Repertório de Carlos do Carmo
Sonhei que já alta madrugada
Viera a razão armada
P’ra defender a cidade
Olhei e vi que este nosso povo
Levantara-se de novo
Olhei e vi que este nosso povo
Levantara-se de novo
Aos vivas à liberdade
Depois, e já de janela aberta
Ouvi um bradar: alerta
Depois, e já de janela aberta
Ouvi um bradar: alerta
E o eco, p’la rua fora
Gritou p’ra dizer com razão pura
Que uma era de tortura
Gritou p’ra dizer com razão pura
Que uma era de tortura
Terminava àquela hora
Julguei ser um sonho, mas foi realidade
E às vezes suponho que não foi verdade
Mas se alguém disser não à liberdade
Eu posso morrer mas não é verdade
Saí, e vi uns homens libertos
Todos de braços abertos
Julguei ser um sonho, mas foi realidade
E às vezes suponho que não foi verdade
Mas se alguém disser não à liberdade
Eu posso morrer mas não é verdade
Saí, e vi uns homens libertos
Todos de braços abertos
Todos a pedir justiça
Alguns, já de saúde perdida
E com metade da vida
Alguns, já de saúde perdida
E com metade da vida
Em prisões de luz mortiça
Ouvi milhões de palmas e brados
Trabalhadores e soldados
Ouvi milhões de palmas e brados
Trabalhadores e soldados
Vivendo a mesma euforia
Senti que havia um Portugal novo
Vi tão alegre o meu povo
Senti que havia um Portugal novo
Vi tão alegre o meu povo
Que até chorei de alegria