Repertório de Celeste Rodrigues
Daquela viela antiga
Dum bairro mal afamado
Vinha
um resto de cantiga
Nos versos dum triste fado
Maia
além junto à esquina
Uma imagem de Jesus
E
a luz de lamparina
E uma sombra aos pés da cruz
O fado era a saudade, era uma reza
E a voz o precipício da tristeza
Era a saudade a cantar
Era a voz da nostalgia
A chorar p'la Mouraria
Banco
de pinho a um lado
Onde o fado se sentava
E
um Cristo crucificado
Que uma fé iluminava
Por
isso, agora canto
Tudo quanto ali havia
Naquele
velho recanto
Dum beco da Mouraria