Desconheço se esta letra foi gravada.
Transcrevo-a na esperança de obter informação credivel
Informação de Francisco Mendes e Daniel Gouveia
Livro *Poetas Populares do Fado-Tradicional*
Noutros tempos, os fadistas
Que a si próprios se fizeram
Não se diziam artistas
E na verdade não o eram
Sabiam quanto valiam
Que a si próprios se fizeram
Não se diziam artistas
E na verdade não o eram
Sabiam quanto valiam
E cantavam por cantar
Do seu lugar não saíam
Do seu lugar não saíam
Cada qual em seu lugar
Nos palanques dos cafés
Nos palanques dos cafés
Ou nas tabernas bairristas
Só quem punha lá os pés
Só quem punha lá os pés
Eram eles, os fadistas
Mas, hoje… o diabo a quatro
Mas, hoje… o diabo a quatro
Tudo está modificado
Fadistas, vão p’ra o teatro
Fadistas, vão p’ra o teatro
Artistas, vêm para o Fado
E vão criando raízes
E vão criando raízes
Estas loucas costumeiras
Cantandeiras são actrizes
Cantandeiras são actrizes
Actrizes são cantadeiras
Por este andar, não admira
Por este andar, não admira
Que inda vejamos um dia
Alves da Cunha e Palmira
Alves da Cunha e Palmira
Nas tascas da Mouraria
E, ver-se um grande letreiro
E, ver-se um grande letreiro
P’las ruas da Capital
Hoje Alfredo Marceneiro
Hoje Alfredo Marceneiro
No Teatro Nacional