Desconheço se esta letra foi gravada.
Transcrevo-a na esperança de obter informação credivel.
A minha rica filhinha
Co’a sua saia de roda
Parece uma vassourinha
Varrendo-me a casa toda
Sou pobre por condição / Mas tenho um grande tesouro
Quue não dou por nenhum oiro / Lançado em circulação
Fiz cofre do coração / Porque outra coisa não tinha
E essa riqueza, que é minha / Tão bem, lá dentro, me coube
Que d’ali não há quem roube
A minha rica filhinha
Nunca senti tanto enleio / Como olhando a minha filha
Fala e pensa à maravilha / Apenas com palmo e meio
Já mostra certo receio / De que a não vistam à moda
E ninguém julgue que engoda / Essa migalha de gente
Toda inchada de contente
Co’a sua saia de roda
A cada passo tropeça / Por ser a saia comprida
Mas não chora e, de seguida / Levanta-se e recomeça
Não há nada que não peça / Pois tudo quer, coitadinha
Deita-se logo à noitinha / Mas, de manhã até lá
Sempre d’aqui p’ra acolá
Parece uma vassourinha
Ela só, tão pequenina / Enche-me a vida de luz
E o peso da minha cruz / Resulta coisa divina
Ladina, muito ladina / Não pára nem se acomoda
A tudo e todos apoda / Numa estranha algaravia
E assim passa o santo dia
Varrendo-me a casa toda
Informação de Francisco Mendes e Daniel Gouveia
Livro *Poetas Populares do Fado-Tradicional*
Livro *Poetas Populares do Fado-Tradicional*
Co’a sua saia de roda
Parece uma vassourinha
Varrendo-me a casa toda
Sou pobre por condição / Mas tenho um grande tesouro
Quue não dou por nenhum oiro / Lançado em circulação
Fiz cofre do coração / Porque outra coisa não tinha
E essa riqueza, que é minha / Tão bem, lá dentro, me coube
Que d’ali não há quem roube
A minha rica filhinha
Nunca senti tanto enleio / Como olhando a minha filha
Fala e pensa à maravilha / Apenas com palmo e meio
Já mostra certo receio / De que a não vistam à moda
E ninguém julgue que engoda / Essa migalha de gente
Toda inchada de contente
Co’a sua saia de roda
A cada passo tropeça / Por ser a saia comprida
Mas não chora e, de seguida / Levanta-se e recomeça
Não há nada que não peça / Pois tudo quer, coitadinha
Deita-se logo à noitinha / Mas, de manhã até lá
Sempre d’aqui p’ra acolá
Parece uma vassourinha
Ela só, tão pequenina / Enche-me a vida de luz
E o peso da minha cruz / Resulta coisa divina
Ladina, muito ladina / Não pára nem se acomoda
A tudo e todos apoda / Numa estranha algaravia
E assim passa o santo dia
Varrendo-me a casa toda