Repertório
de Artur Ribeiro
Ruas
do fado nas ruas
Feitas
de casas singelas
Onde
há roupa nas janelas
Dando
alegria à cidade;
E
em cujas paredes nuas
Poetas
improvisados
Escrevem
rimas de fados
Para
falar de saudade
Ruas do fado
Vielas de mil trapeiras
Com sardinheiras
E guitarras a
trinar
Ruas do fado
Onde a sombra da desgraça
Sempre que passa
Deixa um fado a
soluçar
Um
candeeiro apagado
Que
entristece a noite escura
Alguém
que canta e procura
Calar
o filho que chora;
Algures,
um grito abafado
Sombras
que passam unidas
A
jogar às escondidas
Com
quem passa àquela hora