Reinaldo Ferreira / Mário Pacheco
Repertório de Cristina Nóbrega
Passemos, tu e eu, devagarinho
Sem ruído, sem quase movimento
Tão mansos, que a poeira do caminho
A pisemos sem dor e sem tormento
Que os nossos corações, num torvelinho
De folhas arrastadas pelo vento
Saibam beber o precioso vinho
A rara embriaguez deste momento
E se a tarde vier, deixá-la vir
E se a noite quiser, pode cobrir
Triunfalmente o céu de nuvens calmas
De costas para o sol, então veremos
Fundir-se as duas sombras que tivemos
Numa só sombra, como as nossas almas