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As sandálias cor-de-rosa

Eduardo Olímpio / Paco Bandeira
Repertório de António Pinto Basto


Não calces as sandálias cor-de-rosa
Essas sandálias são o meu martírio
Com elas tu desenhas verso em prosa
E fazes da calçada um chão de lírio

Se desces para Alfama, há uma viela
Que fica enamorada e a teus pés
Teus passos, toc-toc, uma aguarela
E o Tejo muda o curso das marés

As tuas sandálias
São duas Amálias 
Cantando a ternura
São o Marceneiro
Gingando certeiro 
Como a vida é dura

São Cesário Verde
Que em rimas se perde 
E como eu invejo
Fernando Pessoa
A namorar Lisboa 
Que namora o Tejo

Se vais ao Bairro Alto ouvir um fado
Tuas sandálias pisam a ternura
Mesmo que o verso tenha um tom magoado
O teu andar é sempre uma aventura

O cor-de-rosa das tuas sandálias
Lembra um jardim florido em movimento
Ramos de rosas, de tulipas, de dálias
Que nunca foram minhas e eu lamento