Repertório de Alfredo Duarte
Daquela viela antiga
De bairro mal-afamado
Vinha um resto de cantiga
E um vago sabor a fado
E vi de longe, da esquina
Uma imagem de Jesus
Uma luz de lamparina
E uma sombra aos pés da cruz
O fado era a saudade, era uma reza
E a voz o precipício da tristeza
Era a amargura a cantar
Era a voz da nostalgia
A chorar p'la Mouraria
Banco de pinho a um lado
Do outro lado um canapé
E um Cristo crucificado
Iluminado p'la fé
Meu olhar turvou de pranto
Ante tudo quanto via
Naquele velho recanto
De um resto da Mouraria