Repertório
de Bernardo Sá Nogueira
Às
vezes de manhã, o sol nascente
Leva-me
pelas ruas, sem destino
E
a minha cidade, então silente
Abraça-me
a alma de menino
E
enquanto vai crescendo o seu calor
Sossegam,
lá bem longe, as mansas corças
Ai
de mim, porém, por teu amor
Eu
vou perdendo a pouco as fracas forças
Já
de manhã me enleias, me consomes
De
tarde me arrebatas, já me elevas
De
noite me abandonas, de mim somes
Mas
deixas uma luz nas vagas trevas
Nada
quero saber, pouco me importa
A
tristeza profunda, a ansiedade
Se
me move a certeza dessa porta