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Gosto do fado vadio

Pedro Bandeira Freire / Diniz Machado / Paco Bandeira
Repertório de Maria Armanda

Gosto do fado vadio 
Bem batido, ao desafio
Sem estrelas a dar nas vistas
Nas tascas à beira do rio 
Não entra o fado bafio
Cozinhado p’ra turistas

Dá sopa nas cenas canalhas 
De ciúme, de navalhas
Marialvas e marradas
Dá com os pés nos mirones 
E manda a casa os camones
Que querem fado e touradas

O fado é chama do presente
Labareda do passado
Queimando a alma da gente;
É tempo de cantar honestamente
Os fados que a gente sente

Ó fado de antigamente 
Do futuro e do passado
És o mais apreciado
És vadio, felizmente 
Porque és povo, porque és gente
Nunca és ultrapassado

Ó velho fado de outrora 
Que cá dentro se demora
A mexer com sentimento
Salta mas é cá p’ra fora 
Porque agora está na hora
De mostrares o teu talento

Ai é tão caro este fado 
Ao povo que o quer cantado
Dado de mesa p’ra mesa
Por isso é que o fado vadio 
É mais povo, mais sadio
E mais nosso, concerteza

Quem canta desta maneira 
Tem presente à sua beira
A alegria ou a tristeza
Canta a saudade, a ternura 
A amizade e a aventura
Da língua que é portuguesa