Do livro Mais Cantigas / 1924
Versos transcritos do livro editado pela
Academia da Guitarra e do Fado
Dava o trono, sendo rei
P’la mulher apetecida
Porque a beleza de lei
É o império da vida
Com o que passou não contem
Que é reviver desenganos
Olhem sempre o dia d’ontem
Como um dia d’há cem anos
Logo que a vida é gerada
Em tudo a tragédia existe
No riso e na gargalhada
No alegre e no que é triste
Lá porque és feia, tem calma
Não te faltam seduções
Vale mais ser linda d’alma
Que ser linda de feições
Dar conselhos a quem ama
Havia de ser defeso
É lançar álcool na chama
Dum simples fósforo aceso
Tanto este amor me consome
Que temo estar a teu lado
O lobo quando tem fome
Não respeita o povoado
Ninguém tenha como certa
A sorte que se anuncia
Só depois de ser aberta
Se conhece a melancia
Morto o amor, por ofensa
Só o ódio se tolera
Desdém, desprezo, indif’rença
Não passam duma quimera
Dava o trono, sendo rei
P’la mulher apetecida
Porque a beleza de lei
É o império da vida
Com o que passou não contem
Que é reviver desenganos
Olhem sempre o dia d’ontem
Como um dia d’há cem anos
Logo que a vida é gerada
Em tudo a tragédia existe
No riso e na gargalhada
No alegre e no que é triste
Lá porque és feia, tem calma
Não te faltam seduções
Vale mais ser linda d’alma
Que ser linda de feições
Dar conselhos a quem ama
Havia de ser defeso
É lançar álcool na chama
Dum simples fósforo aceso
Tanto este amor me consome
Que temo estar a teu lado
O lobo quando tem fome
Não respeita o povoado
Ninguém tenha como certa
A sorte que se anuncia
Só depois de ser aberta
Se conhece a melancia
Morto o amor, por ofensa
Só o ódio se tolera
Desdém, desprezo, indif’rença
Não passam duma quimera