Frederico de Brito / Jaime Mendes
Criação de Hermínia Silva no filme Ribatejo, em 1949
Eu sei ler a sina
Quando na mão vem gravada
Mas vou mofina
Se a mão não vem, não tem nada
Eu chego a andar farta
Desse mistério profundo
Pois ninguém sabe o que, ao certo
Vem fazer cá neste mundo
Sou cigana, porquê, não atino
Sou cigana por sorte fatal
Sou cigana e pergunto ao Menino Jesus
Por meu mal, quem é, quem é?
E sabe afinal, qual é, qual é?
O nosso destino
As sinas e as cores
São como os homens que juram
Eternos amores
Que sobram sempre e não duram
E o mal é que eu penso
Que eles são todos iguais
Gostam de nós hoje, imenso
E amanhã não gostam mais