Jorge Fernando / Fernando Freitas *fado noquinhas*
Repertório de José Geadas
Há sempre algum silêncio, um mudo olhar discreto
Um traço que se estende, que é cúmplice entre nós
A mão dá-se ao aceno que é como um leve afeto
E estamos adiados por faltar-nos a voz
Há sempre uma inquietude a trair o sorriso
Um muro que se eleva por estranha cobardia
A boca que teimosa, não diz o que é preciso
E a palavra se esconde por trás deste vazio
Há sempre um entretanto, um espaço fugidio
Refúgio, onde intensa, a alma inflama e arde
Vou dar o passo hoje, que o tempo é arredio
E o amanhã, quem sabe, nos possa já ser tarde