Fernando
Campos de Castro
Poeta que viste longe e mais alto
Poeta amigo...
Dá-me os teus versos
Poeta que andaste pela rua
Que chamaste noiva à lua
E irmão ao vento agreste
E irmão ao vento agreste
Neste dia em que te canto
Rimo alegria com pranto
Nos poemas que me deste
Nos poemas que me deste
Poeta amigo...
Amante das coisas belas
Que soubeste ler nas estrelas
Mistérios que ninguém lê
Mistérios que ninguém lê
Poeta amigo...
Que chamaste mãe à cidade
Só tu viste a claridade
Num mundo que ninguém vê
Num mundo que ninguém vê
Poeta que viste longe e mais alto
Fazendo dum sobressalto
O teu mar de calmaria
O teu mar de calmaria
Em cada noite perdida
Fizeste da própria vida
Uma loucura sadia
Uma loucura sadia
Poeta amigo...
Que fizeste da madrugada
A tua casa encantada
Onde não posso morar
Onde não posso morar
Poeta amigo...
Que fecundaste a esperança
Nos teus olhos de criança
É que aprendi a sonhar
É que aprendi a sonhar
Dá-me os teus versos
teus mundos de fantasia
E toda a melancolia
dos teus sentidos
dispersos
Dá-me os teus versos
a tua vida
secreta
Essa alma de poeta
feita de mil
universos