Repertório de Carlos Zel
Primeiro a minha mão sobre o teu seio
Depois um pé… o teu… sobre o meu pé
Logo o roçar urgente do joelho
E o ventre mais à frente na maré
É a onda do ombro que se instala
É a linha do dorso que se inscreve
A mão agora impõe, já não embala
Mas o beijo é carícia, de tão leve
O corpo roda: quer mais pele, mais quente
O boca exige: quer mais sal, mais morno
Já não há gesto que se não invente
Audácia que não ache um abandono
Então já a maré subiu de vez
É todo o mar que inunda a nossa cama
Afogados de amor e de nudez
Somos a maré alta de quem ama
Por fim, o sono calmo que não é
Senão, ternura, intimidade e enleio
O teu pé descansando no meu pé
A minha mão dormindo no teu seio