Autor: Silva Tavares
Do livro “Mais Cantigas” de 1924
Versos transcritos do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
(Duma carta de há dois anos)
Para que sempre que a vejas
Sejas forçado a lembrar-te de mim
Envio essa florinha do meu nome
Guarda-a na tua carteira.
Já assim não esquecerás tão fácilmente
A sempre tua *PERPÉTUA*
Esta manhã recordou-me
O amor que me juraste
P’la vida que Deus te desse
Aquela flor do teu nome
Que há dois anos me mandaste
Para que eu não te esquecesse
Foi mexendo em papéis velhos
Que a encontrei, ressequida
Morta, como o teu amor
E minh’alma, de joelhos
Rezou pela tua vida
E p’lo perdão do Senhor
Se a visses… que mirradinha!
Sua presença lembrou-me
Um secular corpo nu
Afinal a pobrezinha
Foi “perpétua” só de nome
Foi perpétua… como tu