Tiago Torres da Silva / Pedro Jóia
Repertório de Rodrigo
A Rosa vive à janela
À espera não sei de quê
E quando passa por ela
A gente já mal a vê
Por trás daquela vidraça
Ela vai perdendo o viço
Mas a gente quando passa
Já nem sequer dá por isso
A rosa dançou à chuva
Num dia de tempestade
Em que o mar a fez viúva
Em que o mar a fez viúva
Das ondas e da saudade
E nos dias de calor
E nos dias de calor
Quando à tardinha refresca
Ela lembra o seu amor
Ela lembra o seu amor
Que não vai voltar da pesca
A Rosa está quase cega
Das lágrimas traiçoeiras
Com que o seu coração rega
O vaso das sardinheiras
Por isso, vendo a lonjura
Que o seu olhar encontrou
Há gente que ainda jura
Que a Rosa nunca murchou
A Rosa disse-me um dia
Que já nem vivia à espera
Pois na sua moradia
Pois na sua moradia
Nunca mais há primavera
A saudade foi ditosa
A saudade foi ditosa
Mas o destino murchou-me
De que adianta ser rosa
De que adianta ser rosa
Se ninguém sabe o meu nome