Repertório do autor
Num quarto modesto e triste
Morreu o Zé cauteleiro
Sem família, sem amigos
Sem um simples companheiro
Ele que oferecia sorte
Num gesto feliz e franco
Na vida como na morte
Teve sempre jogo branco
Já ninguém se lembra do Zé cauteleiro
Que a muitos, em vida, ofereceu dinheiro
Vida de cautelas, feita dum pregão
E apenas ganhou na terminação
Eu conheci bem o Zé
O Zé falava comigo
E de tal forma que até
Cheguei a ser seu amigo
Por vezes se lastimava
E eu, sem querer, compreendia
Que a sorte que ele desejava
Era a mesma que oferecia