Repertório de Max
No livro *Poetas do Fado Cancão* de Daniel Gouveia e
Francisco Mendes esta letra é atribuída a Frederico de Brito
Sinto um engulho aqui
Quando fores p’ra rezar
Meu amor sem ter fim
Se te der p’ra lembrar
Pede à Virgem por mim
Meu dever tem-me aqui
Qu’ria ver-te outra vez
Mas não volto p’ra ti
Porque sou português
Adeus, Maria
Fala dos teus também
Adeus, cachopa
Quando fores a rezar
Meu amor sem ter fim
Se te der p’ra alembrar
Pede à Virgem por mim
Meu dever tem-me aqui
Qu’ria ver-te outra vez
Mas não volto p’ra ti
Porque sou português
Adeus, Maria
Minha Maria
Vou-te à carta responder
Ai, que alegria
Que tu me deste em me escrever
Sinto um engulho aqui
Por ser amado
E um grande orgulho
Por estar longe e ser soldado
Andam-me em Guerra
Andam-me em Guerra
Três amores, sabes que mais?
P’la minha terra
P’lo meu bem e p’los meus pais
Quando fores p’ra rezar
Meu amor sem ter fim
Se te der p’ra lembrar
Pede à Virgem por mim
Meu dever tem-me aqui
Qu’ria ver-te outra vez
Mas não volto p’ra ti
Porque sou português
Adeus, Maria
Esta carta vou fechar
E até um dia
Eu te abrace e volte ao lar
Fala dos teus também
Que p’lo meu lado
Eu estou bem graças a Deus
Eu estou bem graças a Deus
Muito obrigado
Adeus, cachopa
Meu end’reço é sempre igual
Manel da Tropa
Manel da Tropa
Batalhões de Portugal
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Versão Original
Carta do Soldado [carta soldado rocha]
Criação de Irene Isidro, travestida de soldado, na revista
*A Marcha de Lisboa* Estreia no Teatro Apolo, 1941
Minha Maria
Carta do Soldado [carta soldado rocha]
Criação de Irene Isidro, travestida de soldado, na revista
*A Marcha de Lisboa* Estreia no Teatro Apolo, 1941
Minha Maria
Vou-te à carta arresponder
Ai, que alegria que me deste
Ai, que alegria que me deste
Em me escrever
Sinto um orgulho aqui
Sinto um orgulho aqui
Por ser amado
E um grande orgulho
E um grande orgulho
Por ‘star longe e ser soldado
Andam-me em guerra
Andam-me em guerra
Três amores, sabes que mais?
P’la minha terra,
P’lo meu bem e p’los meus pais!
Quando fores a rezar
Meu amor sem ter fim
Se te der p’ra alembrar
Pede à Virgem por mim
Meu dever tem-me aqui
Qu’ria ver-te outra vez
Mas não volto p’ra ti
Porque sou português
Adeus, Maria
Que esta carta vou fechar
E até um dia
E até um dia
Que eu te abrace e volte ao lar
Fala dos teus, da mãe
Fala dos teus, da mãe
Que, p’lo meu lado
Graças a Deus, eu fico bem
Graças a Deus, eu fico bem
Muito obrigado
Adeus, cachopa
Adeus, cachopa
Meu end’reço é sempre igual
Manel da Tropa
Manel da Tropa
Batalhões de Portugal
Mais um fado patriótico, ao gosto da época, por isso muito datado e por isso caído em desuso.
Mais um fado patriótico, ao gosto da época, por isso muito datado e por isso caído em desuso.
Hoje não seria entendido como o êxito que foi.
No entanto, à data da sua criação, estava-se em plena II Guerra Mundial, 1939-45.
Portugal não entrou nela, mas em 1941 ainda não se sabia como as coisas iriam acabar.
O Japão tinha invadido Timor-Leste, pelo que a neutralidade de Portugal poderia
terminar a qualquer momento.