Repertório de Manuel Pereira
Publicada no jornal Canção do Sul, em Dezembro de 1938
com dedicatória ao poeta Gabriel d’Oliveira
Num ano todos sabem que as estações
São quatro, e todas elas diferentes
Que passam a correr p’los corações
Deixando nuns a dor e outros contentes
Na bela primavera as andorinhas
Nos beirais dos telhados fazem ninhos
Nos campos e jardins, lindas florinhas
Convidam a fazer belos raminhos
No Verão há aquele viver fictício
Que nos queima num sol abrasador
Das praias e casinos o bulício
Nas férias dum repouso enganador
Das árvores caem folhas ressequidas
É o Outono terrível para os sem sorte
Doenças incuráveis ceifam vidas
E em muito infeliz lar campeia a morte
E o Inverno que tem tanta beleza
Quando algum furacão a terra cobre
Transforma sempre a linda natureza
E faz mais desgraçado quem é pobre
Num ano todos sabem que as estações
São quatro, e todas elas diferentes
Que passam a correr p’los corações
Deixando nuns a dor e outros contentes
Na bela primavera as andorinhas
Nos beirais dos telhados fazem ninhos
Nos campos e jardins, lindas florinhas
Convidam a fazer belos raminhos
No Verão há aquele viver fictício
Que nos queima num sol abrasador
Das praias e casinos o bulício
Nas férias dum repouso enganador
Das árvores caem folhas ressequidas
É o Outono terrível para os sem sorte
Doenças incuráveis ceifam vidas
E em muito infeliz lar campeia a morte
E o Inverno que tem tanta beleza
Quando algum furacão a terra cobre
Transforma sempre a linda natureza
E faz mais desgraçado quem é pobre