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As letras publicadas referem a fonte de extração, ou seja: nem sempre são mencionados os legítimos criadores dos temas aqui apresentados.
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* 7.285' LETRAS <> 3.120.500 VISITAS * MARÇO 2024 *

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Carta de soldado

José Galhardo / Raúl Ferrão
Repertório de Max

No livro *Poetas do Fado Cancão* de Daniel Gouveia e 
Francisco Mendes esta letra é atribuída a Frederico de Brito

Minha Maria
Vou-te à carta responder
Ai, que alegria 
Que tu me deste em me escrever

Sinto um engulho aqui
Por ser amado
E um grande orgulho 
Por estar longe e ser soldado

Andam-me em Guerra 
Três amores, sabes que mais?
P’la minha terra
P’lo meu bem e p’los meus pais

Quando fores p’ra rezar
Meu amor sem ter fim
Se te der p’ra lembrar
Pede à Virgem por mim
Meu dever tem-me aqui
Qu’ria ver-te outra vez
Mas não volto p’ra ti
Porque sou português


Adeus, Maria
Esta carta vou fechar
E até um dia 
Eu te abrace e volte ao lar

Fala dos teus também
Que p’lo meu lado
Eu estou bem graças a Deus
Muito obrigado

Adeus, cachopa
Meu end’reço é sempre igual
Manel da Tropa
Batalhões de Portugal
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Versão Original
Carta do Soldado [carta soldado rocha]
Criação de Irene Isidro, travestida de soldado, na revista
*A Marcha de Lisboa* Estreia no Teatro Apolo, 1941


Minha Maria
Vou-te à carta arresponder
Ai, que alegria que me deste 
Em me escrever

Sinto um orgulho aqui
Por ser amado
E um grande orgulho 
Por ‘star longe e ser soldado

Andam-me em guerra 
Três amores, sabes que mais?
P’la minha terra, 
P’lo meu bem e p’los meus pais!

Quando fores a rezar
Meu amor sem ter fim
Se te der p’ra alembrar
Pede à Virgem por mim
Meu dever tem-me aqui
Qu’ria ver-te outra vez
Mas não volto p’ra ti
Porque sou português


Adeus, Maria
Que esta carta vou fechar
E até um dia 
Que eu te abrace e volte ao lar

Fala dos teus, da mãe
Que, p’lo meu lado
Graças a Deus, eu fico bem
Muito obrigado

Adeus, cachopa
Meu end’reço é sempre igual
Manel da Tropa
Batalhões de Portugal

Mais um fado patriótico, ao gosto da época, por isso muito datado e por isso caído em desuso.
Hoje não seria entendido como o êxito que foi. 
No entanto, à data da sua criação, estava-se em plena II Guerra Mundial, 1939-45. 
Portugal não entrou nela, mas em 1941 ainda não se sabia como as coisas iriam acabar. 
O Japão tinha invadido Timor-Leste, pelo que a neutralidade de Portugal poderia 
terminar a qualquer momento.