Aldir Blanc / João Bosco
Repertório de Helena Sarmento
Caía a tarde feito um viaduto
E um bêbedo trajando luto, me lembrou Carlitos
A lua, tal qual a dona do bordel
Pedia a cada estrela fria um brilho de aluguel
E nuvens, lá no mata-borrão do céu
Chupavam manchas torturadas, que sufoco
Louco, um bêbado com chapéu-côco
Fazia irreverências mil p’rá noite do Brasil
Meu Brasil
Que sonha com a volta do irmão do Henfíl
Com tanta gente que partiu num rabo-de-foguete
Chora a nossa pátria mãe gentil
Choram Marias e Clarisses no solo do Brasil
Mas sei, que uma dor assim pungente
Não há de ser inutilmente, a esperança
Dança na corda bamba de sombrinha
E em cada passo dessa linha
Pode se machucar
Azar, a esperança equilibrista
Sabe que o show de todo artista
Tem que continuar