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O arrais

Isidoro de Oliveira / Miguel Ramos *fado margarida *
Repertório de Manuel Cardoso de Menezes

Sentado com o neto, o velho arrais
Olhando o cais lembrava com saudade
A noite em que aportara a esse cais
Debaixo duma enorme tempestade

P’ra Lisboa a fragata navegava
Já então era extinta a luz do dia
Eis que uma tempestade levantava
Quando voltar p’ra traz já não podia

Batendo a vela grande parte a amarra
Que o mastro vai quebrar já se adivinha
Ao timão que lhe resta então se agarra
Pedindo a Deus as forças que não tinha

Rota era a vela, o mastro já quebrava
Quando enfim conseguiu entrar no cais
A fragata com custo navegava
Mas firme no timão vinha o arrais

Eu sei que lidei sempre com a morte
Disse por fim ao neto, em voz sentida
Mas se hoje me sentisse novo e forte
Voltava a viver a mesma vida