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QUE ME DIZEM?
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Resto de Mouraria

Carlos Conde / Martinho d'Assunção
Repertório de Celeste Rodrigues

Daquela viela antiga 
Dum bairro mal afamado
Vinha um resto de cantiga 
Nos versos dum triste fado

Maia além junto à esquina 
Uma imagem de Jesus
E a luz de lamparina 
E uma sombra aos pés da cruz

O fado era a saudade, era uma reza
E a voz o precipício da tristeza
Era a saudade a cantar
Era a voz da nostalgia
A chorar p'la Mouraria

Banco de pinho a um lado 
Onde o fado se sentava
E um Cristo crucificado 
Que uma fé iluminava

Por isso, agora canto 
Tudo quanto ali havia
Naquele velho recanto 
Dum beco da Mouraria