é que esperamos
Que se calem nossos ais
Luz que cantas maior luz
Ilumina a nossa cruz
Dá-nos hoje o teu sinal
Nesta hora em que anoitece
Ouve, ó Mãe, a nossa prece
Vem de novo a Portugal
Pecados
Gonçalo Salgueiro / Raúl Ferrão *fado alcântara*
Repertório de Gonçalo Salgueiro
Trago nas veias o sangue de um povo triste
Que de lutar não desiste, p’lo que já fomos
Trago na boca o passado que já não volta
E um grito de revolta p’lo que hoje somos
Trago nos olhos a cor do céu cinzento
De tanto chorar o momento em que partiste
E agora canto evou dizer a toda a gente
Como eu amo loucamente quem não existe
Eu por ti, deixaria este mundo
Descia ao mais profundo
Ao fundo do inferno
Eu por ti, sete pecados cometia
E na cruz eu morreria
Por teu amor eterno
Eu por ti vendi a alma ao fado
E mesmo assim não tive
Os afectos teus
Veio que é impossível, tão errado
Querer o amor de alguém
Sem amar a Deus
Trago no peito sem fé, o teu vazio
E meu coração bate frio, morto de fome
Trago nas mãos, em vão, gretada esperança
Que de esperar-te não cansa, nem nunca dorme
Trago no corpo, queimado p’lo teu perfume
A raiva, a dor e o ciúme de quem sofreu
E agora canto e vou dizer a toda a gente
Como eu amo loucamente quem não é meu
Repertório de Gonçalo Salgueiro
Trago nas veias o sangue de um povo triste
Que de lutar não desiste, p’lo que já fomos
Trago na boca o passado que já não volta
E um grito de revolta p’lo que hoje somos
Trago nos olhos a cor do céu cinzento
De tanto chorar o momento em que partiste
E agora canto evou dizer a toda a gente
Como eu amo loucamente quem não existe
Eu por ti, deixaria este mundo
Descia ao mais profundo
Ao fundo do inferno
Eu por ti, sete pecados cometia
E na cruz eu morreria
Por teu amor eterno
Eu por ti vendi a alma ao fado
E mesmo assim não tive
Os afectos teus
Veio que é impossível, tão errado
Querer o amor de alguém
Sem amar a Deus
Trago no peito sem fé, o teu vazio
E meu coração bate frio, morto de fome
Trago nas mãos, em vão, gretada esperança
Que de esperar-te não cansa, nem nunca dorme
Trago no corpo, queimado p’lo teu perfume
A raiva, a dor e o ciúme de quem sofreu
E agora canto e vou dizer a toda a gente
Como eu amo loucamente quem não é meu
Fado dos namorados
João Direitinho / Guilherme Alface e Mário Monginho
Repertório de Joana Almeida
Já sei que vieste à minha porta bater
Em busca do que não te posso dar
Se eu pudesse, eu daria, maldita alegria
Por eu te querer abraçar
Canto pelos cantos, ecoa em Santos
Não deixes meu pai ver-te entrar
Porque p’ra ele ‘inda é cedo
E o meu pai só tem medo
Que eu queira casar
Sei que falaram de nós no café
Mas ninguém sabe o teu nome
Maldito o dia, se a minha família
Venha a descobrir com quem estou
E não me dês flores, p’ra evitar rumores
Que possam haver sobre nós
É que a minha mãe já sabe
E foi dizer ao padre
Que quer ser avó
Vem cá p’ra casa
Que esta noite há farra na rua
E ninguém vai faltar
Repertório de Joana Almeida
Já sei que vieste à minha porta bater
Em busca do que não te posso dar
Se eu pudesse, eu daria, maldita alegria
Por eu te querer abraçar
Canto pelos cantos, ecoa em Santos
Não deixes meu pai ver-te entrar
Porque p’ra ele ‘inda é cedo
E o meu pai só tem medo
Que eu queira casar
Sei que falaram de nós no café
Mas ninguém sabe o teu nome
Maldito o dia, se a minha família
Venha a descobrir com quem estou
E não me dês flores, p’ra evitar rumores
Que possam haver sobre nós
É que a minha mãe já sabe
E foi dizer ao padre
Que quer ser avó
Vem cá p’ra casa
Que esta noite há farra na rua
E ninguém vai faltar
Vou ficar sozinha, até de manhãzinha
Vem que os meus pais não vão cá estar
O bairro todo pensa que há namoro
E ninguém nos pode apanhar
Porque se o meu irmão sonha
Tamanha vergonha
Vai-te querer matar
Vem com cuidado, não percas o tato
Meu quarto é no primeiro andar
Sobe p’las escadas, canta baladas
Só assim vais puder entrar
Mas se o meu irmão sonha
Tamanha vergonha
Vai-te querer matar;
É que p’ra ele ainda é cedo
E o meu pai só tem medo
Que eu queira casar
Vem que os meus pais não vão cá estar
O bairro todo pensa que há namoro
E ninguém nos pode apanhar
Porque se o meu irmão sonha
Tamanha vergonha
Vai-te querer matar
Vem com cuidado, não percas o tato
Meu quarto é no primeiro andar
Sobe p’las escadas, canta baladas
Só assim vais puder entrar
Mas se o meu irmão sonha
Tamanha vergonha
Vai-te querer matar;
É que p’ra ele ainda é cedo
E o meu pai só tem medo
Que eu queira casar
Ando a sonhar acordado
Letra de Jorge Rosa
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Ando a sonhar acordado
Desde o dia em que te vi
Vejo-te por todo o lado
Tudo me fala de ti
Cada sombra em cada rua
Cada vulto em cada esquina
São o vulto e a sombra tua
Que me ataca e me domina
Trago-te nos meus sentidos
Percorres as minhas veias
Onde brincas e semeias
Meus ciúmes incontidos
Quem me dera adormecer
Para acordar deste sonho
E ver se deixo de ver
O que acordado suponho
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Ando a sonhar acordado
Desde o dia em que te vi
Vejo-te por todo o lado
Tudo me fala de ti
Cada sombra em cada rua
Cada vulto em cada esquina
São o vulto e a sombra tua
Que me ataca e me domina
Trago-te nos meus sentidos
Percorres as minhas veias
Onde brincas e semeias
Meus ciúmes incontidos
Quem me dera adormecer
Para acordar deste sonho
E ver se deixo de ver
O que acordado suponho
Sombras e fado
Gonçalo Salgueiro / Francisco José Marques *fado zé negro*
Repertório de Gonçalo Salgueiro
Vivo entre sombras e fado
Meu viver é assombrado
Pelas lembranças de ti
À noite, um grito gelado
Acorda um sonho calado
Lembrando o que já perdi
Sou sombra do teu passado
Um ser triste e mal amado
Que te canta este poema
Foi escrito em tom magoado
Das dores de um corpo marcado
Pecado que a ti me algema
Vivo buscando outras bocas
Nas aventuras mais loucas
Sempre de alma vazia
Meu corpo é todo cansaço
Dessas camas que desfaço
Numa vingança sombria
Não chorem quando eu morrer
Nem meus versos queiram ler
São ecos da tua sombra
Liberto dum sonho antigo
Agora sou teu castigo
Agora sou quem te ensombra
Repertório de Gonçalo Salgueiro
Vivo entre sombras e fado
Meu viver é assombrado
Pelas lembranças de ti
À noite, um grito gelado
Acorda um sonho calado
Lembrando o que já perdi
Sou sombra do teu passado
Um ser triste e mal amado
Que te canta este poema
Foi escrito em tom magoado
Das dores de um corpo marcado
Pecado que a ti me algema
Vivo buscando outras bocas
Nas aventuras mais loucas
Sempre de alma vazia
Meu corpo é todo cansaço
Dessas camas que desfaço
Numa vingança sombria
Não chorem quando eu morrer
Nem meus versos queiram ler
São ecos da tua sombra
Liberto dum sonho antigo
Agora sou teu castigo
Agora sou quem te ensombra
Não te deixes sofrer
Letra e música de Luísa Sobral
Repertório de Joana Almeida
Não te deixes sofrer
Diz-me o meu coração
Quando salta p’rá boca
Quando perco a noção
Quando assim me apaixono
Sem querer saber de nada
Não te deixes sofrer
Pela pessoa errada
Não te deixes chorar
Não te pode doer
No início são flores
Depois é vê-las crescer
Repertório de Joana Almeida
Não te deixes sofrer
Diz-me o meu coração
Quando salta p’rá boca
Quando perco a noção
Quando assim me apaixono
Sem querer saber de nada
Não te deixes sofrer
Pela pessoa errada
Não te deixes chorar
Não te pode doer
No início são flores
Depois é vê-las crescer
Se começam por ser espinhos
Nem vale a pena regar
Amor que começa em dor
Não se deve alimentar
Vais saber quando aparecer
Um amor de verdade
E quando isso acontecer
Vais chorar de felicidade
E o tempo dos espinhos
Ficará p’ra trás
P’ra que o teu coração em flor
Possa crescer em paz
Não te deixes sofrer
Diz-me o meu coração
Quando fora do peito
Bate louco de paixão
Só ouço lá bem longe
Ou talvez nem queira ouvir
Um dia deixa de bater
Um dia deixa de sentir
Nem vale a pena regar
Amor que começa em dor
Não se deve alimentar
Vais saber quando aparecer
Um amor de verdade
E quando isso acontecer
Vais chorar de felicidade
E o tempo dos espinhos
Ficará p’ra trás
P’ra que o teu coração em flor
Possa crescer em paz
Não te deixes sofrer
Diz-me o meu coração
Quando fora do peito
Bate louco de paixão
Só ouço lá bem longe
Ou talvez nem queira ouvir
Um dia deixa de bater
Um dia deixa de sentir
Vou saber quando aparecer
Um anor de verdade
E quando isso acontecer
Vou chorar de felicidade
E o tempo dos espinhos
Ficará p’ra trás
P’ra que o meu coração em flor
Possa crescer em paz:
E o tempo dos espinhos
Ficará p’ra trás
P’ra que o meu coração em flor
Cresça em paz
Um anor de verdade
E quando isso acontecer
Vou chorar de felicidade
E o tempo dos espinhos
Ficará p’ra trás
P’ra que o meu coração em flor
Possa crescer em paz:
E o tempo dos espinhos
Ficará p’ra trás
P’ra que o meu coração em flor
Cresça em paz
Engano
Gonçalo Salgueiro / Alfredo Duarte *fado laranjeira*
Repertório de Gonçalo Salgueiro
Ligaste-me esta noite na hora em que se afunda
Em meu peito a carência e as garras da verdade
A noite foi mais noite, a dor foi mais profunda
Chorei a tua ausência, feriu mais a saudade
Ao ouvir a tua voz, julguei, por um repente
Amor, que tu soubesses, que em ti ‘stava a pensar
Perguntei-te por nós de alma incandescente
À espera que dissesses a mim querer voltar
P’ra alguém não perceber, calaste, passaste à frente
Disseste estar sem tempo, contaste coisas banais
Começo a entender que tudo está dif’rente
Passou nosso momento e não me queres mais
Tentando não chorar, despedi-me me de ti
E vi a realidade, o amor é tão insano
Depois de desligar, então eu percebi
Que não era saudade, ligaste por engano
Repertório de Gonçalo Salgueiro
Ligaste-me esta noite na hora em que se afunda
Em meu peito a carência e as garras da verdade
A noite foi mais noite, a dor foi mais profunda
Chorei a tua ausência, feriu mais a saudade
Ao ouvir a tua voz, julguei, por um repente
Amor, que tu soubesses, que em ti ‘stava a pensar
Perguntei-te por nós de alma incandescente
À espera que dissesses a mim querer voltar
P’ra alguém não perceber, calaste, passaste à frente
Disseste estar sem tempo, contaste coisas banais
Começo a entender que tudo está dif’rente
Passou nosso momento e não me queres mais
Tentando não chorar, despedi-me me de ti
E vi a realidade, o amor é tão insano
Depois de desligar, então eu percebi
Que não era saudade, ligaste por engano
Se o meu barco deriva
Letra e música de Billy Blanco
Repertório de Joana Almeida
Este meu xaile recebi de herança
E a voz que é a foz do meu leito de rio
Para mim o que vale é manter a esperança
E encontrar a beleza na tristeza que sinto
Protejo minha alma
Das certezas do meu coração
A razão me acalma
E o fado âncora-me no chão
Meu sim é um mar, quando os nãos dessa vida
Tentam-me assustar, se o meu barco deriva
Mas durmo em paz e desperto sem medo
Deixei coisas para trás e guardei meu segredo
Eu sei que sou tua
Como minha também é a lua
Já dei tudo de mim
Meu chorar, meu sorrir;
Aceita-me assim
Ou deixa-me partir
Repertório de Joana Almeida
Este meu xaile recebi de herança
E a voz que é a foz do meu leito de rio
Para mim o que vale é manter a esperança
E encontrar a beleza na tristeza que sinto
Protejo minha alma
Das certezas do meu coração
A razão me acalma
E o fado âncora-me no chão
Meu sim é um mar, quando os nãos dessa vida
Tentam-me assustar, se o meu barco deriva
Mas durmo em paz e desperto sem medo
Deixei coisas para trás e guardei meu segredo
Eu sei que sou tua
Como minha também é a lua
Já dei tudo de mim
Meu chorar, meu sorrir;
Aceita-me assim
Ou deixa-me partir
Cantador da noite calma
Letra de Jorge Rosa
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Cantador da noite calma
Traz-me a calma dos teus versos
Que estes ciúmes perversos
Dão cabo da minha alma
Pede à brisa que componha
Uma toada bonita
P’ra eu esquecer a desdita
Desta existência tristonha
Pede rimas às estrelas
E faz uma trova bela
P’ra vires cantar à janela
Onde faço as minhas velas
Traz sossego à minha alma
Que a tua lira conforta
Vem cantar à minha porta
Cantador da noite calma
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Cantador da noite calma
Traz-me a calma dos teus versos
Que estes ciúmes perversos
Dão cabo da minha alma
Pede à brisa que componha
Uma toada bonita
P’ra eu esquecer a desdita
Desta existência tristonha
Pede rimas às estrelas
E faz uma trova bela
P’ra vires cantar à janela
Onde faço as minhas velas
Traz sossego à minha alma
Que a tua lira conforta
Vem cantar à minha porta
Cantador da noite calma
Luzinha
Pedro da Silva Martins / P.S.Martins e José Luís Martins
Repertório de Cuca Roseta
Há uma luzinha
Que brilha no teu sorriso
Luz que ilumina
Tudo a que está escurecido
Andei na penumbra
Tropecei a cada passo
E uma noite escura
Vi a cor ao teu abraço
Ó cara carinha
Não te deixes ensombrar
Ri-te e vem ver o sol brilhar
Em cada tristeza
E em cada solidão
Há sempre acesa
Uma luz na escuridão
Só quem se detém
É que vê o seu brilhar
Dessa luz que tem
Cada um para mostrar
À noite não falha
Essa luz vira tição
E deve ser de palha
Por dentro o meu coração
E se houve alturas
Em que não me quis queimar
Esta noite escura
Já não consigo evitar
Repertório de Cuca Roseta
Há uma luzinha
Que brilha no teu sorriso
Luz que ilumina
Tudo a que está escurecido
Andei na penumbra
Tropecei a cada passo
E uma noite escura
Vi a cor ao teu abraço
Ó cara carinha
Não te deixes ensombrar
Ri-te e vem ver o sol brilhar
Em cada tristeza
E em cada solidão
Há sempre acesa
Uma luz na escuridão
Só quem se detém
É que vê o seu brilhar
Dessa luz que tem
Cada um para mostrar
À noite não falha
Essa luz vira tição
E deve ser de palha
Por dentro o meu coração
E se houve alturas
Em que não me quis queimar
Esta noite escura
Já não consigo evitar
Volta
Letra e música de Diogo Piçarra
Repertório de Gonçalo Salgueiro
Repertório de Gonçalo Salgueiro
Volta, fica só mais um segundo
Espera-te um abraço profundo
Nele damos voltas ao mundo
No amor mergulhamos a fundo
Quero-te só mais um momento
P’ra dar cor ao teu céu cinzento
Marcar o teu rosto no meu peito
Recriarmos um dia perfeito
Volta e afasta os meus medos
Preciso de ti nos meus dedos
Acordar-te sempre com segredos
Com o sorriso paravas o tempo
Volta porque não aguento
Sem ti para me dar alento
Prefiro ter-te com todos os defeitos
Do que os nossos sonhos desfeitos
Porque sem ti não consigo
Volta para me dar sentido
Sou apenas um corpo perdido
Por isso só te peço que voltes
Volta / Volta / Volta
Volta / Volta
Mas tu não voltas
Partiste p’ra outro mundo
Deixaste-me aqui bem no fundo
Volta por mais um segundo
Volta só por um segundo
Espera-te um abraço profundo
Nele damos voltas ao mundo
No amor mergulhamos a fundo
Quero-te só mais um momento
P’ra dar cor ao teu céu cinzento
Marcar o teu rosto no meu peito
Recriarmos um dia perfeito
Volta e afasta os meus medos
Preciso de ti nos meus dedos
Acordar-te sempre com segredos
Com o sorriso paravas o tempo
Volta porque não aguento
Sem ti para me dar alento
Prefiro ter-te com todos os defeitos
Do que os nossos sonhos desfeitos
Porque sem ti não consigo
Volta para me dar sentido
Sou apenas um corpo perdido
Por isso só te peço que voltes
Volta / Volta / Volta
Volta / Volta
Mas tu não voltas
Partiste p’ra outro mundo
Deixaste-me aqui bem no fundo
Volta por mais um segundo
Volta só por um segundo
Sábio mudo
Cuca Roseta / Pedro Campos
Repertório de Cuca Roseta
Entra agora em casa e fecha a porta
Sabes que este dia ia chegar
Chega-te ao seu lado, não importa
Ouve o que ele tem p’ra te contar
Olha nos seus olhos tão sinceros
Deita no seu colo os teus segredos
Dá-te aos seus abraços
Deita nos seus braços os teus medos
Sabes que ao pensar te vai doer
Chora tudo o que tens para chorar
Sente tudo o que querias esquecer
Esquece tudo o que tens p’ra guardar
Não falar, é o seu grande atributo
É um sábio mudo e muda tudo
Entra agora em casa
O silêncio está sentado à mesa
Repertório de Cuca Roseta
Entra agora em casa e fecha a porta
Sabes que este dia ia chegar
Chega-te ao seu lado, não importa
Ouve o que ele tem p’ra te contar
Olha nos seus olhos tão sinceros
Deita no seu colo os teus segredos
Dá-te aos seus abraços
Deita nos seus braços os teus medos
Sabes que ao pensar te vai doer
Chora tudo o que tens para chorar
Sente tudo o que querias esquecer
Esquece tudo o que tens p’ra guardar
Não falar, é o seu grande atributo
É um sábio mudo e muda tudo
Entra agora em casa
O silêncio está sentado à mesa
Quadras do amor
*da saudade, da melancolia*
Autor: Silva Tavares
Do livro Quem Canta / 1923
Versos transcritos do livro editado pela
Autor: Silva Tavares
Do livro Quem Canta / 1923
Versos transcritos do livro editado pela
Academia da Guitarra e do Fado
O nome, a honra e os bens
Tudo te dei, tudo é teu
O próprio amor que me tens
É o que sobra do meu
Foi no dia em que te vi
Que rezei p’la vez primeira
Crer em Deus e crer em ti
É crer da mesma maneira
’Inda hão-de nascer os sábios
Que digam por que razão
Um beijo dado nos lábios
Se sente no coração
Ao que sinto só por ti
Não sei que nome lhe dê
Só sei que nunca senti
Um tão doce não sei quê
Já que todos os meus bens
Se encerram no teu carinho
Por alma de quem lá tens
Não me deixes pobrezinho
Não te quis falar de amor
Por timidez fiquei mudo
Mas não pensei no pior
Os olhos disseram tudo
Quando o ciúme te assalta
Sê calmo: não há nenhuma
Onda do mar, por mais alta
Que não se desfaça em espuma
Já que me chamo Maria
E que um José me seduz
Menino que tenha um dia
Há-de chamar-se Jesus
Traçou Deus a minha sina
Nos teus olhos de cigana
E aquilo que Deus destina
Pode mais que a força humana
Só penso em ver se te vejo
Mas fujo se por ti passo
E faço o que não desejo
E desejo o que não faço
Se tu tens que me deixar
Deus eternize o meu sono
Mas que nem mesmo a sonhar
Eu sinta o teu abandono
O adeus mais a distância
Casaram contra vontade
Mas não foi tanta a inconstância
Que não nascesse a saudade
Não chores se se murmura
Porque sais quando anoitece
O luar é a luz mais pura
E só de noite aparece
Quem quer que sejas não fujas
Da mulher que se perdeu
Na lama das ruas sujas
Brilham os astros do céu
Antes ceguinho ficasse
Naquela maldita hora
Se em vez de ver-te cegasse
Sofria menos agora
Um não, é mais venenoso
Que os venenos mais certeiros
Antes um sim mentiroso
Que trinta nãos verdadeiros
Por alguém que vive longe
Lá nos céus, lá no sem-fim
Meu coração fez-se monge
E reza dentro de mim
Dentre os milhões de Marias
Tu és a dos meus encantos
Todos os dias são dias
Mas há também dias-santos
Quando beijares sê calma
Cada beijo, minha louca
É mais um pedaço d’alma
Que nos foge pela boca
Passo meus dias lembrando
O momento em que te vi
E adormeço em ti pensando
E acordo pensando em ti
A boca dos meus amores
É um canteiro fechado
As palavras são as flores
Desse canteiro encantado
Ninguém ama sem temer
Ninguém teme sem cuidar
Ninguém cuida sem sofrer
Ninguém sofre sem amar
Ecoam tristes e calmas
Arrastadas melodias
Paz nos montes, paz nas almas
Trindades… Avé-Marias
Um bem é breve tontura
Vertigem d’asa que passa
Conforme o tempo que dura
Vem logo o dobro em desgraça
O primeiro amor sentido
Pode ser o derradeiro
Mas o último nascido
É, sem dúvida, o primeiro
Há nomes que na verdade
São erros, crimes até
Eu sei duma Piedade
Que nem sabe o que isso é
Nosso amor, sempre crescente
Teve origem mais modesta
Da pequenina semente
Nasce o roble da floresta
Do povo, todas as trovas
São como os beijos d’amor
Sempre iguais, mas sempre novas
Na ternura e no sabor
Tenho um coração de lama
Que não consigo entender
Só quer a quem me não ama
Só ama a quem me não quer
O ciúme é qual serpente
Faz ninho no coração
E vive dentro da gente
Em constante agitação
Raparigas: dos poetas
Sempre é bom desconfiar
Do rio, as águas quietas
Tornam-se iradas no mar
Ser modesto e fazer bem
Ao pobre mais pobrezinho
Não custa nada a ninguém
E é ser Deus um bocadinho
O meu maior inimigo
Foi o dia em que te vi
Pois não me entendo contigo
Nem posso viver sem ti
Tanto te quero, que creio
Que mais ninguém quer assim
E porque o creio, receio
Que não queiras crer em mim
Tomai tento, ó raparigas
Com cantigas ao luar
Ninguém se fia em cantigas
Que não acabe a chorar
Em frases d’amor ardente
Toda a gente é infeliz
Pois ninguém diz o que sente
Quando mais sente o que diz
Eu olhei e tu olhaste
Sorri, sorriste depois
Eu falei e tu falaste
Casei, casámos os dois
O nome, a honra e os bens
Tudo te dei, tudo é teu
O próprio amor que me tens
É o que sobra do meu
Foi no dia em que te vi
Que rezei p’la vez primeira
Crer em Deus e crer em ti
É crer da mesma maneira
’Inda hão-de nascer os sábios
Que digam por que razão
Um beijo dado nos lábios
Se sente no coração
Ao que sinto só por ti
Não sei que nome lhe dê
Só sei que nunca senti
Um tão doce não sei quê
Já que todos os meus bens
Se encerram no teu carinho
Por alma de quem lá tens
Não me deixes pobrezinho
Não te quis falar de amor
Por timidez fiquei mudo
Mas não pensei no pior
Os olhos disseram tudo
Quando o ciúme te assalta
Sê calmo: não há nenhuma
Onda do mar, por mais alta
Que não se desfaça em espuma
Já que me chamo Maria
E que um José me seduz
Menino que tenha um dia
Há-de chamar-se Jesus
Traçou Deus a minha sina
Nos teus olhos de cigana
E aquilo que Deus destina
Pode mais que a força humana
Só penso em ver se te vejo
Mas fujo se por ti passo
E faço o que não desejo
E desejo o que não faço
Se tu tens que me deixar
Deus eternize o meu sono
Mas que nem mesmo a sonhar
Eu sinta o teu abandono
O adeus mais a distância
Casaram contra vontade
Mas não foi tanta a inconstância
Que não nascesse a saudade
Não chores se se murmura
Porque sais quando anoitece
O luar é a luz mais pura
E só de noite aparece
Quem quer que sejas não fujas
Da mulher que se perdeu
Na lama das ruas sujas
Brilham os astros do céu
Antes ceguinho ficasse
Naquela maldita hora
Se em vez de ver-te cegasse
Sofria menos agora
Um não, é mais venenoso
Que os venenos mais certeiros
Antes um sim mentiroso
Que trinta nãos verdadeiros
Por alguém que vive longe
Lá nos céus, lá no sem-fim
Meu coração fez-se monge
E reza dentro de mim
Dentre os milhões de Marias
Tu és a dos meus encantos
Todos os dias são dias
Mas há também dias-santos
Quando beijares sê calma
Cada beijo, minha louca
É mais um pedaço d’alma
Que nos foge pela boca
Passo meus dias lembrando
O momento em que te vi
E adormeço em ti pensando
E acordo pensando em ti
A boca dos meus amores
É um canteiro fechado
As palavras são as flores
Desse canteiro encantado
Ninguém ama sem temer
Ninguém teme sem cuidar
Ninguém cuida sem sofrer
Ninguém sofre sem amar
Ecoam tristes e calmas
Arrastadas melodias
Paz nos montes, paz nas almas
Trindades… Avé-Marias
Um bem é breve tontura
Vertigem d’asa que passa
Conforme o tempo que dura
Vem logo o dobro em desgraça
O primeiro amor sentido
Pode ser o derradeiro
Mas o último nascido
É, sem dúvida, o primeiro
Há nomes que na verdade
São erros, crimes até
Eu sei duma Piedade
Que nem sabe o que isso é
Nosso amor, sempre crescente
Teve origem mais modesta
Da pequenina semente
Nasce o roble da floresta
Do povo, todas as trovas
São como os beijos d’amor
Sempre iguais, mas sempre novas
Na ternura e no sabor
Tenho um coração de lama
Que não consigo entender
Só quer a quem me não ama
Só ama a quem me não quer
O ciúme é qual serpente
Faz ninho no coração
E vive dentro da gente
Em constante agitação
Raparigas: dos poetas
Sempre é bom desconfiar
Do rio, as águas quietas
Tornam-se iradas no mar
Ser modesto e fazer bem
Ao pobre mais pobrezinho
Não custa nada a ninguém
E é ser Deus um bocadinho
O meu maior inimigo
Foi o dia em que te vi
Pois não me entendo contigo
Nem posso viver sem ti
Tanto te quero, que creio
Que mais ninguém quer assim
E porque o creio, receio
Que não queiras crer em mim
Tomai tento, ó raparigas
Com cantigas ao luar
Ninguém se fia em cantigas
Que não acabe a chorar
Em frases d’amor ardente
Toda a gente é infeliz
Pois ninguém diz o que sente
Quando mais sente o que diz
Eu olhei e tu olhaste
Sorri, sorriste depois
Eu falei e tu falaste
Casei, casámos os dois
Deslumbramento
Cátia de Oliveira / Valter Rolo
Repertório de Joana Almeida
Foi num filme francês
Que eu te vi pela primeira vez
Rimava o teu sotaque, solto com a vida
E na segunda vez que eu te vi
Repertório de Joana Almeida
Foi num filme francês
Que eu te vi pela primeira vez
Rimava o teu sotaque, solto com a vida
E na segunda vez que eu te vi
Já falavas inglês
Mas nada se perdera, nada, nada ainda
E pulsava o peito mais e mais
E nunca se cansava, nunca era demais
E era infinito o meu amor por ti
Utopia que se perde a meio
E na terceira vez, sem te ver
Escrevi-te em português
Falei-te de Buarque, e chamei-te querido
E logo dessa vez, que te senti
Mas nada se perdera, nada, nada ainda
E pulsava o peito mais e mais
E nunca se cansava, nunca era demais
E era infinito o meu amor por ti
Utopia que se perde a meio
E na terceira vez, sem te ver
Escrevi-te em português
Falei-te de Buarque, e chamei-te querido
E logo dessa vez, que te senti
Apressado talvez
A fé perder-se um pouco
A fé perder-se um pouco
Mas sobrando ainda
E pulsava o peito mais e mais
E nunca se cansava nunca era demais
E era infinito o meu close-up em ti
Fantasia que ficava a meio
E à décima vez que te escrevi
Foi longe a insensatez
Pedi o anel de volta e chamei-te vadio
Pois nem um por uma vez tu respondeste
E tudo se desfez
E não havia fé já que restasse ainda
E pulsava o peito pouco, pouco
Quase que parava louco
E pulsava o peito mais e mais
E nunca se cansava nunca era demais
E era infinito o meu close-up em ti
Fantasia que ficava a meio
E à décima vez que te escrevi
Foi longe a insensatez
Pedi o anel de volta e chamei-te vadio
Pois nem um por uma vez tu respondeste
E tudo se desfez
E não havia fé já que restasse ainda
E pulsava o peito pouco, pouco
Quase que parava louco
Por se ver tão triste e só
Poesia que se rasga a meio
E pulsava o peito mais e mais
E nunca se cansava nunca era demais
E era infinito o meu amor por ti
Utopia que se perde a meio
Fúria que se arrasta, folha atrás de folha
Atéque nada fique p’ra contar a história
Nisto perco a glória
De sonhar-te só mais uma vez
Digo adeus à vida... um, dois, três
Poesia que se rasga a meio
E pulsava o peito mais e mais
E nunca se cansava nunca era demais
E era infinito o meu amor por ti
Utopia que se perde a meio
Fúria que se arrasta, folha atrás de folha
Atéque nada fique p’ra contar a história
Nisto perco a glória
De sonhar-te só mais uma vez
Digo adeus à vida... um, dois, três
Tu
Gonçalo Salgueiro / Saint-Preux
Repertório de Gonçalo Salgueiro
Quando vens
Ilumina teu caminho o luar do céu
O vento sopra sem rumor
E envolvidos pela noite em ardente véu
Eu contigo faço amor
Amor maior, amor que apenas é teu e meu
Vivido ao sabor
Da mais bela canção que alguém já escreveu
Quando vens
E te deitas de mansinho a meu lado
Meu corpo acende ao teu calor
E por teu beijo de ternura acordado
Eu contigo faço amor
Amor maior, amor p’ra nós inventado
Fecho a porta à dor
Que em nosso quarto o tempo fica parado
Junto a ti
Despido, a ti abraçado
Ao meu ouvido cantas a nossa canção
E eu p’ra ti um fado
Tu... para sempre serás tu
Serás sempre apenas tu
Sempre, sempre, sempre tu
Repertório de Gonçalo Salgueiro
Quando vens
Ilumina teu caminho o luar do céu
O vento sopra sem rumor
E envolvidos pela noite em ardente véu
Eu contigo faço amor
Amor maior, amor que apenas é teu e meu
Vivido ao sabor
Da mais bela canção que alguém já escreveu
Quando vens
E te deitas de mansinho a meu lado
Meu corpo acende ao teu calor
E por teu beijo de ternura acordado
Eu contigo faço amor
Amor maior, amor p’ra nós inventado
Fecho a porta à dor
Que em nosso quarto o tempo fica parado
Junto a ti
Despido, a ti abraçado
Ao meu ouvido cantas a nossa canção
E eu p’ra ti um fado
Tu... para sempre serás tu
Serás sempre apenas tu
Sempre, sempre, sempre tu
Luz do mundo
Cuca Roseta / Tiago Machado
Repertório de Cuca Roseta
Assim como a estrela
Assim como a estrela a desvendar
No fundo escuro de uma tela, brilha a janela
Também na vida um dia a dor revela
Assim como a vela
Assim como a vela à luz de uma só chama
Despe toda a sala e o negro cala
É tão pequena, mas tão grande em alma
Eu vou ser luz do mundo
Mudar um segundo
E se sou menor
Na fé vou ser maior
Vou até ao meu melhor
Vou até onde for
Vou até, até ao amor
Assim como o trigo
Assim como o grão de trigo que se não morrer
Na terra não nasce, não nasce fruto
Sem o nada nunca haverá o tudo
Assim como o corpo
Assim como o corpo
Repertório de Cuca Roseta
Assim como a estrela
Assim como a estrela a desvendar
No fundo escuro de uma tela, brilha a janela
Também na vida um dia a dor revela
Assim como a vela
Assim como a vela à luz de uma só chama
Despe toda a sala e o negro cala
É tão pequena, mas tão grande em alma
Eu vou ser luz do mundo
Mudar um segundo
E se sou menor
Na fé vou ser maior
Vou até ao meu melhor
Vou até onde for
Vou até, até ao amor
Assim como o trigo
Assim como o grão de trigo que se não morrer
Na terra não nasce, não nasce fruto
Sem o nada nunca haverá o tudo
Assim como o corpo
Assim como o corpo
O espírito tem de beber do alimento
Pois sem fomento, sem sustento
Morrerá no tempo
Pois sem fomento, sem sustento
Morrerá no tempo
Sou o fado
Letra de Jorge Rosa
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Sou o fado, sou aquele
Refúgio de quem é triste
O companheiro fiel
De quem à dor não resiste
Sou o fado quem alenta
Quem se esqueceu de ter esp’rança
Sou a calma e a bonança
Quando na alma há tormenta
Cá estou de braços abertos
Se me quiseres abraçar
Cá estou, p’ra te acompanhar
P’ra te indicar rumos certos
Cá estou, calcando a tristeza
Cá estou, pisando a desdita
Cá estou, na tua incerteza
Sou o teu fado, acredita
Sou o fado, um valdevinos
Segundo p’raí se diz
Mas sou quem rege os destinos
De quem é ou não feliz
Seja p’ra bem ou p’ra mal
Fado é destino traçado
E o meu destino é ser fado
O fado de cada qual
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Sou o fado, sou aquele
Refúgio de quem é triste
O companheiro fiel
De quem à dor não resiste
Sou o fado quem alenta
Quem se esqueceu de ter esp’rança
Sou a calma e a bonança
Quando na alma há tormenta
Cá estou de braços abertos
Se me quiseres abraçar
Cá estou, p’ra te acompanhar
P’ra te indicar rumos certos
Cá estou, calcando a tristeza
Cá estou, pisando a desdita
Cá estou, na tua incerteza
Sou o teu fado, acredita
Sou o fado, um valdevinos
Segundo p’raí se diz
Mas sou quem rege os destinos
De quem é ou não feliz
Seja p’ra bem ou p’ra mal
Fado é destino traçado
E o meu destino é ser fado
O fado de cada qual
Dizer não
Paco Faraldo / Raúl Ferrão *fado carriche*
Repertório de João Soeiro
Há quem não queira saber
A causa dos sofrimentos
Há quem prefira não ver
Os culpados dos lamentos
Há quem passe pelo mundo
Sem olhar à sua volta
Sem ouvir, por um segundo
A chamada da revolta
Há que pense que à partida
Está já escrito o final
O que vamos ser na vida
Rico, pobre, ou marginal
Quem se deixa ao abandono
Arrastar pela maré
Sempre às ordens de algum dono
E amanhã logo se vê
Não vale a pena a viagem
Nessa triste condição
Preciso é ganhar coragem
E atrever-se a dizer não
Repertório de João Soeiro
Há quem não queira saber
A causa dos sofrimentos
Há quem prefira não ver
Os culpados dos lamentos
Há quem passe pelo mundo
Sem olhar à sua volta
Sem ouvir, por um segundo
A chamada da revolta
Há que pense que à partida
Está já escrito o final
O que vamos ser na vida
Rico, pobre, ou marginal
Quem se deixa ao abandono
Arrastar pela maré
Sempre às ordens de algum dono
E amanhã logo se vê
Não vale a pena a viagem
Nessa triste condição
Preciso é ganhar coragem
E atrever-se a dizer não
Fado da rusga
Silva Tavares / Filipe Duarte
Cantado pelo ator Holbeche na opereta Mouraria de 1926
De noite, como agora
A rusga revoltante
É como uma vassoura
Que leva tudo adiante
E é com temor que a gente
À rusga passa o pé
Se surge à nossa frente
Na rua ou no café
Larga a sardinha na valeta
Ó fadistinha
Porque é ruim
Entrar sem chêta no estarim
E se a fachia anda no giro
É preveni-la da rascada
Pois, se a vê no tiroliro
Logo a rusga a catrafila
E tu ficas sem queijada
A rusga não perdoa
E é tolo quem confia
Na paz da Madragoa
D’Alfama e Mouraria
Até mesmo quem trabalha
Se deve acautelar
Pois basta uma navalha
P’ra gente se tramar
Cantado pelo ator Holbeche na opereta Mouraria de 1926
De noite, como agora
A rusga revoltante
É como uma vassoura
Que leva tudo adiante
E é com temor que a gente
À rusga passa o pé
Se surge à nossa frente
Na rua ou no café
Larga a sardinha na valeta
Ó fadistinha
Porque é ruim
Entrar sem chêta no estarim
E se a fachia anda no giro
É preveni-la da rascada
Pois, se a vê no tiroliro
Logo a rusga a catrafila
E tu ficas sem queijada
A rusga não perdoa
E é tolo quem confia
Na paz da Madragoa
D’Alfama e Mouraria
Até mesmo quem trabalha
Se deve acautelar
Pois basta uma navalha
P’ra gente se tramar
Recreio
Letra de Jorge Rosa
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
No recreio do meu tempo
Meu viver foi passatempo
Tive a esperança por colega
Joguei com ela partidas
Com a sorte às escondidas
Com o sonho à cabra-cega
Fiz da tristeza pião
Baloucei-me na ilusão
Num distraído vai-vem
Co’a desordem e o desleixo
Saltei à corda e ao eixo
Foi minha bola o desdém
No desgosto mais profundo
Meu riso foi contra-mundo
Que o desespero abafou
Fiz roda com a aventura
Foi então por essa altura
Que o amor na roda entrou
Segundo a razão indica
Com o amor nunca se brinca
E ao vê-lo, tive receio
Pondo de parte os brinquedos
Deixei jogos e folguedos
Acabei o meu recreio
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
No recreio do meu tempo
Meu viver foi passatempo
Tive a esperança por colega
Joguei com ela partidas
Com a sorte às escondidas
Com o sonho à cabra-cega
Fiz da tristeza pião
Baloucei-me na ilusão
Num distraído vai-vem
Co’a desordem e o desleixo
Saltei à corda e ao eixo
Foi minha bola o desdém
No desgosto mais profundo
Meu riso foi contra-mundo
Que o desespero abafou
Fiz roda com a aventura
Foi então por essa altura
Que o amor na roda entrou
Segundo a razão indica
Com o amor nunca se brinca
E ao vê-lo, tive receio
Pondo de parte os brinquedos
Deixei jogos e folguedos
Acabei o meu recreio
Expresso da saudade
Letra e música de Catarina Rocha
Repertório da autora
O meu amor já foi embora
E não tem hora p’ra voltar
Veio a saudade que devora
A ânsia de o ver chegar
Foi p’ra bem longe e avisou
Que me levava no seu peito
Mas ele sempre me falou
Que amar assim não é defeito
Pode voltar pró mês que vem
Pode voltar para a semana
E não tem nada nem ninguém
Que apague o amor de quem se ama;
Eu já perdi noção do tempo
E o calendário não tem fim
Fico a sonhar com o momento
Que ele vai voltar p’ra mim
O meu amor já foi embora
Comprou bilhete só de ida
Não sabe ainda quando volta
E até chorou na despedida
Foi p’ra bem longe como sempre
Levou na mala um beijo meu
Dum coração que tanto sente
As partidas que já sofreu
Hoje ligou só p’ra dizer
Que o dia é de felicidade
Chega pelo anoitecer
E vem no expresso da saudade
Repertório da autora
O meu amor já foi embora
E não tem hora p’ra voltar
Veio a saudade que devora
A ânsia de o ver chegar
Foi p’ra bem longe e avisou
Que me levava no seu peito
Mas ele sempre me falou
Que amar assim não é defeito
Pode voltar pró mês que vem
Pode voltar para a semana
E não tem nada nem ninguém
Que apague o amor de quem se ama;
Eu já perdi noção do tempo
E o calendário não tem fim
Fico a sonhar com o momento
Que ele vai voltar p’ra mim
O meu amor já foi embora
Comprou bilhete só de ida
Não sabe ainda quando volta
E até chorou na despedida
Foi p’ra bem longe como sempre
Levou na mala um beijo meu
Dum coração que tanto sente
As partidas que já sofreu
Hoje ligou só p’ra dizer
Que o dia é de felicidade
Chega pelo anoitecer
E vem no expresso da saudade
À medida
Letra de Jorge Rosa
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Cada vez que ela aparecia
Lá no sítio aonde eu moro
Toda a malta lhe fazia
O mais cerrado namoro
Eu sabia que não era
Bem a forma p’ró meu pé
Mas andava sempre à espera
De aproveitar a maré
Arquitectei uma data
De projectos levianos
Só não arranjava lata
P'ra esses tontos planos
Mas como em coisas de amor
O fado ninguém o bate
Achei no fado a melhor
Das armas p’ró meu combate
Um dia ao passar por ela
Tirei-me dos meus cuidados
E improvisei com cautela
Quatro versos bem rimados
Ela riu-se à minha custa
Eu nesse riso pus fé
E acabei por ser à justa
A medida pró seu pé
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Cada vez que ela aparecia
Lá no sítio aonde eu moro
Toda a malta lhe fazia
O mais cerrado namoro
Eu sabia que não era
Bem a forma p’ró meu pé
Mas andava sempre à espera
De aproveitar a maré
Arquitectei uma data
De projectos levianos
Só não arranjava lata
P'ra esses tontos planos
Mas como em coisas de amor
O fado ninguém o bate
Achei no fado a melhor
Das armas p’ró meu combate
Um dia ao passar por ela
Tirei-me dos meus cuidados
E improvisei com cautela
Quatro versos bem rimados
Ela riu-se à minha custa
Eu nesse riso pus fé
E acabei por ser à justa
A medida pró seu pé
Um quarto para as duas
Letra e música de Jorge Benvinda
Repertório de Carlos Leitão
Mãozinha marota
Repertório de Carlos Leitão
Mãozinha marota
Daquela garota que encosta no peito
Provoca arrepio
Provoca arrepio
Será calafrio, ou moça com jeito?
Pedi-lhe um abraço
Que beijo tão bom, a fazer "rom-rom"
Beijando-me o queixo
Que boca gostosa, mulher tão fogosa
Beija que eu deixo
Já oiço o trombone, toca o telefone
Agora não posso
Eu sou todo seu acredito no céu
E rezo pai nosso
A noite é de festa
Estou no paraíso
Chegue-se a mim mulher de festim
De lindo sorriso
A noite é de festa, são amigas suas?
Venham mais copos, ainda é tão cedo
É um quarto para as duas
Acredite em mim
Pedi-lhe um abraço
Que andava tão escasso
Junto ao parapeito
Junto ao parapeito
E quase caí quando ela sorriu
Que dia perfeito
Que dia perfeito
Que beijo tão bom, a fazer "rom-rom"
Beijando-me o queixo
Que boca gostosa, mulher tão fogosa
Beija que eu deixo
Já oiço o trombone, toca o telefone
Agora não posso
Eu sou todo seu acredito no céu
E rezo pai nosso
A noite é de festa
Estou no paraíso
Chegue-se a mim mulher de festim
De lindo sorriso
A noite é de festa, são amigas suas?
Venham mais copos, ainda é tão cedo
É um quarto para as duas
Acredite em mim
Fui feita para si, meu anjo caído
Sou homem honrado
Sou homem honrado
Já fui casado e sou atrevido
Agora estou só
Agora estou só
Até limpo o pó, mas sou bem vivido
Às vezes com a pressa
Às vezes com a pressa
Esqueço a conversa, pois sou distraído
O amor alimenta, mais que sustenta
Faz-nos feliz
Quem não tem amor, sobra-lhe a dor
E dias ruins
Casava-me agora, aqui já na hora
O que é que me diz?
Se é professara, eu quero ir à escola
Sou bom aprendiz
O amor alimenta, mais que sustenta
Faz-nos feliz
Quem não tem amor, sobra-lhe a dor
E dias ruins
Casava-me agora, aqui já na hora
O que é que me diz?
Se é professara, eu quero ir à escola
Sou bom aprendiz
Saudade
Autor: Silva Tavares
Do livro *Sinceridade * de 1936
Versos transcritos do livro editado pela
Do livro *Sinceridade * de 1936
Versos transcritos do livro editado pela
Academia da Guitarra e do Fado
Acordei hoje com saudade
De outra manhã tal qual assim
Havia festa na cidade
E, nos teus olhos, por mim
Entre alaridos matinais
Pregões e mais desvairamentos
Os sons vibrantes dos metais
Das bandas de regimentos
O que na rua acontecia
Nenhum de nós podia ver
Mas, comparado com o que eu via
Que podia acontecer?!
Sabe-me a flores este conforto
De conceder-te o meu perdão
Supunha há muito tudo morto
Mas vejo, agora, que não
Dessa manhã, que foi de festa
Para a cidade e p'ra mim
Fui descobrir que ainda resta
Uma saudade em meu jardim
Acordei hoje com saudade
De outra manhã tal qual assim
Havia festa na cidade
E, nos teus olhos, por mim
Entre alaridos matinais
Pregões e mais desvairamentos
Os sons vibrantes dos metais
Das bandas de regimentos
O que na rua acontecia
Nenhum de nós podia ver
Mas, comparado com o que eu via
Que podia acontecer?!
Sabe-me a flores este conforto
De conceder-te o meu perdão
Supunha há muito tudo morto
Mas vejo, agora, que não
Dessa manhã, que foi de festa
Para a cidade e p'ra mim
Fui descobrir que ainda resta
Uma saudade em meu jardim
Meu Alentejo
Letra de João Ferreira Rosa
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Agora, porque te vejo
Menos me posso calar
Este grito, como um beijo
Para te ver despertar
Meu pobre, querido Alentejo
Quem melhor sabe cantar
A tristeza do desejo
Ainda por alcançar
Mil vozes, um sentimento
Um balanço e um marchar
Aquele mais forte lamento
Tão mais forte que chorar
Alentejo é sofrimento
Que no vinho adormecemos
Mais longo, cada momento
De tudo o que já vivemos
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Agora, porque te vejo
Menos me posso calar
Este grito, como um beijo
Para te ver despertar
Meu pobre, querido Alentejo
Quem melhor sabe cantar
A tristeza do desejo
Ainda por alcançar
Mil vozes, um sentimento
Um balanço e um marchar
Aquele mais forte lamento
Tão mais forte que chorar
Alentejo é sofrimento
Que no vinho adormecemos
Mais longo, cada momento
De tudo o que já vivemos
A noite
Letra e música de Matilde Cid
Repertório da autora
Chegou a noite, a noite esperada
E o medo da sua chegada
Anseio profundo
De nos gritar ao mundo
Essa mulher, criança perdida
Viu na esperança um sonho de vida
Caminho a trilhar
E livre de sonhar
O amor quando se sente
Sabemos que não mente
E faz acreditar
Que não vai acabar
Ali, só os dois e mais nada existe
E depois o medo persiste
Gritando ao ouvido
O erro consentido
Repertório da autora
Chegou a noite, a noite esperada
E o medo da sua chegada
Anseio profundo
De nos gritar ao mundo
Essa mulher, criança perdida
Viu na esperança um sonho de vida
Caminho a trilhar
E livre de sonhar
O amor quando se sente
Sabemos que não mente
E faz acreditar
Que não vai acabar
Ali, só os dois e mais nada existe
E depois o medo persiste
Gritando ao ouvido
O erro consentido
As voltas do sim e do não
Carlos Leitão / Ricardo Cruz
Repertório de Carlos Leitão
Ela dizia que sim
Que me amava a vida inteira
E que por mim se perdia
Mas nunca soube o caminho
Deixou-me sempre sozinho
Preferiu ficar p’ra tia;
E enquanto fez a rasteira
Disse-me sempre que sim
Ela dizia que não
Que nunca iria casar
Isso era coisa de velhos
E quando eu me lamentava
Era ela que chorava
Nunca aceitou os conselhos;
Aos que souberem amar
Disse-lhes sempre que não
Ela disse que talvez
Se por acaso morresse
A culpa seria minha
Houve sempre muito drama
Muita parra e pouca cama
Ficava sempre sozinha
E ainda que não quisesse
Dizia sim outra vez
Eu nunca quis dizer nada
Era ela que falava
Em monólogos sem fim
E hoje que me procura
Jura que o não foi um sim
Diga aquilo que eu disser
Prometa o que prometer
Eu não respondo por mim
Eu continuo calado
E eia diz que isso é um sim
Repertório de Carlos Leitão
Ela dizia que sim
Que me amava a vida inteira
E que por mim se perdia
Mas nunca soube o caminho
Deixou-me sempre sozinho
Preferiu ficar p’ra tia;
E enquanto fez a rasteira
Disse-me sempre que sim
Ela dizia que não
Que nunca iria casar
Isso era coisa de velhos
E quando eu me lamentava
Era ela que chorava
Nunca aceitou os conselhos;
Aos que souberem amar
Disse-lhes sempre que não
Ela disse que talvez
Se por acaso morresse
A culpa seria minha
Houve sempre muito drama
Muita parra e pouca cama
Ficava sempre sozinha
E ainda que não quisesse
Dizia sim outra vez
Eu nunca quis dizer nada
Era ela que falava
Em monólogos sem fim
E hoje que me procura
Jura que o não foi um sim
Diga aquilo que eu disser
Prometa o que prometer
Eu não respondo por mim
Eu continuo calado
E eia diz que isso é um sim
Fado da tua presença
Vasco Lima Couto / José António Sabrosa
Repertório de João Braga
O ver-te, quase acontece
Madrugar sem ter dormido
É como chegar ao frio
Contente de estar despido
É ter sementes de cravos
Fibrados nas minhas veias
Altas nuvens que se agitam
Nas palavras que semeias
É ver o sol que tu és
E ficar sombra de acaso
Como a estrela da manhã
Num bonito campo raso
É ver-te e ficar sem grades
Encaixilhado de espaço
No urgente meu desejo
Que se prende em teu regaço
Repertório de João Braga
O ver-te, quase acontece
Madrugar sem ter dormido
É como chegar ao frio
Contente de estar despido
É ter sementes de cravos
Fibrados nas minhas veias
Altas nuvens que se agitam
Nas palavras que semeias
É ver o sol que tu és
E ficar sombra de acaso
Como a estrela da manhã
Num bonito campo raso
É ver-te e ficar sem grades
Encaixilhado de espaço
No urgente meu desejo
Que se prende em teu regaço
Renascer
Paulo Abreu Lima / Manuel Graça Pereira
Repertório de Catarina Rocha
É hora de fazer contas à vida
Com lápis e papel que te comprove
Que o tempo não pára
E a vida de tão rara é p’ra viver
Nos dias com mais sol ou quando chove
Preciso de voltar a renascer
E hoje, quem sabe
Eu chegue tarde pró jantar
Só p’ra compensar
Em casa, não fico
E saltei pela janela… é hora
Eu saio p’ra viver mais do que vivo
Porque tu não vens comigo… agora
Tu levas sempre tudo do teu jeito
E dizes que ciúmes são defeito
Agora, quem sabe
Entendas o amor já muito tarde
E as voltas que na vida de repente
Acabam os amores que são p’ra sempre
E hoje, quem sabe
Eu chegue tarde pró jantar
Só p’ra compensar
Repertório de Catarina Rocha
É hora de fazer contas à vida
Com lápis e papel que te comprove
Que o tempo não pára
E a vida de tão rara é p’ra viver
Nos dias com mais sol ou quando chove
Preciso de voltar a renascer
E hoje, quem sabe
Eu chegue tarde pró jantar
Só p’ra compensar
Em casa, não fico
E saltei pela janela… é hora
Eu saio p’ra viver mais do que vivo
Porque tu não vens comigo… agora
Tu levas sempre tudo do teu jeito
E dizes que ciúmes são defeito
Agora, quem sabe
Entendas o amor já muito tarde
E as voltas que na vida de repente
Acabam os amores que são p’ra sempre
E hoje, quem sabe
Eu chegue tarde pró jantar
Só p’ra compensar
Um dia talvez
Letra de Jorge Rosa
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
É de noite que tu vens
Vestido de escuridão
E nos meus sonhos deténs
Um mundo de solidão
Eu que desejo alegria
Não sinto mais que tristeza
Pois não inventas ser dia
Na tua eterna incerteza
Vê se consegues achar
Uma alvorada qualquer
Imagina um madrugar
Pensa num sol a nascer
Ai se essa aurora chegasse
Ai se esse alvor aparecesse
Ai se esta dor acabasse
Talvez “dia” acontecesse
E a minha noite, essa noite
Que tu vestes de demoras
Deixasse de ser açoite
A fustigar minhas horas
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
É de noite que tu vens
Vestido de escuridão
E nos meus sonhos deténs
Um mundo de solidão
Eu que desejo alegria
Não sinto mais que tristeza
Pois não inventas ser dia
Na tua eterna incerteza
Vê se consegues achar
Uma alvorada qualquer
Imagina um madrugar
Pensa num sol a nascer
Ai se essa aurora chegasse
Ai se esse alvor aparecesse
Ai se esta dor acabasse
Talvez “dia” acontecesse
E a minha noite, essa noite
Que tu vestes de demoras
Deixasse de ser açoite
A fustigar minhas horas
Canção da Beira Baixa
Popular
Repertório de Adriano Correia de Oliveira
Existe uma versão ligeiramente diferente na discografia
de Edmundo Bettencourt
Era ainda pequenino
Acabado de nascer
‘inda mal abria os olhos
Já era para te ver
Acabado de nascer
Quando eu já for velhinho
Acabado de morrer
Olha bem para os meus olhos
Sem vida, são para te ver
Acabados de morrer
Repertório de Adriano Correia de Oliveira
Existe uma versão ligeiramente diferente na discografia
de Edmundo Bettencourt
Era ainda pequenino
Acabado de nascer
‘inda mal abria os olhos
Já era para te ver
Acabado de nascer
Quando eu já for velhinho
Acabado de morrer
Olha bem para os meus olhos
Sem vida, são para te ver
Acabados de morrer
José Falcão
Jorge Rosa / Francisco José Marques *fado zé negro*
Repertório de Francisco Pedro
Vila Franca veste agora
De luto e de luto chora
A morte do Zé Falcão
O toureiro altivo e forte
Que uma sorte de má sorte
Na vida lhe disse não
Quando no meio da praça
Aquele perfil tinha a graça
Dum deus ou duma miragem
Entre bravos e olés
Até o toiro a seus pés
Vinha render-lhe homenagem
Quando no meio da arena
Desenhava uma faena
Como se fora um bailado
O povo mudo d’espanto
Ficava preso ao encanto
Desse toureiro encantado
Vila Franca quantos filhos
Filhos teus tiveram brilhos
De toureiros imortais
Mas talvez e com razão
De todos o Zé Falcão
Foi aquele que brilhou mais
Repertório de Francisco Pedro
Vila Franca veste agora
De luto e de luto chora
A morte do Zé Falcão
O toureiro altivo e forte
Que uma sorte de má sorte
Na vida lhe disse não
Quando no meio da praça
Aquele perfil tinha a graça
Dum deus ou duma miragem
Entre bravos e olés
Até o toiro a seus pés
Vinha render-lhe homenagem
Quando no meio da arena
Desenhava uma faena
Como se fora um bailado
O povo mudo d’espanto
Ficava preso ao encanto
Desse toureiro encantado
Vila Franca quantos filhos
Filhos teus tiveram brilhos
De toureiros imortais
Mas talvez e com razão
De todos o Zé Falcão
Foi aquele que brilhou mais
Poema velho
Marcos Assunção / Fred Martins
Repertório de Matilde Cid e Marcus Assunção
Porque o carnaval é velho
Também é velha a folia
De quem nasce vive e morre
Caminhando em romaria;
E despindo velhos medos
Vestem velhas fantasias
Porque o carnaval é velho
Mais velha é a luz do dia
Porque as nuvens são velhas
Como é velha a tempestade
Que emana do copo de água
E encharca belas cidades;
E apagando velhas brasas
Velhos lagos nos invadem
Porque as nuvens são velhas
Mais velha é a cumplicidade
Porque o amor é tão velho
É velho que nem a ira
De quem calado consente
A voz que jamais saíra;
E por crer em velhas falas
Ama ouvir velhas mentiras
Porque o amor é tão velho
Mais velho é o som da lira
Porque o vinho bom é velho
Mais velho do que este vício
De beber no fim da festa
Procurando pelo início;
E buscando velhos voos
Surgem velhos precipícios
Porque o vinho bom é velho
Tão velho quanto difícil
Repertório de Matilde Cid e Marcus Assunção
Porque o carnaval é velho
Também é velha a folia
De quem nasce vive e morre
Caminhando em romaria;
E despindo velhos medos
Vestem velhas fantasias
Porque o carnaval é velho
Mais velha é a luz do dia
Porque as nuvens são velhas
Como é velha a tempestade
Que emana do copo de água
E encharca belas cidades;
E apagando velhas brasas
Velhos lagos nos invadem
Porque as nuvens são velhas
Mais velha é a cumplicidade
Porque o amor é tão velho
É velho que nem a ira
De quem calado consente
A voz que jamais saíra;
E por crer em velhas falas
Ama ouvir velhas mentiras
Porque o amor é tão velho
Mais velho é o som da lira
Porque o vinho bom é velho
Mais velho do que este vício
De beber no fim da festa
Procurando pelo início;
E buscando velhos voos
Surgem velhos precipícios
Porque o vinho bom é velho
Tão velho quanto difícil
Assim-assim
Marco Horácio / Carlos leitão
Repertório de Carlos Leitão
Eu vou esperar por ti
De janela entreaberta
Neste dia que desperta
Pelo sonho de onde vim
Eu quero esperar por ti
Mesmo que digam que não
Vale a pena a sensação
De um dia voltares p’ra mim
Não sei se te beije, não sei se te deixe
Mas não vou mentir
Naquele segundo o mundo parou
Ao ver-te partir
Talvez não consiga, talvez eu desista
E chegou ao fim
Não estou bem nem mal, dizem que é normal
Estar assím-assim
Bastou aquele momento
De um dia de sol tardio
Talvez o tempo dê tampo
Para tratar deste vazio
Vou fingir esquecer-me dela
É a mim que vou mentir
Deixo a saudade sair
E depois fecho a janela
Repertório de Carlos Leitão
Eu vou esperar por ti
De janela entreaberta
Neste dia que desperta
Pelo sonho de onde vim
Eu quero esperar por ti
Mesmo que digam que não
Vale a pena a sensação
De um dia voltares p’ra mim
Não sei se te beije, não sei se te deixe
Mas não vou mentir
Naquele segundo o mundo parou
Ao ver-te partir
Talvez não consiga, talvez eu desista
E chegou ao fim
Não estou bem nem mal, dizem que é normal
Estar assím-assim
Bastou aquele momento
De um dia de sol tardio
Talvez o tempo dê tampo
Para tratar deste vazio
Vou fingir esquecer-me dela
É a mim que vou mentir
Deixo a saudade sair
E depois fecho a janela
Porquês
Matilde Cid / Armandinho *fado sem pernas*
Repertório de Matilde Cid
Quando te falo de amor
Fico muda ou sem jeito
Cantado soa melhor
O que sentimos no peito
Cada dia, cada hora
São versos duma cantiga
Vividos p’la vida fora
Num sentir de rapariga
De certeza que é paixão
O que penso ou o que sinto
Por orgulho ou pretensão
Às vezes sei que te minto
Talvez seja desta vez
Quando me ouvires a cantar
Saibas então os porquês
De não me ouvires a falar
Repertório de Matilde Cid
Quando te falo de amor
Fico muda ou sem jeito
Cantado soa melhor
O que sentimos no peito
Cada dia, cada hora
São versos duma cantiga
Vividos p’la vida fora
Num sentir de rapariga
De certeza que é paixão
O que penso ou o que sinto
Por orgulho ou pretensão
Às vezes sei que te minto
Talvez seja desta vez
Quando me ouvires a cantar
Saibas então os porquês
De não me ouvires a falar
O fado nasceu aqui
Letra de Jorge Rosa
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Passei pela Mouraria
E cada pedra que eu vi
Deu-me a impressão que dizia
O Fado nasceu aqui!
As trapeiras, os beirais
As varandas, os portais
Cada degrau que eu subi
Pareciam dizer em coro
Quase em prece, quase em choro
O Fado nasceu aqui!
Foi seu berço o Capelão
Teve por mãe a Severa
Uma cigana que era
Toda alma e coração
Aqui ensaiou seus passos
Foi aqui que homem se fez
E aqui p’la primeira vez
À guitarra deu abraços
Fez-se boémio e vadio
Transformou a noite em dia
E num louco desvario
Abalou da Mouraria
Secaram as sardinheiras
E nos vasos das trapeiras
Nem mais um cravo cresceu
Só p’los becos da Moirama
Ronda a saudade que chama
P’lo Fado que ali nasceu
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Passei pela Mouraria
E cada pedra que eu vi
Deu-me a impressão que dizia
O Fado nasceu aqui!
As trapeiras, os beirais
As varandas, os portais
Cada degrau que eu subi
Pareciam dizer em coro
Quase em prece, quase em choro
O Fado nasceu aqui!
Foi seu berço o Capelão
Teve por mãe a Severa
Uma cigana que era
Toda alma e coração
Aqui ensaiou seus passos
Foi aqui que homem se fez
E aqui p’la primeira vez
À guitarra deu abraços
Fez-se boémio e vadio
Transformou a noite em dia
E num louco desvario
Abalou da Mouraria
Secaram as sardinheiras
E nos vasos das trapeiras
Nem mais um cravo cresceu
Só p’los becos da Moirama
Ronda a saudade que chama
P’lo Fado que ali nasceu
Canção do Alentejo
Popular
Repertório de Edmundo Bettencourt
Lá vai Serpa, lá vai Moura
E as Pias ficam no meio
Quem vier à minha terra
Não tem que ter receio
Teus olhos, linda morena
Fazem-me a alma sombria
Quero-te mais, ó morena
Do que à luz de cada dia
Repertório de Edmundo Bettencourt
Lá vai Serpa, lá vai Moura
E as Pias ficam no meio
Quem vier à minha terra
Não tem que ter receio
Teus olhos, linda morena
Fazem-me a alma sombria
Quero-te mais, ó morena
Do que à luz de cada dia
Quando voltei à cidade
Carlos Leitão / Manuel Maria Rodrigues *manel maria*
Repertório de Carlos Leitão
Quando voltei à cidade
Noutro tempo, noutra idade
Onde pouco ou nada interessa
Senti a falta do chão
De quem trai o coração
Para chegar mais depressa
Faltou-me sorte ao amor
Um prédio com elevador
E subi escadas a mais
Esta coisa de morar
Sempre no último andar
Já começa a ser demais
A cidade está dif’rente
Menos paz e tanta gente
Perdi-me por todo o lado
Alfama fala francês
Os namoros são a três
E o fado não sabe a fado
Já estou capaz de abalar
Sempre que estou a chegar
O dia bom já foi ontem
Se Lisboa diz que sim
Terá de esperar por mim
Que eu sé cheguei anteontem
Repertório de Carlos Leitão
Quando voltei à cidade
Noutro tempo, noutra idade
Onde pouco ou nada interessa
Senti a falta do chão
De quem trai o coração
Para chegar mais depressa
Faltou-me sorte ao amor
Um prédio com elevador
E subi escadas a mais
Esta coisa de morar
Sempre no último andar
Já começa a ser demais
A cidade está dif’rente
Menos paz e tanta gente
Perdi-me por todo o lado
Alfama fala francês
Os namoros são a três
E o fado não sabe a fado
Já estou capaz de abalar
Sempre que estou a chegar
O dia bom já foi ontem
Se Lisboa diz que sim
Terá de esperar por mim
Que eu sé cheguei anteontem
Com duas cantigas
Tiago Torres da Silva / Raúl Ferrão *fado alcântara*
Repertório de Zé Maria
Dei-te um sorriso, fingindo que era feliz
Mas um sorriso não diz nada da gente
Dei-te um sorriso que a gente estampa no rosto
Para ocultar um desgosto que já nem sente
Dei-te um sorriso que era um soluço ao contrário
Preso às contas de um rosário que eu não rezei
Mas minha querida, esse sorriso ganhou vida
E depois ao querer chorar, já não chorei
Amanhã
Qualquer coisa que digas
Tudo me fará contente
Ai, seja o que for
Amanhã será com duas cantigas
Que eu falo a toda a gente
Do nosso eterno amor
Amanhã serei de novo criança
Tudo o que era triste já não vai doer
E renasce amanhã a esperança
De um tempo mais justo prá gente viver
Dei-te um sorriso, o mais bonito que eu tinha
Onde o coração se aninha e nunca o trai
Dei-te um sorriso e vê só que coisa louca
O riso colou-se à boca e já não sai
Dei-te um sorriso e como que por magia
Vi nascer uma alegria vinda do nada
Mas minha querida, esse sorriso ganhou vida
E a verdade é que acabei à gargalhada
Repertório de Zé Maria
Dei-te um sorriso, fingindo que era feliz
Mas um sorriso não diz nada da gente
Dei-te um sorriso que a gente estampa no rosto
Para ocultar um desgosto que já nem sente
Dei-te um sorriso que era um soluço ao contrário
Preso às contas de um rosário que eu não rezei
Mas minha querida, esse sorriso ganhou vida
E depois ao querer chorar, já não chorei
Amanhã
Qualquer coisa que digas
Tudo me fará contente
Ai, seja o que for
Amanhã será com duas cantigas
Que eu falo a toda a gente
Do nosso eterno amor
Amanhã serei de novo criança
Tudo o que era triste já não vai doer
E renasce amanhã a esperança
De um tempo mais justo prá gente viver
Dei-te um sorriso, o mais bonito que eu tinha
Onde o coração se aninha e nunca o trai
Dei-te um sorriso e vê só que coisa louca
O riso colou-se à boca e já não sai
Dei-te um sorriso e como que por magia
Vi nascer uma alegria vinda do nada
Mas minha querida, esse sorriso ganhou vida
E a verdade é que acabei à gargalhada
Se eu disser
Letra de Jorge Rosa
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Se eu disser que não desejo
Voltar a ver-te, e que o beijo
Da tua boca não quero
Não creias no que te digo
Dormindo sonho contigo
Acordado por ti espero
Se eu disser que me revolta
A ideia da tua volta
E que o receio me invade
Não acredites, é falso
Minha vida é cadafalso
Onde morro de saudade
Se eu disser que te detesto
E não aceito um pretexto
P’ra ao teu regresso aceder
A mim próprio mentiria
Aceitar-te era a alegria
Maior que eu podia ter
Se eu disser que desisti
Inteiramente de ti
Duvida da desistência
Não desisti, nem desisto
Volta, amor, pois não resisto
Por mais tempo à tua ausência
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Se eu disser que não desejo
Voltar a ver-te, e que o beijo
Da tua boca não quero
Não creias no que te digo
Dormindo sonho contigo
Acordado por ti espero
Se eu disser que me revolta
A ideia da tua volta
E que o receio me invade
Não acredites, é falso
Minha vida é cadafalso
Onde morro de saudade
Se eu disser que te detesto
E não aceito um pretexto
P’ra ao teu regresso aceder
A mim próprio mentiria
Aceitar-te era a alegria
Maior que eu podia ter
Se eu disser que desisti
Inteiramente de ti
Duvida da desistência
Não desisti, nem desisto
Volta, amor, pois não resisto
Por mais tempo à tua ausência
Canção do campino
Silva Tavares / Vasco de Macedo
Repertório de Hortense Luz
Firme na sela, sempre ladino
Não há figura mais portuguesa
Nem com mais alma que a do campino
Todo bravura, garbo e destreza
Mostra ternura ver o seu gado
Dando-lhe nomes de certo cunho
E se algum toiro vai tresmalhado
Consegue impor-se, de vara em punho
Boi de má raça
Demos-te a calma e raio de castigo
É “Vergado”!... É lá “Caraça”!
Tens aqui homem, brinca comigo
P’ra dar nas vistas dos buscantes
Todo o campino, quer novo ou velho
Veste-se sempre de cores berrantes
Com seu barrete verde e vermelho
E na lezíria, nunca temente
Daqueles brutos que anda guardando
Fala com eles, de frente-a-frente
Bravo e castiço, rindo e gritando
Repertório de Hortense Luz
Firme na sela, sempre ladino
Não há figura mais portuguesa
Nem com mais alma que a do campino
Todo bravura, garbo e destreza
Mostra ternura ver o seu gado
Dando-lhe nomes de certo cunho
E se algum toiro vai tresmalhado
Consegue impor-se, de vara em punho
Boi de má raça
Demos-te a calma e raio de castigo
É “Vergado”!... É lá “Caraça”!
Tens aqui homem, brinca comigo
P’ra dar nas vistas dos buscantes
Todo o campino, quer novo ou velho
Veste-se sempre de cores berrantes
Com seu barrete verde e vermelho
E na lezíria, nunca temente
Daqueles brutos que anda guardando
Fala com eles, de frente-a-frente
Bravo e castiço, rindo e gritando
Revelação
Zé Maria / Mário Pacheco
Repertório de Zé Maria
Quis pôr meu coração nas tuas mãos
Dizer-te que te amo, que te espero
Mas faltam-me as palavras e são vãos
Desejos de que intuas o que quero
Mas porque mo exige o teu olhar
E porque o devo ao nosso futuro
Cantando abro a minha alma, e ao cantar
O que quero dizer fica mais puro
O fado conhece o meu coração
E nele a minha alma é transparente
Liberta das amarras da razão
E traz à tona aquilo que se sente
Cresci habituado a guardar tudo
Que um homem não se mostra desarmado
Mas ante ti não posso ficar mudo
Amor p’ra ser amor tem de ser dado
Por isso deixa que este meu canto
Te toque no mais íntimo do ser
Talvez sintas então que te amo tanto
E que é esta a maneira de o dizer
Repertório de Zé Maria
Quis pôr meu coração nas tuas mãos
Dizer-te que te amo, que te espero
Mas faltam-me as palavras e são vãos
Desejos de que intuas o que quero
Mas porque mo exige o teu olhar
E porque o devo ao nosso futuro
Cantando abro a minha alma, e ao cantar
O que quero dizer fica mais puro
O fado conhece o meu coração
E nele a minha alma é transparente
Liberta das amarras da razão
E traz à tona aquilo que se sente
Cresci habituado a guardar tudo
Que um homem não se mostra desarmado
Mas ante ti não posso ficar mudo
Amor p’ra ser amor tem de ser dado
Por isso deixa que este meu canto
Te toque no mais íntimo do ser
Talvez sintas então que te amo tanto
E que é esta a maneira de o dizer
Casa vazia
Júlio Machado Vaz / Armando Machado *fado santa luzia*
Repertório de Carlos Leitão
Se voltares e não me vires
E nem a sombra sentires
Por favor abre as janelas
Deixa as memórias voar
Lutaram p’ra nos salvar
Sejamos justos com elas
Fecha a porta abre o mundo
Devora-o até ao fundo
Meu amor de tempos idos
Que a brisa seja fagueira
Faz nascer outra fogueira
De tantos sonhos perdidos
Face enxuta, iço a vela
Vem a brisa, vou com ela
Meu amor, levanto ferro
E peço ao fado e à voz
Que neste coração perro
Rompa a luz depois de nós
Repertório de Carlos Leitão
Se voltares e não me vires
E nem a sombra sentires
Por favor abre as janelas
Deixa as memórias voar
Lutaram p’ra nos salvar
Sejamos justos com elas
Fecha a porta abre o mundo
Devora-o até ao fundo
Meu amor de tempos idos
Que a brisa seja fagueira
Faz nascer outra fogueira
De tantos sonhos perdidos
Face enxuta, iço a vela
Vem a brisa, vou com ela
Meu amor, levanto ferro
E peço ao fado e à voz
Que neste coração perro
Rompa a luz depois de nós
Prantos de fado
Letra de Jorge Rosa
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Tanto chorei por meu mal
Penas de amor e segredos
Que o meu pranto num caudal
Deslizou entre fraguedos
E o caudal foi à ribeira
E a ribeira em desvario
Contou à sua maneira
As minhas penas ao rio
O rio contou ao mar
O mar contou aos rochedos
E os rochedos pelo ar
Disseram os meus segredos
Os ares p’la terra espalharam
Meu sofrimento profundo
E os meus segredos andaram
De boca em boca p’lo mundo
Agora p’ra não chorar
O meu viver magoado
Solto o meu pranto a cantar
Cantigas tristes do fado
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Tanto chorei por meu mal
Penas de amor e segredos
Que o meu pranto num caudal
Deslizou entre fraguedos
E o caudal foi à ribeira
E a ribeira em desvario
Contou à sua maneira
As minhas penas ao rio
O rio contou ao mar
O mar contou aos rochedos
E os rochedos pelo ar
Disseram os meus segredos
Os ares p’la terra espalharam
Meu sofrimento profundo
E os meus segredos andaram
De boca em boca p’lo mundo
Agora p’ra não chorar
O meu viver magoado
Solto o meu pranto a cantar
Cantigas tristes do fado
Cantar a meu jeito
Estrela Meirinha / Domingos da Silva *lenda da fonte*
Repertório de José Geadas
Vou cantar o fado que tanto me abraça
O fado é mistério
É triste e vadio, mas também tem graça
Quero ser fadista, cantar a meu jeito
Quando piso o palco
Sinto o coração a bater no peito
Mas ó santo Deus que destino o meu
Dá-me tua mão
Ajuda-me sempre a seguir em frente
Com esta paixão
Assim sou feliz, pequeno petiz
Que gosta da farra
P’ra estar tudo certo, quero ter por perto
Viola e guitarra
Ainda de berço quando não dormia
Cantavam-me o fado
E eu bem apertado pró fado sorria
Hoje vou na rua e sinto alegria
Quando oiço dizer
Lá vem o fadista cá da freguesia
Repertório de José Geadas
Vou cantar o fado que tanto me abraça
O fado é mistério
É triste e vadio, mas também tem graça
Quero ser fadista, cantar a meu jeito
Quando piso o palco
Sinto o coração a bater no peito
Mas ó santo Deus que destino o meu
Dá-me tua mão
Ajuda-me sempre a seguir em frente
Com esta paixão
Assim sou feliz, pequeno petiz
Que gosta da farra
P’ra estar tudo certo, quero ter por perto
Viola e guitarra
Ainda de berço quando não dormia
Cantavam-me o fado
E eu bem apertado pró fado sorria
Hoje vou na rua e sinto alegria
Quando oiço dizer
Lá vem o fadista cá da freguesia
Canção da Beira
Popular?
Repertório de António Menano?
Letra à procura de informação detalhada
Eu antes queria morrer
E toda a vida chorar
Do que ver o meu amor
Na vida de militar
Chora, chora
Que a mim que se me dá
Piu piu piu, ora vira vira
Piu piu piu, ora vira lá
Eu hei-de ir à romaria
Pedir a nossa Senhora
Que me traga o meu amor
Que anda pelo mundo fora
Repertório de António Menano?
Letra à procura de informação detalhada
Eu antes queria morrer
E toda a vida chorar
Do que ver o meu amor
Na vida de militar
Chora, chora
Que a mim que se me dá
Piu piu piu, ora vira vira
Piu piu piu, ora vira lá
Eu hei-de ir à romaria
Pedir a nossa Senhora
Que me traga o meu amor
Que anda pelo mundo fora
Fria primevera
Letra de Jorge Rosa
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Como quem anda à procura
De tormentos que não tem
Andas fazendo a loucura
De não gostares de ninguém
Só mais tarde, nota bem
Todo o mal hás-de encontrar
Tentando gostar d’alguém
Sem ninguém de ti gostar
E tanto tanto hás-de andar
A acalentar incertezas
Que um dia não vais achar
Carinhos que hoje desprezas
Acredita, se não prezas
Esta censura tão certa
Vais saber tristes surpresas
Quem bem escolhe, pouco acerta
Vamos, acorda, desperta
Ao coração dá amores
Que a alma d’amor deserta
É primavera sem flores
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Como quem anda à procura
De tormentos que não tem
Andas fazendo a loucura
De não gostares de ninguém
Só mais tarde, nota bem
Todo o mal hás-de encontrar
Tentando gostar d’alguém
Sem ninguém de ti gostar
E tanto tanto hás-de andar
A acalentar incertezas
Que um dia não vais achar
Carinhos que hoje desprezas
Acredita, se não prezas
Esta censura tão certa
Vais saber tristes surpresas
Quem bem escolhe, pouco acerta
Vamos, acorda, desperta
Ao coração dá amores
Que a alma d’amor deserta
É primavera sem flores
Dona Maria Dilema
Salvador Sobral / João Só
Repertório de Carlos Leitão
Aconteceu, como as coisas acontecem
Um dia a Dona Maria apaixonou-se p’lo Vitor
O seu marido, coitado, nem desconfia
E a vizinhança, qual detetive
A desconfiar que a Dona Maria
Com sessenta anos, quem diria, foi-se apaixonar
Dona Maria, você pense bem
O amor é bom e a companhia também
Dona Maria, ]á não tem idade
Volte para a casa prá sua dignidade
Vitor apela ao seu espírito juvenil
Suplica à dona Maria que fujam pró Brasil
Ela tem alento, mas vai faltar o sustento
Ao seu marido, pobre marido, como vai ficar?
Nem nome merece nesta canção
E nem um ovo ele sabe estrelar
Repertório de Carlos Leitão
Aconteceu, como as coisas acontecem
Um dia a Dona Maria apaixonou-se p’lo Vitor
O seu marido, coitado, nem desconfia
E a vizinhança, qual detetive
A desconfiar que a Dona Maria
Com sessenta anos, quem diria, foi-se apaixonar
Dona Maria, você pense bem
O amor é bom e a companhia também
Dona Maria, ]á não tem idade
Volte para a casa prá sua dignidade
Vitor apela ao seu espírito juvenil
Suplica à dona Maria que fujam pró Brasil
Ela tem alento, mas vai faltar o sustento
Ao seu marido, pobre marido, como vai ficar?
Nem nome merece nesta canção
E nem um ovo ele sabe estrelar
Passo a passo
Letra de Jorge Rosa
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Passo a passo, sei teus passos
Aonde vais, com quem falas
Aquelas que tens nos braços
Sonhos que tens e que calas
Passo a passo a tua vida
Faz minha vida girar
Porque ando por ti perdida
Perco-me ao ver-te passar
Passo a passo torturada
Não desisto de te querer
É penosa a caminhada
Adorar quem nos não quer
Passo a passo acostumei
Meu passo a seguir teu passo
Fiquei cansada, fiquei
Mas bendigo o meu cansaço
Passo a passo sei aquelas
Que andam em roda de ti
Sei passo a passo qual delas
Por qual delas te perdi
E na dor de te perder
Uma só jura te faço
Farei tudo p’ra te ver
Atrás de mim, passo a passo
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Passo a passo, sei teus passos
Aonde vais, com quem falas
Aquelas que tens nos braços
Sonhos que tens e que calas
Passo a passo a tua vida
Faz minha vida girar
Porque ando por ti perdida
Perco-me ao ver-te passar
Passo a passo torturada
Não desisto de te querer
É penosa a caminhada
Adorar quem nos não quer
Passo a passo acostumei
Meu passo a seguir teu passo
Fiquei cansada, fiquei
Mas bendigo o meu cansaço
Passo a passo sei aquelas
Que andam em roda de ti
Sei passo a passo qual delas
Por qual delas te perdi
E na dor de te perder
Uma só jura te faço
Farei tudo p’ra te ver
Atrás de mim, passo a passo
O fim das coisas
Francisco Guimarães / Manuel de Oliveira
Repertório de Matilde Cid
Quando acabei o meu canto
Que cantava por amar
Acordou em mim o medo
Da mudez, desassossego
De não mais poder cantar
Quando acabei os meus versos
Não sabia mais escrever
Uma prosa tão vazia
A razão escurecia
O meu jeito de crescer
Enquanto a tinta seca toda a terra gira
Gira a onda de revolta e eu não sei se volta
A canção que eu pedira
No final dás contas, são coisas vãs, banais
As flores são só flores e os ventos dissabores
E a nau não volta ao cais
E voltei eu com afinco
Tudo muda tudo passa
Mas a pena já sem tinta
Uma voz indistinta
Coração que enfim fracassa
Mas ao fundo
Há sempre um fundo
Quando acordo e se me deito
Uma porta e uma janela
Sobrevivem no meu peito
Repertório de Matilde Cid
Quando acabei o meu canto
Que cantava por amar
Acordou em mim o medo
Da mudez, desassossego
De não mais poder cantar
Quando acabei os meus versos
Não sabia mais escrever
Uma prosa tão vazia
A razão escurecia
O meu jeito de crescer
Enquanto a tinta seca toda a terra gira
Gira a onda de revolta e eu não sei se volta
A canção que eu pedira
No final dás contas, são coisas vãs, banais
As flores são só flores e os ventos dissabores
E a nau não volta ao cais
E voltei eu com afinco
Tudo muda tudo passa
Mas a pena já sem tinta
Uma voz indistinta
Coração que enfim fracassa
Mas ao fundo
Há sempre um fundo
Quando acordo e se me deito
Uma porta e uma janela
Sobrevivem no meu peito
O menino dança
Carlos Leitão / José Elmiro Nunes
Repertório de Carlos Leitão
A onda mais pungente que rebenta
Na dança sensual que não consigo
É sempre o braço aberto que me tenta
Quando mais ninguém dança comigo
Ê o mar que me distrai e me seduz
É o amor que me constrói e alivia
E é o mundo inteiro em contraluz
A disfarçar-me os dias, num só dia
A cadência da onda entardecida
Traduz-me o fado inteiro sem cantar
A segredar o céu, gritado à vida
É o mar a resgatar-me p’ra dançar
E quando a tarde morre aos meus braços
Eu tento ir-me embora mas não vou
Se o mar desmaia em mim os seus cansaços
Então é porque a música acabou
Repertório de Carlos Leitão
A onda mais pungente que rebenta
Na dança sensual que não consigo
É sempre o braço aberto que me tenta
Quando mais ninguém dança comigo
Ê o mar que me distrai e me seduz
É o amor que me constrói e alivia
E é o mundo inteiro em contraluz
A disfarçar-me os dias, num só dia
A cadência da onda entardecida
Traduz-me o fado inteiro sem cantar
A segredar o céu, gritado à vida
É o mar a resgatar-me p’ra dançar
E quando a tarde morre aos meus braços
Eu tento ir-me embora mas não vou
Se o mar desmaia em mim os seus cansaços
Então é porque a música acabou
Dia não
Matilde Cid / Rão Kiao
Repertório de Matilde Cid
Deixa-me estar
Porque eu hoje estou assim
Há de passar
Não queiras saber de mim
Deixa-me estar
Amanhã é outro dia
Talvez por ti sorria
Não me julgues por favor
E não me leves a peito
Desculpa este meu jeito
De mostrar o meu amor;
Tu deste-me o teu melhor
Eu dei-te o meu coração
És fogo ardente, és paixão
Contigo seja o que for
Deixa-me estar
Hoje não estou p’ra ninguém
Vou contemplar
Quero ver mais além
A solidão
É tão boa companhia
P’ra me encontrar também
Repertório de Matilde Cid
Deixa-me estar
Porque eu hoje estou assim
Há de passar
Não queiras saber de mim
Deixa-me estar
Amanhã é outro dia
Talvez por ti sorria
Não me julgues por favor
E não me leves a peito
Desculpa este meu jeito
De mostrar o meu amor;
Tu deste-me o teu melhor
Eu dei-te o meu coração
És fogo ardente, és paixão
Contigo seja o que for
Deixa-me estar
Hoje não estou p’ra ninguém
Vou contemplar
Quero ver mais além
A solidão
É tão boa companhia
P’ra me encontrar também
Não sei calar meu amor
Letra de João Ferreira Rosa
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Não sei calar, meu amor
Tudo aquilo que mais sinto
Seja um cardo ou uma flor
Meu amor, eu não te minto
Basta veres a minha mão
Que arrefece se te vê
A cantar a maldição
Sem nunca saber porquê
São assim os nossos fados
Tristes, tristes, por verdade
Restos de sonhos passados
E restos de Liberdade
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Não sei calar, meu amor
Tudo aquilo que mais sinto
Seja um cardo ou uma flor
Meu amor, eu não te minto
Basta veres a minha mão
Que arrefece se te vê
A cantar a maldição
Sem nunca saber porquê
São assim os nossos fados
Tristes, tristes, por verdade
Restos de sonhos passados
E restos de Liberdade
O que o tempo nos dá
Tiago Torres da Sila / Manuel Graça Pereira
Repertório de Catarina Rocha
Com os braços em cruz
Não se pode abraçar
Nem dá para cantar
Com mordaças na voz
Com a alma infeliz
Não se pode sonhar
Por isso te digo:
Quem dá o que não tem
É que sabe amar
Não existe mais nada
Nunca nada é de ninguém
O tempo rouba o que nos dá
Nunca nada é de ninguém
Amar-te é tudo o que há
Repertório de Catarina Rocha
Com os braços em cruz
Não se pode abraçar
Nem dá para cantar
Com mordaças na voz
Com a alma infeliz
Não se pode sonhar
Por isso te digo:
Quem dá o que não tem
É que sabe amar
Não existe mais nada
Nunca nada é de ninguém
O tempo rouba o que nos dá
Nunca nada é de ninguém
Amar-te é tudo o que há
Com “quem sabe?” ou "talvez”
Não se aprende a lição
O sim e o não
Tornam-se em “tanto faz”
Com os olhos sem luz
Não se consegue ver
Por isso repito
Não se aprende a lição
O sim e o não
Tornam-se em “tanto faz”
Com os olhos sem luz
Não se consegue ver
Por isso repito
Quadras do amor, da sabedoria
Autor: Silva Tavares
Do livro Vá de Roda / 1938
Versos transcritos do livro editado pela
Do nosso encontro ficou-me
O desejo decidido
De acrescentar o teu nome
Dando-te o meu apelido
Por dizer que me convinhas
Desataste às gargalhadas
Atirei-te com pedrinhas
Respondeste com pedradas
Não insistas… não te canses
Passámos um lindo mês
E bem sabes que há romances
Que só se lêem uma vez
Do livro Vá de Roda / 1938
Versos transcritos do livro editado pela
Academia da Guitarra e do Fado
Vá de roda, raparigas
Que entrou na roda mais um
E quem não vai com cantigas
Não vai de modo nenhum
Há-de sempre haver canções
E quadras de bem querer
Enquanto houver corações
Dentro do peito a bater
Não conheço um cantador
Que se atreva a dar um pio
Quando canta o meu amor
Cantigas ao desafio
Com tua boca vermelha
Minha boca encontrou-se
’Inda há-de nascer a abelha
Que fabrique mel mais doce!
Deixa lá falar quem fala
Deixa lá dizer quem diz
Quem por amor não se rala
Anda a fingir que é feliz
Dos calados não me fio
Tenho sempre no sentido
Que onde vai mais fundo o rio
É que faz menos ruído
Se eu soubesse o que sei hoje
Nesse dia em que te vi
Seria sombra que foge
Em vez de sombra de ti
Eu amo quem me não crê
Por isso sei lamentar
A cegueira de quem vê
E não quer acreditar
Queira Deus nunca te oprima
Dor igual à que padeço
Negar-te consolo e estima
Quem tenhas em mais apreço
Em amor julguei ser forte
Mas vi-te e vi que o não era
O amor é como a morte
Vem quando menos se espera
Tenhamos ambos valor
Que importa a nuvem que passa?
O céu sem nuvens, amor
Perde metade da graça
Nada no amor se prevê
As coisas vão-se passando
Nunca sabemos porquê
Nem de que modo, nem quando
Serás feia… eu acredito
Mas causas-me tanto enleio
És como um cato bonito
Que é bonito porque é feio
Se hoje o amor te conforta
Guarda-o bem. Toma cautela
Que ele, às vezes, entra a porta
E foge pela janela
Já nem sei, pobre de mim
Se hei-de dar-te o meu perdão
O coração diz que sim
A cabeça diz que não
Por quem será a tristeza
Que a torna ainda mais bela?
Por mim, não é com certeza
Por quem, sabe-o Deus mais ela
Vá lá a gente entender
As manhas do coração
Ando a fugir de te ver
E não fujo à tentação
Já com a fé quase morta
Vi nos teus olhos a cura
Fui bater à tua porta
Deste-me o pão da amargura
Contigo, amor, não acerto
Eu, para ler com agrado
Preciso do livro aberto
Tu és um livro fechado
Menina da boina branca
E vestido de organdi
Se lhe agrado, seja franca
Que eu também gosto de si
Sim... todo o nó se desata
Acabemos… tem de ser
Vale mais a dor que mata
Do que a dor que faz viver
Sabe Deus que pensamentos
Se ocultam num brando afago
Até o mar tem momentos
Em que mais parece um lago
Por Deus, não digas adeus
Quando sais de manhã cedo
Diz “até logo”, por Deus
Que eu, do adeus, tenho medo
Depois de meu-mais-que-tudo
Passaste a menos-que-nada
Mas eu não mudei nem mudo
Tu é que foste a culpada
Vá de roda, raparigas
Que entrou na roda mais um
E quem não vai com cantigas
Não vai de modo nenhum
Há-de sempre haver canções
E quadras de bem querer
Enquanto houver corações
Dentro do peito a bater
Não conheço um cantador
Que se atreva a dar um pio
Quando canta o meu amor
Cantigas ao desafio
Com tua boca vermelha
Minha boca encontrou-se
’Inda há-de nascer a abelha
Que fabrique mel mais doce!
Deixa lá falar quem fala
Deixa lá dizer quem diz
Quem por amor não se rala
Anda a fingir que é feliz
Dos calados não me fio
Tenho sempre no sentido
Que onde vai mais fundo o rio
É que faz menos ruído
Se eu soubesse o que sei hoje
Nesse dia em que te vi
Seria sombra que foge
Em vez de sombra de ti
Eu amo quem me não crê
Por isso sei lamentar
A cegueira de quem vê
E não quer acreditar
Queira Deus nunca te oprima
Dor igual à que padeço
Negar-te consolo e estima
Quem tenhas em mais apreço
Em amor julguei ser forte
Mas vi-te e vi que o não era
O amor é como a morte
Vem quando menos se espera
Tenhamos ambos valor
Que importa a nuvem que passa?
O céu sem nuvens, amor
Perde metade da graça
Nada no amor se prevê
As coisas vão-se passando
Nunca sabemos porquê
Nem de que modo, nem quando
Serás feia… eu acredito
Mas causas-me tanto enleio
És como um cato bonito
Que é bonito porque é feio
Se hoje o amor te conforta
Guarda-o bem. Toma cautela
Que ele, às vezes, entra a porta
E foge pela janela
Já nem sei, pobre de mim
Se hei-de dar-te o meu perdão
O coração diz que sim
A cabeça diz que não
Por quem será a tristeza
Que a torna ainda mais bela?
Por mim, não é com certeza
Por quem, sabe-o Deus mais ela
Vá lá a gente entender
As manhas do coração
Ando a fugir de te ver
E não fujo à tentação
Já com a fé quase morta
Vi nos teus olhos a cura
Fui bater à tua porta
Deste-me o pão da amargura
Contigo, amor, não acerto
Eu, para ler com agrado
Preciso do livro aberto
Tu és um livro fechado
Menina da boina branca
E vestido de organdi
Se lhe agrado, seja franca
Que eu também gosto de si
Sim... todo o nó se desata
Acabemos… tem de ser
Vale mais a dor que mata
Do que a dor que faz viver
Sabe Deus que pensamentos
Se ocultam num brando afago
Até o mar tem momentos
Em que mais parece um lago
Por Deus, não digas adeus
Quando sais de manhã cedo
Diz “até logo”, por Deus
Que eu, do adeus, tenho medo
Depois de meu-mais-que-tudo
Passaste a menos-que-nada
Mas eu não mudei nem mudo
Tu é que foste a culpada
Do nosso encontro ficou-me
O desejo decidido
De acrescentar o teu nome
Dando-te o meu apelido
Por dizer que me convinhas
Desataste às gargalhadas
Atirei-te com pedrinhas
Respondeste com pedradas
Não insistas… não te canses
Passámos um lindo mês
E bem sabes que há romances
Que só se lêem uma vez
Canção que não quer ser de amor
Letra e música de Mimi Froes
Repertório de Matilde Cid
E se esta canção de amor
Não quer ser canção de amor
Porque escrevo eu canções?
Às vezes vem sem refrão
E nem pede permissão
Ao autor que a compõe
E não me obedece
Nem mesmo que eu diga
Querida canção tu não és cantiga
A canção não me quer
Diz-me "ouve, mulher”
Vou ser o que eu bem quiser
Então dou-lhe o meu amor
E até peço por favor
Que me entregue o seu guião
E escrevo num tom feliz
Até acrescento bis
E ela vem em furacão
Eu peço desculpa
Entrego a caneta
Querida canção vem tu ser poeta
A canção não me quer
Diz-me "ouve, mulher”
Vou ser o que eu bem quiser
Repertório de Matilde Cid
E se esta canção de amor
Não quer ser canção de amor
Porque escrevo eu canções?
Às vezes vem sem refrão
E nem pede permissão
Ao autor que a compõe
E não me obedece
Nem mesmo que eu diga
Querida canção tu não és cantiga
A canção não me quer
Diz-me "ouve, mulher”
Vou ser o que eu bem quiser
Então dou-lhe o meu amor
E até peço por favor
Que me entregue o seu guião
E escrevo num tom feliz
Até acrescento bis
E ela vem em furacão
Eu peço desculpa
Entrego a caneta
Querida canção vem tu ser poeta
A canção não me quer
Diz-me "ouve, mulher”
Vou ser o que eu bem quiser
Fado da sugestão
Letra e música de Felisberto Gomes Ferreirinha
Repertório de Edmundo Bettencourt
Não digas não, dize sim
Muito embora amor não sintas
Que um não envenena a gente
Dize sim ‘inda que mintas
Não digas não, dize sim
Sê ao menos a primeira
Falta-me embora à verdade
Não sejas tão verdadeira
Esta estrofe não foi gravada
O não é mais venenoso
Que os venenos mais certeiros
Antes um sim mentiroso
Que trinta nãos verdadeiros
Não digas não, dize sim
Muito embora amor não sintas
Que um não envenena a gente
Dize sim ‘inda que mintas
Não digas não, dize sim
Sê ao menos a primeira
Falta-me embora à verdade
Não sejas tão verdadeira
Esta estrofe não foi gravada
O não é mais venenoso
Que os venenos mais certeiros
Antes um sim mentiroso
Que trinta nãos verdadeiros
As ondas
Letra e música de Zé Maria
Repertório do autor
Deitei a tristeza ao mar
No dia em que tu partiste
P’ra não me verem chorar
P’ra não me verem triste
E as ondas, uma a uma
Batendo sem piedade
Foram trazendo na espuma
Salpicos dessa saudade
Um lamento que das vagas
Ecoa por todo o lado
E crava nas altas fragas
A dor de me teres deixado
Tudo o que se deita ao mar
Tarde ou cedo volta, enfim
Mas para me consolar
Choram as ondas por mim
Repertório do autor
Deitei a tristeza ao mar
No dia em que tu partiste
P’ra não me verem chorar
P’ra não me verem triste
E as ondas, uma a uma
Batendo sem piedade
Foram trazendo na espuma
Salpicos dessa saudade
Um lamento que das vagas
Ecoa por todo o lado
E crava nas altas fragas
A dor de me teres deixado
Tudo o que se deita ao mar
Tarde ou cedo volta, enfim
Mas para me consolar
Choram as ondas por mim
Meu rumo
Letra de Jorge Rosa
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Diz-me ao certo onde me leva
O rumo que a ti conduz
Não sei se és dia, se és luz
Não sei se és noite, se és treva
Meus braços correm p’ra ti
Abertos numa ansiedade
Que um desejo, uma vontade
Despertou, quando te vi
Não me negues teu carinho
És minha fé, creio em ti
Não digas que me perdi
Ao seguir o teu caminho
Diz-me se és dia, se és luz
Diz-me se és noite, se és treva
Diz-me ao certo onde me leva
O rumo que a ti conduz
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Diz-me ao certo onde me leva
O rumo que a ti conduz
Não sei se és dia, se és luz
Não sei se és noite, se és treva
Meus braços correm p’ra ti
Abertos numa ansiedade
Que um desejo, uma vontade
Despertou, quando te vi
Não me negues teu carinho
És minha fé, creio em ti
Não digas que me perdi
Ao seguir o teu caminho
Diz-me se és dia, se és luz
Diz-me se és noite, se és treva
Diz-me ao certo onde me leva
O rumo que a ti conduz
Canção de embalar o amor
Tiago Salazar / Vitorino
Repertório de Carlos Leitão
Vem ver onde nasce o deserto
Vem ver onde é a foz do luar
Dunas e estrelas são o tecto
Anjos cintilam no seu lugar
Vem ver onde fica o oceano
Vem ver o canto do nosso mar
Onde és um amor sem engano
Onde és minha canção de embalar
Porque antes de ti nada era
Porque depois de ti tudo foi
Porque a vida é valsa cantada
Porque o amor é o tempo dos dois
Repertório de Carlos Leitão
Vem ver onde nasce o deserto
Vem ver onde é a foz do luar
Dunas e estrelas são o tecto
Anjos cintilam no seu lugar
Vem ver onde fica o oceano
Vem ver o canto do nosso mar
Onde és um amor sem engano
Onde és minha canção de embalar
Porque antes de ti nada era
Porque depois de ti tudo foi
Porque a vida é valsa cantada
Porque o amor é o tempo dos dois
A ponte dos desejos
Letra e música de Carminho
Repertório de Zé Maria
Ele vivia feliz brincando à beira do rio
Dono do seu nariz por entre o casario
O vento nos cabelos nem fazia notar
Que aos poucos os segredos se iriam revelar
Olhar de borboleta, completo sonhador
Na cara uma roseta e aquele primeiro brilho
Temido, sentido, de amor
Amélia era o nome que tanto ouviu chamar
Viviam lado a lado, andavam par a par
E nessa tarde quente, na ponte onde brincou
Achou-a tão diferente, o amor acordou
A ponte dos desejos
Repertório de Zé Maria
Ele vivia feliz brincando à beira do rio
Dono do seu nariz por entre o casario
O vento nos cabelos nem fazia notar
Que aos poucos os segredos se iriam revelar
Olhar de borboleta, completo sonhador
Na cara uma roseta e aquele primeiro brilho
Temido, sentido, de amor
Amélia era o nome que tanto ouviu chamar
Viviam lado a lado, andavam par a par
E nessa tarde quente, na ponte onde brincou
Achou-a tão diferente, o amor acordou
A ponte dos desejos
A muda companheira
Já não tem conta os beijos
Já não tem conta os beijos
Que viu a vida inteira
Sabe toda a verdade
Sabe toda a verdade
E ouve o sussurrar
De toda uma cidade
De toda uma cidade
Que por ela passar;
A ponte dos desejos
A ponte dos desejos
A fiel companhia
Já não tem conta amores
Já não tem conta amores
Que viu de noite e dia
Sonhos sabe de cor
Sonhos sabe de cor
E ensina a todos eles
O primeiro beijar de amor
Menina que a sorrir fazia ao seu andar
Os girassóis florir e as aves cantar
De amor sabia ela, pois guardava no peito
Recortes de novela de um caderno desfeito
Mas ao vê-lo na Sé, o vento até parou
Seria o mesmo Zé? aquele que a estremece
E aquece e tece o amor?
Como antes, nesse dia, a ponte foi morada
De uma tal alegria por ela bem guardada
E quem pode esquecer a ponte dos desejos?
Se de tanto eu querer
Dei meus primeiros beijos
O primeiro beijar de amor
Menina que a sorrir fazia ao seu andar
Os girassóis florir e as aves cantar
De amor sabia ela, pois guardava no peito
Recortes de novela de um caderno desfeito
Mas ao vê-lo na Sé, o vento até parou
Seria o mesmo Zé? aquele que a estremece
E aquece e tece o amor?
Como antes, nesse dia, a ponte foi morada
De uma tal alegria por ela bem guardada
E quem pode esquecer a ponte dos desejos?
Se de tanto eu querer
Dei meus primeiros beijos
Os fados que não quero cantar
Marco Carlos Leitão / Marco Rodrigues
Repertório de Carlos Leitão
Todos os fados que eram tristes ficaram lá
Naquela casa onde nada existe, nada lá está
A solidão trancada
O nosso quarto ausente chama por nós
A casa está calada
E os fados que eram tristes ficaram lá
P’ra nos mandar embora sem voltar
O tempo passa repetido, nem quer saber
As paixões malditas que vivi para perder
Fica o amor sozinho
Entregue às minhas mãos fora da lei
Não sabem o caminho
E os fados que eram tristes ficaram lá
Esquecidos mais de mim do que de ti
A nossa casa está vazia, o que somos nós?
Aquela cama está mais fria, ficámos sós
Já não temos morada
Somos o pó da terra seca que voou
P’ra lá da madrugada
Se um dia voltarmos lá não vou entrar
Estão lá os fados que não quero cantar
Repertório de Carlos Leitão
Todos os fados que eram tristes ficaram lá
Naquela casa onde nada existe, nada lá está
A solidão trancada
O nosso quarto ausente chama por nós
A casa está calada
E os fados que eram tristes ficaram lá
P’ra nos mandar embora sem voltar
O tempo passa repetido, nem quer saber
As paixões malditas que vivi para perder
Fica o amor sozinho
Entregue às minhas mãos fora da lei
Não sabem o caminho
E os fados que eram tristes ficaram lá
Esquecidos mais de mim do que de ti
A nossa casa está vazia, o que somos nós?
Aquela cama está mais fria, ficámos sós
Já não temos morada
Somos o pó da terra seca que voou
P’ra lá da madrugada
Se um dia voltarmos lá não vou entrar
Estão lá os fados que não quero cantar
Meu amor de horas cinzentas
Letra de Jorge Rosa
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Meu amor d’horas cinzentas
Que só desgraças inventas
E de luto me apareces
Olha a vida, o que é de belo
Acorda do pesadelo
Em que sem querer adormeces
Meu amor d’horas agrestes
É de sombras que te vestes
E de espinhos que te enfeitas
Porque teimas em esquecer-te
Que existe sol e que é verde
A esperança que não aceitas
Meu amor d’horas tristonhas
Tu que não sorris nem sonhas
Queria ver-te d’outra cor
Mas apesar da tristeza
Não deixarei com certeza
De te chamar meu amor
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Meu amor d’horas cinzentas
Que só desgraças inventas
E de luto me apareces
Olha a vida, o que é de belo
Acorda do pesadelo
Em que sem querer adormeces
Meu amor d’horas agrestes
É de sombras que te vestes
E de espinhos que te enfeitas
Porque teimas em esquecer-te
Que existe sol e que é verde
A esperança que não aceitas
Meu amor d’horas tristonhas
Tu que não sorris nem sonhas
Queria ver-te d’outra cor
Mas apesar da tristeza
Não deixarei com certeza
De te chamar meu amor
Se assim fosse
Zé Maria / Pedro de Castro
Repertório de Zé Maria
Fogem-me as horas, atarefadas
Cheias de planos por acabar
Ficam desejos nas enseadas
A ver navios, a ver passar
Fogem-me os dias por entre os dedos
Como esta espuma branca de mar
Espuma que cobre, anseios, medos
No fundo, mudos sem querer gritar
Ai quem me dera ter sido onda
Que vem e quebra, se espraia e vai
E nesse vai e vem sem conta
Cumprisse a vida e nada mais
Ai quem me dera, mas se assim fosse
0 que seria do meu amor?
Das alegrias que a vida trouxe?
E da esperança de um mundo melhor?
Prendem-me os pés, velhas raízes
Limites, penas, que não escolhi
Pesam-me as horas mais infelizes
E os maus caminhos que percorri
Ai quem me dera ter sido ave
Que alta voa, em liberdade
E nesse voo ser, só ser leve
Sem ter remorsos, sem ter saudade
Repertório de Zé Maria
Fogem-me as horas, atarefadas
Cheias de planos por acabar
Ficam desejos nas enseadas
A ver navios, a ver passar
Fogem-me os dias por entre os dedos
Como esta espuma branca de mar
Espuma que cobre, anseios, medos
No fundo, mudos sem querer gritar
Ai quem me dera ter sido onda
Que vem e quebra, se espraia e vai
E nesse vai e vem sem conta
Cumprisse a vida e nada mais
Ai quem me dera, mas se assim fosse
0 que seria do meu amor?
Das alegrias que a vida trouxe?
E da esperança de um mundo melhor?
Prendem-me os pés, velhas raízes
Limites, penas, que não escolhi
Pesam-me as horas mais infelizes
E os maus caminhos que percorri
Ai quem me dera ter sido ave
Que alta voa, em liberdade
E nesse voo ser, só ser leve
Sem ter remorsos, sem ter saudade
Espera
Matilde Cid / Manuel Ferreira
Repertório de Matilde Cid
No dia em que chegou
Tarde, como era sempre
Ela lá o esperava no meio de tanta gente
Tão bonito, bem vestido, pensou
Maria toda embeiçada
Vestiu aquela blusa encarnada
Linda e bem decotada
Ali sentada à sua espera
O coração do peito a saltar
Mas ele foi dançar com a Vera
Nem teve tempo p’ra reparar;
Naquela blusa encarnada
Que estava guardada para o ver chegar
O instinto apaixonado
Levou-a, bem decidida
Foi e disse, baixinho
João, esta dança é minha;
E dançaram, beberam os dois
De noite até ser dia
Foi-se a gente veio a luz e depois
João beijou a Maria
Hoje toca a valsa na festa
O tal João só quer a Maria
Fica sentado à espera desta
No lugar que foi dela um dia
Mas a Maria não chega
E o velho João ainda espera a Maria
Mas a Maria não chega
E o velho João só quer a Maria
Repertório de Matilde Cid
No dia em que chegou
Tarde, como era sempre
Ela lá o esperava no meio de tanta gente
Tão bonito, bem vestido, pensou
Maria toda embeiçada
Vestiu aquela blusa encarnada
Linda e bem decotada
Ali sentada à sua espera
O coração do peito a saltar
Mas ele foi dançar com a Vera
Nem teve tempo p’ra reparar;
Naquela blusa encarnada
Que estava guardada para o ver chegar
O instinto apaixonado
Levou-a, bem decidida
Foi e disse, baixinho
João, esta dança é minha;
E dançaram, beberam os dois
De noite até ser dia
Foi-se a gente veio a luz e depois
João beijou a Maria
Hoje toca a valsa na festa
O tal João só quer a Maria
Fica sentado à espera desta
No lugar que foi dela um dia
Mas a Maria não chega
E o velho João ainda espera a Maria
Mas a Maria não chega
E o velho João só quer a Maria
Pátria
Adriano / António Portugal / A.F.Guedes
Repertório de Adriano Correia de Oliveira
A minha boca é um cravo
Na tua boca, desfeito
Outro cravo é o coração
Desfolhado no teu peito
O coração só desfolha
Se lhe apodrece a raiz
Triste destino o destino
Da gente do meu país
A minha boca é um cravo
Na tua boca, desfeito
Nascem cravos murcham cravos
Desfolhados no teu peito
Repertório de Adriano Correia de Oliveira
A minha boca é um cravo
Na tua boca, desfeito
Outro cravo é o coração
Desfolhado no teu peito
O coração só desfolha
Se lhe apodrece a raiz
Triste destino o destino
Da gente do meu país
A minha boca é um cravo
Na tua boca, desfeito
Nascem cravos murcham cravos
Desfolhados no teu peito
Meu amor
Letra e música de Catarina Rocha
Repertório da autora
Os dias passam devagar
E dou por mim a delirar
Eu penso em ti por um segundo
E logo me arrependo
Não sei se estou a enlouquecer
E nestes dias sem te ver
Eu vou tentando esvaziar
O meu pensamento
Eu já nem quero mais sair
O meu sorriso já nem quer sorrir
E a cidade perdeu toda a graça
Agora que não estás
E a vida nesta rapidez
Mostrou-me mais uma vez
O porquê de querer que o tempo pare
E volte para trás
Meu amor
Agora que não estás aqui
Só quero saber de ti
Só quero que me dês a mão
Meu amor
A saudade roubou teu lugar
E a tristeza veio p’ra ficar
P’ra sempre em meu coração
Repertório da autora
Os dias passam devagar
E dou por mim a delirar
Eu penso em ti por um segundo
E logo me arrependo
Não sei se estou a enlouquecer
E nestes dias sem te ver
Eu vou tentando esvaziar
O meu pensamento
Eu já nem quero mais sair
O meu sorriso já nem quer sorrir
E a cidade perdeu toda a graça
Agora que não estás
E a vida nesta rapidez
Mostrou-me mais uma vez
O porquê de querer que o tempo pare
E volte para trás
Meu amor
Agora que não estás aqui
Só quero saber de ti
Só quero que me dês a mão
Meu amor
A saudade roubou teu lugar
E a tristeza veio p’ra ficar
P’ra sempre em meu coração
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