Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Informação de Francisco Mendes e Daniel Gouveia
Livro *Poetas Populares do Fado-Tradicional*
Se eu fosse o fado vadio
Alugava madrugadas
Dentro de velhas tipóias
E aceitava o desafio
Em forma de desgarradas
Com severas e rambóias
Se eu fosse o fado vadio
Tirava sangue das veias
Alugava madrugadas
Dentro de velhas tipóias
E aceitava o desafio
Em forma de desgarradas
Com severas e rambóias
Se eu fosse o fado vadio
Tirava sangue das veias
Para t’o dar com fervor
E no chão do desvario
Ficava paredes-meias
E no chão do desvario
Ficava paredes-meias
No fogo do nosso amor
Se eu fosse o fado vadio
Era guitarra, lanterna
Se eu fosse o fado vadio
Era guitarra, lanterna
Era xaile, era harmonia
Era a corrente de um rio
Alongado na caverna
Era a corrente de um rio
Alongado na caverna
A correr prá Mouraria
Se eu fosse o fado vadio
Era sonho, era alvorada
Se eu fosse o fado vadio
Era sonho, era alvorada
Medronho, rosa, silveira
Fazia da noite um rio
E morria, madrugada
Fazia da noite um rio
E morria, madrugada
Lá no Cacau da Ribeira