Canal de JOSÉ FERNANDES CASTRO apadrinhado pelo mestre RODRIGO

*CLIQUE e OIÇA*

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AS LETRAS PUBLICADAS REFEREM A FONTE DE EXTRAÇÃO, OU SEJA: NEM SEMPRE SÃO MENCIONADOS OS LEGÍTIMOS CRIADORES
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ATINGIDO ESTE VALOR // QUE ME FAZ SENTIR HONRADO // CONTINUO, COM AMOR // A SER SERVIDOR DO FADO - - -
POIS MESMO DESAGRADANDO // A TROIANOS MALDIZENTES // OS GREGOS VÃO APOIANDO // E VÃO FICANDO CONTENTES
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Ai Cico, Chico

António Vilar da Costa / Nóbrega e Sousa
Repertório de Amália
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Criação de Amália Rodrigues
Informação de Francisco Mendes e Daniel Gouveia
Livro *Poetas Populares do Fado-Canção*
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De chapéu às três pancadas
E cachené ao pescoço
O Chico nas ramboiadas
Punha um bairro em alvoroço

A mocidade, levou-a / O tempo ingrato, consigo
E o fado que é seu castigo / Todas as noites o entoa
Naquele velho postigo / Onde namora Lisboa

Ai Chico, Chico do Cachené
Quem te viu antes e quem te vê


Em tosca mesa de pinho 
Tem sardinheiras num jarro
Uma botija com vinho 
E um Santo António de barro

Junto ao velho cachené / E uns calções à Marialva
Guarda um leque verde-malva / Da cigana Salomé
Por quem o Chico na Agualva / Numa tasca armou banzé

Ai Chico, Chico do Cachené
Quem te viu antes e quem te vê


Na parede, entre dois pares 
De bandarilhas vermelhas
A jaqueta de alamares 
E o chicote das parelhas

Lá tem a cinta e o barrete / Que ornamentam, mesmo à entrada
A cabeça embalsamada / Do famoso “Ramalhete”
Que lhe deu luta danada / Numa pega em Alcochete

Ai Chico, Chico do Cachené
Quem te viu antes e quem te vê

Quando a saudade o visita
E há mais sol na sua vida
Tira dum saco de chita 
Uma guitarra partida

Depois de um copo de vinho / Seus olhos são toutinegras
E tornam-se, negras, negras / As melenas cor de arminho
E ali, com todas as regras / Chorando, canta baixinho