Repertório de Amália
Informação de Francisco Mendes e Daniel Gouveia
Livro *Poetas Populares do Fado-Canção*
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Livro *Poetas Populares do Fado-Canção*
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De chapéu às três pancadas
E cachené ao pescoço
O Chico nas ramboiadas
Punha um bairro em alvoroço
E cachené ao pescoço
O Chico nas ramboiadas
Punha um bairro em alvoroço
A mocidade, levou-a
O tempo ingrato, consigo
E o fado que é seu castigo
E o fado que é seu castigo
Todas as noites o entoa
Naquele velho postigo
Naquele velho postigo
Onde namora Lisboa
Ai Chico, Chico do Cachené
Quem te viu antes e quem te vê
Em tosca mesa de pinho
Ai Chico, Chico do Cachené
Quem te viu antes e quem te vê
Em tosca mesa de pinho
Tem sardinheiras num jarro
Uma botija com vinho
Uma botija com vinho
E um Santo António de barro
Junto ao velho cachené
E uns calções à Marialva
Guarda um leque verde-malva
Da cigana Salomé
Por quem o Chico na Agualva
Por quem o Chico na Agualva
Numa tasca armou banzé
Ai Chico, Chico do Cachené
Quem te viu antes e quem te vê
Ai Chico, Chico do Cachené
Quem te viu antes e quem te vê
Na parede, entre dois pares
De bandarilhas vermelhas
A jaqueta de alamares
A jaqueta de alamares
E o chicote das parelhas
Lá tem a cinta e o barrete
Que ornamentam, mesmo à entrada
A cabeça embalsamada
A cabeça embalsamada
Do famoso “Ramalhete”
Que lhe deu luta danada
Que lhe deu luta danada
Numa pega em Alcochete
Ai Chico, Chico do Cachené
Quem te viu antes e quem te vê
Ai Chico, Chico do Cachené
Quem te viu antes e quem te vê
Quando a saudade o visita
E há mais sol na sua vida
Tira dum saco de chita
E há mais sol na sua vida
Tira dum saco de chita
Uma guitarra partida
Depois de um copo de vinho
Depois de um copo de vinho
Seus olhos são toutinegras
E tornam-se, negras, negras
E tornam-se, negras, negras
As melenas cor de arminho
E ali, com todas as regras
E ali, com todas as regras
Chorando, canta baixinho