-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
As 7.490 letras publicadas referem a fonte de extração, ou seja: nem sempre são mencionados os criadores dos temas aqui apresentados.
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Tenho vindo a publicar letras (de autores que já partiram) sem indicação de intérpretes ou compositores na esperança de obter informações detalhadas sobre os temas.
<> 7.490 LETRAS <> 3.530.000 VISITAS <> OUTUBRO 2024 <>
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

.

A minha rica filhinha

Letra de Silva Tavares
Desconheço se esta letra foi gravada.
Transcrevo-a na esperança de obter informação credivel.
Informação de Francisco Mendes e Daniel Gouveia
Livro *Poetas Populares do Fado-Tradicional*

A minha rica filhinha
Co’a sua saia de roda
Parece uma vassourinha
Varrendo-me a casa toda


Sou pobre por condição 
Mas tenho um grande tesouro
Que não dou por nenhum oiro 
Lançado em circulação
Fiz cofre do coração 
Porque outra coisa não tinha
E essa riqueza, que é minha 
Tão bem, lá dentro, me coube
Que d’ali não há quem roube
A minha rica filhinha

Nunca senti tanto enleio 
Como olhando a minha filha
Fala e pensa à maravilha 
Apenas com palmo e meio
Já mostra certo receio 
De que a não vistam à moda
E ninguém julgue que engoda 
Essa migalha de gente
Toda inchada de contente
Co’a sua saia de roda

A cada passo tropeça 
Por ser a saia comprida
Mas não chora e, de seguida 
Levanta-se e recomeça
Não há nada que não peça 
Pois tudo quer, coitadinha
Deita-se logo à noitinha 
Mas, de manhã até lá
Sempre d’aqui p’ra acolá
Parece uma vassourinha

Ela só, tão pequenina 
Enche-me a vida de luz
E o peso da minha cruz 
Resulta coisa divina
Ladina, muito ladina 
Não pára nem se acomoda
A tudo e todos apoda 
Numa estranha algaravia
E assim passa o santo dia
Varrendo-me a casa toda