Desconheço se esta letra foi gravada.
Transcrevo-a na esperança de obter informaçâo credivel
Informação de Francisco Mendes e Daniel Gouveia
Livro *Poetas Populares do Fado-Tradicional*
Não me queres, não me admira
Perdi os olhos na guerra
Perdi os olhos na guerra
Com eles tudo perdi
Mas disse-me alguém que os vira
No chão, cheiinhos de terra
Mas disse-me alguém que os vira
No chão, cheiinhos de terra
‘Inda choravam por ti
Fui p’rá guerra e, a cada passo / Por ti sentia um carinho
Maior do que já sentira
Mas, um maldito estilhaço / Cegou-me, e ao veres-me ceguinho
Não me queres, não me admira
Sem carinho, amparo ou guia / Imerso em dor e abatido
Só mágoa o meu peito encerra
Não me queres e, todavia / Sem que te houvesse esquecido
Perdi os olhos na guerra
Fiquei cego duas vezes / ego de amor e, entre escolhos
Da vista com que te vi
E, carpindo os meus revezes / Senti que, ao perder os olhos
Com eles tudo perdi
Antes Deus me desse a morte / Que à dolorosa impressão
Dum amor que era mentira
Vê lá tu, que triste sorte / Não vi meus olhos no chão
Mas, disse-me alguém que os vira
Mas tu não tens piedade / uando eu solto os meus gemidos
Sobre as escarpas da serra
E recordo com saudade / Meus pobres olhos caídos
No chão, cheiinhos de terra
Não choram os olhos teus / Vivem alegres e absortos
Noutro amor – dizem p’r’aí
Mais leais foram os meus / Que, mesmo depois de mortos
‘Inda choravam por ti
Fui p’rá guerra e, a cada passo / Por ti sentia um carinho
Maior do que já sentira
Mas, um maldito estilhaço / Cegou-me, e ao veres-me ceguinho
Não me queres, não me admira
Sem carinho, amparo ou guia / Imerso em dor e abatido
Só mágoa o meu peito encerra
Não me queres e, todavia / Sem que te houvesse esquecido
Perdi os olhos na guerra
Fiquei cego duas vezes / ego de amor e, entre escolhos
Da vista com que te vi
E, carpindo os meus revezes / Senti que, ao perder os olhos
Com eles tudo perdi
Antes Deus me desse a morte / Que à dolorosa impressão
Dum amor que era mentira
Vê lá tu, que triste sorte / Não vi meus olhos no chão
Mas, disse-me alguém que os vira
Mas tu não tens piedade / uando eu solto os meus gemidos
Sobre as escarpas da serra
E recordo com saudade / Meus pobres olhos caídos
No chão, cheiinhos de terra
Não choram os olhos teus / Vivem alegres e absortos
Noutro amor – dizem p’r’aí
Mais leais foram os meus / Que, mesmo depois de mortos
‘Inda choravam por ti