Marta Dias / António Chaínho
Repertório de Marta Dias
Um dia quis cantar o fado
Que ao peito apetecia
Mas logo o senhor do lado
Me disse que eu não podia
Olhando-o bem de frente
Perguntei admirada
Terei garganta diferente
Doutra garganta afinada?
Disse ele então que o fado é destino
É dor com hora marcada
Disse ele que o fado é destino
É dor com hora marcada;
E disse ainda que só é fadista
Quem traz a dor escriturada
Fiquei triste nesse dia
Fui p’ra casa meditar
Tinha na alma a tristeza
Daquela que faz chorar
Enquanto nisto penava
Quase sem eu reparar
Abro a boca solto a voz
Lá vem o fado a saltar