Repertório
de Helena Sarmento
Voar
sem culpa do mar que nunca se deita
Sentir
a chuva a cair, de vida insuspeita
Sofrer a dor de morrer na dor
imperfeita
Sorrir, por dentro mentir,
verdade perfeita
Assim é a vida
de amor dividida
Cerrada no peito
Um barco à
deriva, verdade fingida
Doença sem leito
Eu bem que não
queria saber algum dia
Que sempre serei
O vento do
norte, sem vida nem morte
Sem crime nem
lei
Amar,
de amor sufocar a boca na boca
Florir,
ficar e partir de tanto ser pouca
Vender
de graça o prazer, sentir como louca
Chorar
sem culpa do mar, do beijo e da boca
Assim é a vida
de amor dividida
Cerrada no peito
Um barco à
deriva, mentira fingida
Doença sem leito
Eu bem que não
queria saber algum dia
Que sempre serei
O vento do
norte, sem vida nem morte
Sem crime nem
lei
O verso da
sorte, sem que isso me importe
Saber que cheguei
Saber que cheguei