Repertório de Maria Armanda
Ando na rua da noite
Bebo vinho de saudade
Cada esquina é um açoite
Fustigando a claridade
Vou de noite pela noite
Vou de noite pela noite
De uma vida sem idade
Não há corpo onde me acoite
Não há corpo onde me acoite
Não há casas na cidade
Vou de noite pelo ventre
De ruas mal assombradas
Levo uma alma doente
Levo uma alma doente
Nas minhas mãos desfasadas
Vou de noite pela noite
Vou de noite pela noite
De uma vida
sem idade
No há corpo onde me acoite
No há corpo onde me acoite
Não há casa na cidade
No rio vejo um navio
Rumando rumo à infância
Tenho frio, tenho frio
Tenho frio, tenho frio
Morro do mal da distância
Corro as ruas da vida
Corro as ruas da vida
Sempre à procura de mim
Mas ela não tem piedade
Mas ela não tem piedade
E nunca mais chego ao fim
Ando na rua da vida
Ando na rua da vida
Bebo sumo de
tristeza
Deitando contas à vida
Sinto apenas a pobreza
Ando na rua da vida
Ando na rua da vida
Bebo sumo de tristeza
Quem andar assim perdida
Não se encontra concerteza
Vou de noite pelo ventre
De ruas mal assombradas
Levo uma alma doente
Nas minhas mãos desfasadas
Na cama só vejo lama
Na cama só vejo lama
Na rua só piso
água
Quem me fala, quem me chama
Quem me fala, quem me chama
O nome de mulher-mágoa
Corro as ruas da cidade
Corro as ruas da cidade
Sempre à procura de mim
Mas ela não tem piedade
E nunca mais chego ao fim