Repertório
de Alfredo Marceneiro
Sentados
nos degraus musgosos duma ermida
Dois
velhos aldeões mortinhos de saudade
Com
palavras de amor cândidas como as rosas
Lembravam
com ternura a morta mocidade
Nos
olhos do velhinho e com doce lembrança
Transparecia
o amor do tempo já passado
E
da velhinha, a voz, imersa em confiança
Lembrava
um par gentil em dia de noivado
Eu
tenho uma ambição, um grande e vasto sonho
Diz
o velhinho em voz de estática doçura
Já
que Deus nos uniu neste mesmo lar risonho
Só
peço que nos dê a mesma sepultura