Letra e música de Frederico de Brito
Repertório de Raúl Pereira
Entrei na velha Alfama à hora em que o sol dorme
E o pálido luar põe corações em chama
E então, não sei porquê, tive uma pena enorme
De não ser marinheiro e não morar na Alfama
Passei pelo Castelo e vi-lhe a sombra austéra
Desci à Mouraria, o bairro sonhador
Julguei-me rufião do quadro da Severa
Tal como descreveu um genial pintor
E fui à Madragoa alegre e galhofeira
Lisboa que desperta ante do sol raiar
Pensei em agarrar nos remos da bateira
Trazer a rede ao ombro e vir p’rá beira mar
Subi ao Bairro Alto, o da Lisboa artista
Brigão e trovador, feliz e malfadado
E foi então ali que me senti fadista
E nunca mais deixei de pertencer ao fado