Reportório de Deolinda Rodrigues
Subo o Chiado à tardinha
Vejo as marchas n’avenida
Bebo o café no Rossio
E é esta a minha vida
Vou aos retiros de fado
Chorar a dor e a virtude
E levo sempre uma vela
À Senhora da Saúde
Sou Alfacinha da Gema
Sou do Largo dos Trigueiros
Ali bem junto da Baixa
Ali bem junto da Baixa
Com varandas e craveiros
Sou Alfacinha da Gema
Eu amo Lisboa inteira
E creio até que ‘inda choro
E creio até que ‘inda choro
Pela Praça da Figueira
Gosto da Rua do Ouro
Do Arco da Dona Augusta
E das Ruínas do Carmo
E das Ruínas do Carmo
Juntinhas a Santa Justa
E como eu gosto, Meu Deus
Das janelas com craveiros
Á luz do sol da tardinha
Á luz do sol da tardinha
Lá no Largo dos Trigueiros
Vou ao Parque ver revista
E podem ter a certeza
Que o espetáculo que eu gosto
É a Revista à Portuguesa
Amo muito a minha baixa
E sofro ao pensar que um dia
Depois da Graça e do Arco
Me levam a Mouraria
Vou ao Parque ver revista
E podem ter a certeza
Que o espetáculo que eu gosto
É a Revista à Portuguesa
Amo muito a minha baixa
E sofro ao pensar que um dia
Depois da Graça e do Arco
Me levam a Mouraria