Publicada no jornal “Guitarra de Portugal”, Ano XVI, número 335
de 25 de Novembro de 1937 para o repertório de Domingos Silva
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Alegres e joviais
Eram João e José
Palreiros como pardais
Um, “ardina” dos jornais
Outro, groom dum café
Filhos do mesmo casal
Eram João e José
Palreiros como pardais
Um, “ardina” dos jornais
Outro, groom dum café
Filhos do mesmo casal
No mesmo berço nascidos
Eram irmãos e, afinal
Eram irmãos e, afinal
Davam-se de forma tal
Que nem dois desconhecidos
Quanta e quanta discussão
Que nem dois desconhecidos
Quanta e quanta discussão
Entre o João e o José
José era um toleirão
José era um toleirão
E não falava ao João
Quando vestia a libré
Julgava-se milionário
Julgava-se milionário
Por ter galões no boné
Via o irmão co’o Diário
Via o irmão co’o Diário
Alcunhava-o de ordinário
E corria-o do café
João, de calções rasgados
João, de calções rasgados
Boina ruça, pé descalço
Gritava: p’ra teus pecados
Gritava: p’ra teus pecados
Tens muitos galões doirados
Mas nem vês que o oiro é falso
Fazes-me dó a valer
Mas nem vês que o oiro é falso
Fazes-me dó a valer
Quando te imaginas mais
Não sabes ler nem escrever
E eu já aprendi a ler
Não sabes ler nem escrever
E eu já aprendi a ler
De tanto vender jornais
Trabalho honrado é virtude
Ser pobre a ninguém ofende
A vaidade é que se ilude
É no trabalho mais rude
Que às vezes muito se aprende
Trabalho honrado é virtude
Ser pobre a ninguém ofende
A vaidade é que se ilude
É no trabalho mais rude
Que às vezes muito se aprende