Repertório de Neca Rafael
O cúmulo do azar, azar austero e mau
Vós não sabeis qual é que afecta uma pessoa
É um desgraçado ter uma perna de pau
E chupar um pontapé na perna que está boa
É um tipo ser ceguinho, apenas ver por um olho
Mas o azar persegue-o e sem mais nem para quê
Alguém grita “ó da guarda”, ele corre ao restolho
E leva um grande soco no olho por onde vê
É um tipo ser casado e a esposa fugir
É ele ver-se à solta, gozando a vida bela
Por cúmulo do azar, a esposa volta a vir
E traz p'ra sua casa a santa da mãe dela
É um tipo ser calvo e oferecerem-lhe pentes
É um outro que ouve bem e falam-lhe aos gritos
Outro come Maizena só porque não tem dentes
E a esposa distraída, anda a pôr-lhe os palitos