Desconheço se esta letra foi gravada.
Publico-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Do arquivo de Francisco Mendes
Olha lá: p’ra que te escondes?
Tu não ouves? não respondes?
Porque vais tão embuçado?
É aqui a Mouraria
Onde o Conde de Anadia
Muita vez cantou o fado
Tu vieste de samarra?
Tu trouxeste uma guitarra? / Se é assim, pelo que esperas?
Tipóias, aqui, não há
Tipóias, aqui, não há
Também não encontras cá / Nem fadistas, nem severas
Vês a Moirama? coitada
Foi aberta e devassada / No mais sombrio recanto
Já ninguém a toma a sério
Perdeu o ar de mistério / Que era todo o seu encanto
O Fado, um velho pimpão
Pai duma linda canção / Não sei porquê, foi-se embora
Eu não sei se foi por teima
Por capricho ou por toleima / Sei é que já cá não mora
Se o vires p’raí galante
Feito senhor arrogante / A falar em fidalguia
Diz-lhe que tenha cuidado
Porque há-de ser sempre fado / E filho da Mouraria